THERMAE - UM EDIFÍCIO DE BANHOS PÚBLICOS NA ESCARPA DAS FONTAINHAS

Abstract

Guerras , mudanças climáticas e muito recentemente , pandemias , fazem com que indivíduos se desloquem na procura incessante por melhores condições de vida e sobretudo segurança , em ambientes que aparentam oferecer oportunidades inexistentes nos seus locais de origem . Por razões de proximidade geográfica , o continente Europeu oferece a um número ascendente de migrantes ou refugiados da Africa e do Médio Oriente um asilo apaziguador , no fundo , um local de esperança . Contudo , num ambiente social e político cada vez mais fragmentado , nem sempre a Europa os alberga da melhor forma . No fundo, estas populações, geralmente não são bem-vindas e, portanto, não se podem acomodar em nenhum local. Permanecem sem habitação, sem nacionalidade e no limite, sem os mínimos direitos humanos. Acresce a estes grupos, aqueles que por diferentes razões perderam casa e família, os sem-abrigo. Este trabalho tem como principal objetivo refletir sobre a arquitetura e consequentemente sobre o trabalho do arquiteto, que possui o papel de exigir a cidade como espaço de todos e exercer arquitetura ativamente e politicamente, como exercício de cidadania. Cabe, portanto, ao arquiteto dar um significado adicional à sua obra, que coopere no processo de inclusão do “outro”. Neste sentido propõe-se o desenvolvimento de um programa para um edifício de Banhos Públicos na escarpa das Fontainhas, que tem como finalidade conceber um espaço de refúgio, de dignidade, de auxílio à socialização e reintegração social.

Wars, climate change and , very recently , pandemics , make individuals move in the incessant search for better living conditions and , above all, security, in environments that seem to offer opportunities that do not exist in their places of origin. For reasons of geographical proximity, the European continent offers an increasing number of migrants or refugees from Africa and the Middle East a peaceful asylum, in essence, a place of hope. However, in an increasingly fragmented social and political environment, Europe does not always accommodate them in the best way. Basically, these populations are generally not welcome and, therefore, cannot be accommodated in any place. They remain without housing, without nationality and, at the limit, without the minimum human rights. In addition to these groups, those who for different reasons have lost their homes and families, the homeless. The main objective of this work is to reflect on architecture and consequently on the work of the architect, who has the role of demanding the city as a space for everyone and exercising architecture actively and politically, as an exercise of citizenship. It is therefore up to the architect to give an additional meaning to his work, to cooperate in the process of including the “other”. In this sense, it is proposed to develop a program for a Public Baths building in Fontainhas escarpment, which aims to design a space of refuge, dignity, aid to socialization and social reintegration.