Definição de metodologias para avaliação do comportamento de fachadas verdes: aplicação a um sistema modular

Abstract

O rápido crescimento da população e as alterações climáticas são responsáveis por um aumento significativo da vulnerabilidade dos centros urbanos. Neste sentido, é essencial, não só criar cidades mais amigas do ambiente, numa lógica de minimização dos impactes ambientais ao longo do ciclo de vida, mas também tomar medidas imediatas para mitigar as consequências das alterações climáticas (e.g., cheias, secas, ondas de calor, degradação da qualidade do ar, escassez energética, perda de biodiversidade).Neste contexto, a Comissão Europeia tem vindo a incentivar adoção de soluções baseadas na natureza, nas quais se enquadram as soluções de fachada verde. De facto, quando aplicadas em contexto urbano, é esperado que estas soluções contribuam para atenuar o efeito da ilha de calor urbano, melhorar o isolamento térmico e acústico dos edifícios, reduzir o ruído ambiente, melhorar a qualidade do ar, amortecer os picos de cheias e aumentar a biodiversidade. Contudo, a complexidade dos fenómenos envolvidos e o elevado número de variáveis, de que depende o comportamento destas soluções, dificulta a avaliação do seu desempenho e quantificação dos seus reais benefícios.Assim, no presente trabalho, são propostas várias abordagens metodológicas para caraterizar de forma sistemática soluções de fachada verde no que respeita ao seu desempenho térmico, acústico, mecânico, hídrico (capacidade de retenção e drenagem de água) e ambiental. Para testar e consolidar estas abordagens, as mesmas foram aplicadas na caracterização de um sistema disponibilizado pela empresa Landlab (WallGreen). Concluiu-se que é possível quantificar os principais benefícios de uma fachada verde de uma forma reprodutível e expedita, aplicando estratégias que permitam controlar em laboratório as principais variáveis que influem no desempenho deste tipo de sistemas e estabelecendo cenários que permitam reproduzir condições reais de aplicação.

Rapid population growth and climate change are responsible for a significant increase in the vulnerability of urban centers. In this sense, it is essential not only to create more environmentally friendly cities, in a logic of minimizing environmental impacts throughout the life cycle, but also to take immediate actions to mitigate the consequences of climate change (e.g., floods, droughts, waves of heat, degradation of air quality, energy shortage, loss of biodiversity).In this context, the European Commission has been encouraging the adoption of nature-based solutions, which include green facade. In fact, when applied in an urban context, it is expected that these solutions will contribute to attenuate the urban heat island effect, improve the thermal and acoustic insulation of buildings, reduce ambient noise, improve air quality, reduction of flood peaks and increase biodiversity. However, the complexity of the phenomena involved and the high number of variables, on which the behavior of these solutions depends, makes it difficult to assess their performance and quantify their real benefits.Thus, in the present work, several methodological approaches are proposed to systematically characterize green facade solutions in terms of their thermal, acoustic, mechanical, hydric (water retention and drainage capacity) and environmental performance. To test and consolidate these approaches, they were applied in the characterization of a system provided by the company Landlab (WallGreen). It was concluded that it is possible to quantify the main benefits of a green facade in a reproducible and expeditious way, applying strategies that allow controlling in the laboratory the main variables that influence the performance of this type of systems and establishing scenarios that allow to reproduce real application conditions.