The relationship between early life experiences and psychopathological symptomatology in adolescents living in residential care homes.

Abstract

Childhood experiences can contribute to negative mental health outcomes and adolescence is a crucial stage for the development of these difficulties. Particularly, adolescents placed in residential care homes generally experience stressful and traumatic situations from a young age, which places them at a higher risk for mental health disorders. This study aimed to explore the relationships between memories of early life experiences, both of threat and warmth, and psychopathological symptoms, both internalizing and externalizing. It also explored this relationship with a focus on the specific role of centrality of event, which refers to the extent to which trauma is integrated in personal identity. The sample was composed of 126 Portuguese adolescents, aged between 14 and 18 years old, living in residential care facilities. A set of four self-report measures was administered. Moderation, mediation and simple linear regression analyzes were performed. Results revealed direct relationships between: (a) memories of threat and both internalizing and externalizing symptomatology, (b) memories of warmth and internalizing symptoms, and (c) centrality of event and the internalizing symptoms. Centrality of event did not emerge as a moderator nor as a mediator in the relationships between early life memories and psychopathology. Findings confirm the importance of early life experiences and memories on mental health outcomes, especially in a vulnerable population that requires particular attention during clinical intervention.

As experiências precoces podem contribuir negativamente para a saúde mental e a adolescência é uma fase crucial para o desenvolvimento destas dificuldades. Em particular, os adolescentes que vivem em casas de acolhimento residencial terão passado por uma série de experiências traumáticas e desestabilizadoras desde muito cedo, o que aumenta o seu risco de desenvolver psicopatologia. A presente investigação debruçou-se sobre a relação entre as experiências precoces, tanto de afeto como de ameaça, e a sintomatologia psicopatológica internalizante e externalizante. Além disso, explorou esta relação com um particular enfoque no papel da centralidade do acontecimento, que se refere à integração de acontecimentos traumáticos na identidade pessoal. Este estudo foi conduzido com uma amostra de 126 adolescentes Portugueses a viver em instituições de acolhimento residencial, com idades compreendidas entre os 14 e 18 anos. Foi administrado um conjunto de quatro medidas de autorresposta. Realizaram-se análises de moderação, mediação e regressão linear simples. Os resultados revelaram relações diretas entre: (a) memórias de ameaça e sintomatologia internalizante e externalizante, (b) memórias de afeto e sintomatologia internalizante; (c) centralidade do acontecimento e sintomatologia internalizante. A centralidade do acontecimento não surgiu como moderador nem como mediador nas relações entre as experiências precoces e a sintomatologia. Os resultados reforçam o impacto e a importância das experiências e das memórias precoces na saúde mental. Estes resultados são particularmente relevantes na intervenção clínica com adolescentes em situações mais vulneráveis, como é o caso de adolescentes em contexto de acolhimento residencial.