Satisfaction with access to healthcare and its implications for the psychological well-being of LGBTQ+ people

Abstract

As pessoas LGBTQ+ encontram-se sujeitas a inúmeros stressores que impactam o seu quotidiano. Deste modo, indivíduos LGBTQ+ podem ter dificuldades no acesso a direitos básicos, como os cuidados de saúde. Neste sentido, a presente investigação procura avaliar a relação entre a satisfação no acesso aos cuidados de saúde e características sociodemográficas dos participantes (i.e., idade, nível educacional, estado relacional, identidade de género, orientação sexual, sexo atribuído à nascença). Além disso, procura analisar a relação entre a satisfação no acesso aos cuidados de saúde e indicadores de mal-estar psicológico, stress proximal e suporte social em pessoas LGBTQ+. A amostra recolhida online envolveu 116 pessoas LGBTQ+, das quais 87 cisgénero e 29 trans ou não-binárias, com idades compreendidas entre os 18 e os 71 anos. Os resultados obtidos não permitiram identificar correlações estatisticamente significativas entre a satisfação no acesso a cuidados de saúde e as características sociodemográficas. Por sua vez, identificaram-se correlações estatisticamente significativas entre a satisfação no acesso aos cuidados de saúde e o stresse proximal (homofobia internalizada) e o suporte social proveniente da família. Verificou-se, assim, que (1) menores níveis de satisfação com o acesso aos cuidados de saúde se associam a níveis mais elevados de homofobia internalizada e (2) maiores níveis de satisfação no acesso aos serviços de saúde se associam a níveis mais elevados de suporte social. Em suma, este estudo permite concluir que persistem barreiras no acesso a cuidados de saúde inclusivos e espera com este estudo contribuir para a melhoria no acesso de pessoas LGBTQ+ aos cuidados de saúde em Portugal, colmatando assim a escassez de investigações nesta área.

LGBTQ+ people are subject to numerous stressors that impact their daily lives. Thus, LGBTQ+ individuals may have difficulties in accessing basic rights, such as healthcare. In this sense, the present research seeks to assess the relationship between satisfaction in accessing healthcare and participants' sociodemographic characteristics (i.e., age, educational level, relational status, gender identity, sexual orientation, sex assigned at birth). In addition, it seeks to analyze the relationship between satisfaction in access to healthcare and indicators of psychological distress, proximal stress, and social support in LGBTQ+ people. The sample collected online involved 116 LGBTQ+ people, of which 87 cisgender and 29 trans or non-binary, aged between 18 and 71 years. The results obtained did not allow us to identify statistically significant correlations between satisfaction in access to healthcare and sociodemographic characteristics. In turn, statistically significant correlations were identified between satisfaction in access to healthcare and proximal stress (internalized homophobia) and social support from the family. Thus, it was found that (1) lower levels of satisfaction with access to healthcare are associated with higher levels of internalized homophobia and (2) higher levels of satisfaction with access to healthcare are associated with higher levels of social support. In sum, this study allows to conclude that barriers persist in the access to inclusive healthcare and hopes to contribute to improving the access of LGBTQ+ people to healthcare in Portugal, thus filling the scarcity of research in this area.