Processo de Tomada de Decisão sobre Opções de Tratamento para Problemas de Saúde Mental no Período Perinatal: um Estudo Exploratório com uma Amostra Portuguesa

Abstract

Objectives: The present study has the main goal of examining the decision-making process on treatment options (psychological intervention, pharmacological intervention or both) for mental health issues during perinatal period. Method: This cross-sectional study includes an online collected sample of 421 Portuguese women who were pregnant or have had an healthy child in the last 12 months. The subjects have answered questionnaires about sociodemographic and clinic data, decision-making process on treatment options, stigma indifference, decision making conflict and about perinatal mental health (depressive/anxious symptoms). Results: A significative proportion of women (80%) showing clinically relevant depressive/anxioys symptomatology has not looked for professional help; it was found that the women who were receiving treatment tend to perceive that their choices were more took into account on the decision-making process (p = .06) and it was also noticed on the women who were not under treatment, who showed higher levels of stigma, higher levels of depressive and/or anxious symptomatology, with less perception of the doctor and partner support tend to show higher levels of decision conflict. Conclusions: This study results highlight the importance of better understanding the decision-making process of women on this period of their lives. These results also revealed the need to develop awareness campaigns for women, healthcare professionals and women’s partners in order to step in preventively.

Objetivos: O presente estudo teve como principal objetivo compreender o processo de tomada de decisão das mulheres sobre as opções de tratamento (intervenção psicológica, tratamento farmacológico ou ambos) para problemas de saúde mental no período perinatal. Metodologia: Este estudo transversal que inclui uma amostra recolhida online, composta por 421 mulheres portuguesas grávidas ou que tiveram um bebé nos últimos 12 meses. As participantes responderam a questionários de autorresposta com informação sociodemográfica e clínica, sobre o processo de tomada de decisão acerca das opções de tratamento, indiferença ao estigma, conflito de tomada de decisão e sintomatologia depressiva/ansiosa. Resultados: Uma proporção elevada (80%) de mulheres com sintomatologia depressiva/ansiosa clinicamente relevante não procurou ajuda profissional; verificou-se que as mulheres que se encontravam a receber tratamento tendiam a considerar que as suas preferências foram mais tidas em consideração no processo de decisão (p = .06) e observou-se que as mulheres que não se encontravam a receber tratamento, que apresentavam maiores níveis de estigma, maiores níveis de sintomatologia depressiva e/ou ansiosa e com menor perceção de apoio do médico e do parceiro apresentaram níveis mais elevados de conflito decisional. Conclusões: Os resultados deste estudo destacam a importância de compreender melhor o processo de tomada de decisão das mulheres nesta fase das suas vidas. Estes resultados revelaram também a necessidade de se desenvolver ações de consciencialização junto das mulheres, profissionais de saúde e do parceiro de forma a intervir preventivamente.