Evidence Based Practice in the Nursing Education Process in Portugal

Abstract

Introdução: A prática baseada em evidências (PBE) evita a insegurança/ineficiência e melhora a qualidade dos cuidados de saúde. No entanto, a implementação e a sustentabilidade da PBE são um desafio para as organizações de saúde tendo em conta as lacunas entre investigação e prática. Uma preparação educacional dos futuros profissionais de saúde pode minimizar estas lacunas. Assim, é imperativo que os currículos dos cursos de licenciatura em ciências da saúde, nomeadamente em enfermagem, promovam uma cultura de PBE para que futuros profissionais de saúde a utilizem na sua prática clínica. Objetivo: Sintetizar a realidade atual portuguesa das instituições de ensino de enfermagem sobre: predisposição para a integração da PBE; crenças relativas à PBE de professores de enfermagem e o seu nível de implementação; crenças relativas à PBE dos estudantes de licenciatura em enfermagem e o seu nível de implementação. Desenvolver um programa educacional de PBE e avaliar a sua efetividade nos conhecimentos e competências em PBE dos estudantes do quarto ano de licenciatura em enfermagem. Metodologia: O estudo foi realizado em sete fases: (i) revisão sistemática da literatura sobre instrumentos de medida; (ii) tradução e adaptação transcultural para a população portuguesa dos intrumentos “EBP Beliefs Scale for Educators” (EBPB-E), “EBP Implementation Scale for Educators” (EBPI-E) e “Organizational Culture & Readiness for School-wide Integration of Evidence-based Practice Survey” (OCRSIEP-E) para professores; (iii) tradução e adaptação transcultural para a população portuguesa da “EBP Beliefs Scale” (EBPB), da “EBP Implementation Scale for Students” (EBPI-S) e da “Organizational Culture & Readiness for School-wide Integration of Evidence-based Practice Survey” (OCRSIEP-ES) para estudantes; (iv) tradução e adaptação transcultural para a população portuguesa e para os estudantes de licenciatura em enfermagem do teste Fresno; (v) análise da predisposição para a integração da PBE nas instituições de ensino de enfermagem; das crenças relativamente à PBE de professores de enfermagem e o seu nível de implementação da PBE; das crenças relativamente à PBE dos estudantes de licenciatura em enfermagem e o seu nível de implementação da PBE; (vi) desenvolvimento de um programa educacional estruturado sobre PBE; (vii) avaliação da efetividade do programa educacional de PBE nos conhecimentos e competências em PBE dos estudantes de licenciatura em enfermagem. Resultados: Os professores e os estudantes apresentaram fortes crenças relativamente à PBE, mas baixos níveis de implementação desta, e as escolas mostraram um movimento moderado para uma cultura de PBE. Um programa educacional de PBE foi desenvolvido para 17 semanas, com um total de 18 horas (12 horas de aulas em sala de aula mais 6 horas de orientação) e implementado numa escola de enfermagem portuguesa. Esta implementação contribuiu para a melhoria dos conhecimentos e competências em PBE de estudantes de licenciatura em enfermagem do quarto ano, específicamente ao nível da formulação de questões de revisão. Conclusões: O programa educacional sobre PBE é o primeiro programa estruturado para estudantes de licenciatura em enfermagem desenvolvido de acordo com a “Guideline for Reporting Evidence-based practice Educational interventions and Teaching checklist” para o ensino da PBE em Portugal. Este programa mostrou potencial para ser implementado nos currículos de enfermagem de forma a promover uma cultura de PBE, incluindo o uso crítico das melhores evidências disponíveis em contextos clínicos como estudante e futuro profissional de saúde.

Introduction: Evidence-based practice (EBP) prevents unsafety/inefficiency and improves healthcare quality. However, EBP implementation and sustainment are challenging for healthcare organizations and providers considering gaps between research and practice. An educational preparation of the future healthcare professionals can minimise these gaps. Thus, it is mandatory that undergraduate curricula in health sciences, namely in nursing, promote an EBP culture so that future health professionals use it into their clinical practice. Objectives: To synthesize the current Portuguese reality of nursing education institutions about: readiness of EBP integration; nurse educators' EBP beliefs and the extent of their EBP implementation; undergraduate nursing students’ EBP beliefs and the extent of their EBP implementation. To develop an educational EBP program and evaluate its effectiveness in fourth-year undergraduate nursing students’ EBP knowledge and skills. Methodology: The study was performed in seven phases: (i) systematic literature review of outcome measurement instruments; (ii) translation and cross-cultural adaptation to the Portuguese population the EBP Beliefs Scale for Educators” (EBPB-E), the “EBP Implementation Scale for Educators” (EBPI-E) and the “Organizational Culture & Readiness for School-wide Integration of Evidence-based Practice Survey” (OCRSIEP-E) for educators; (iii) translation and cross-cultural adaptation to the Portuguese population the “EBP Beliefs Scale” (EBPB), the “EBP Implementation Scale for Students” (EBPI-S) and the “Organizational Culture & Readiness for School-wide Integration of Evidence-based Practice Survey” (OCRSIEP-ES) for students.; (iv) translation and cross-cultural adaptation to the Portuguese population and to the undergraduate nursing students the Fresno test; (v) analysis of readiness of EBP integration of the nursing education institutions; nurse educators' EBP beliefs and the extent of their EBP implementation; undergraduate nursing students’ EBP beliefs and the extent of their EBP implementation; (vi) development of a structured educational EBP program; (vii) evaluation of the effectiveness of the educational EBP program in undergraduate nursing students’ EBP knowledge and skills. Results: Educators and students had strong EBP beliefs, but low levels of EBP implementation and schools have shown a moderate movement to a culture of EBP. An educational EBP program was designed for 17 weeks with a total of 18 hours (12 hours of classroom lessons plus 6 hours of mentorship) and implemented in a Portuguese nursing school. This implementation contributed to the improvement of EBP knowledge and skills of fourth-year undergraduate nursing students, specifically at the level of review questions formulation. Conclusions: The educational EBP program is the first structured program developed according to the Guideline for Reporting Evidence-based practice Educational interventions and Teaching checklist in Portugal for undergraduate nursing students. This program showed potential to be implemented in nursing curricula to promote an EBP culture, including the critical use of the best available evidence in clinical contexts as student and future health professional.