A Proto-história no sector VI do Alto da Pena em Vila do Touro, Sabugal. O contributo dos materiais cerâmicos.

Abstract

The periods that elapse between the beginning of the Bronze Age and the end of the Iron Age are characterized by an intense cultural transformation that is reflected in all prisms of archaeological analysis that include both movable and immovable materiality, as well as territorial choices. and its consequent exploitation by communities. It is with a social perspective that we analyze the communities of Alto da Pena and contrast them with the archaeological reality of the surrounding region. To understand and study the similarities or disparities. It is in this period and in the space that circumscribes Alto da Pena that we analyze the economic behavior and contacts that could arise from the materiality exhumed from this site, always with a final objective: to understand socially and economically the individuals. that guided by the premise of power, they shaped territories and culture, shaping themselves.We are based on the analysis of the ceramic collection and of certain typologies to support our inferences and our conception of the Beira Alta space whose natural morphology does not seem to create barriers to mobility, but, on the other hand, on the other hand, to encourage it, allowing contacts with different territorial areas, from the northern peninsular region to the Spanish region.The excavation of sector VI of Alto da Pena allows us, to create a characterizing framework for the Sabugal region that converges with the denominators of the peninsular Protohistoric. Thereby, with greater reliability and an epistemological basis, we defined an image for our case study: a proto-historical village that is chronologically delimited between the end of the Bronze Age and the beginning of the Iron Age, which had contacts with nearby regions with which exchanged materiality but also theoretical knowledge, the group that lived here explored the surrounding territory for their subsistence and immediate needs. Consequently, despite Alto da Pena being located far from coastal areas, it was in a region rich in basic products to produce tools, the immense domain and control over the entire territory that surrounded it, located overlooking a watercourse, imposing itself as a central point between two distinct regions.The morphological characteristics and its territorial positioning made it possible for Alto da Pena to experience transformations over time, conceiving itself as a territorial landmark, and somehow, timeless.

Os períodos que decorrem entre o início da Idade do Bronze e o início da Idade do Ferro são caracterizados por uma intensa transformação cultural que se espelha em todos os prismas de análise arqueológica que incluem as materialidades tanto móveis, como imóveis, bem como as escolhas territoriais e a sua consequente exploração pelas comunidades. É com uma perspetiva de foro social que analisamos as comunidades do Alto da Pena e as contrapomos com a realidade arqueológica da região envolvente. Com o intuito de compreender e de estudar as semelhanças ou as disparidades. É neste período temporal e no espaço que circunscreve o Alto da Pena que analisamos os comportamentos económicos e os contactos que pudessem advir das materialidades exumadas deste sítio, sempre com um objetivo final: o de compreender socialmente e economicamente os indivíduos que guiados com a premissa de poder, moldaram os territórios e a cultura, moldando-se a si. Baseamo-nos na análise do espólio cerâmico e de certas tipologias, para suportamos as nossas inferências e a nossa conceção do espaço da Beira Alta cuja morfologia natural não parece criar barreiras à mobilidade, mas, por outro lado, incitá-la, permitindo contactos com variadas zonas territoriais, desde a região Norte peninsular à região espanhola.A escavação do sector VI do Alto da Pena permite-nos, em conjugação com outros estudos arqueológicos, criar um quadro caracterizador para a região do Sabugal que converge com os denominadores da Proto-histórica peninsular. Assim, com uma maior confiança e base epistemológica definimos uma imagem para o nosso caso de estudo: um povoado proto-histórico que se delimita cronologicamente entre o final da Idade do Bronze e início da Idade do Ferro que detinha contactos com regiões próximas com as quais trocava materialidades, mas também saber teórico, o grupo que aqui residia explorava o território envolvente para a sua subsistência. Assim, apesar do Alto da Pena se localizar longe das zonas litorais, situava-se numa região rica em produtos básicos para a produção de ferramentas, o imenso domínio e controlo em todo o território que o envolvia, localizado sobranceiramente a um curso de água, impondo-se como um ponto central entre duas regiões distintas. As características morfológicas e o seu posicionamento territorial possibilitaram que o Alto da Pena conhecesse transformações ao longo do decorrer do tempo concebendo-se como um marco territorial, e de algum modo, intemporal.