Comparação estrutural e funcional da amígdala em agressores juvenis com e sem traços psicopáticos: Uma revisão sistemática

Abstract

Jovens agressores com traços psicopáticos (e.g., constelação de traços interpessoais, afetivos e comportamentais desviantes) apresentam as formas mais severas de comportamento antissocial, assim como alterações cerebrais que parecem contribuir para o seu comportamento disruptivo. A amígdala é responsável, entre outros, pelo controlo comportamental e pelo processamento da informação emocional e diversos estudos apontam para alterações anatómicas e funcionais nesta estrutura cerebral em jovens agressores, sobretudo naqueles com traços psicopáticos. Embora tenha havido um aumento exponencial na pesquisa de imagens cerebrais nas últimas duas décadas, não é claro se existem diferenças estruturais e funcionais da amígdala em jovens agressores com e sem traços psicopáticos. Neste sentido, esta revisão sistemática visa responder à seguinte questão de investigação: Existem diferenças nos correlatos neurais estruturais e funcionais da amígdala entre jovens agressores com e sem traços psicopáticos? Os estudos incluídos tinham de analisar a estrutura e/ou o funcionamento da amígdala em jovens agressores, com idades compreendidas entre os 14 e os 18 anos, comparando agressores juvenis com e sem traços psicopáticos. Das pesquisas bibliográficas resultaram dois estudos, envolvendo um total de 193 jovens agressores (162 com traços psicopáticos e 31 sem traços psicopáticos). Um dos estudos analisou a estrutura da amígdala, não encontrando diferenças entre jovens com e sem traços psicopáticos. O outro estudo focou-se no funcionamento da amígdala e também não encontrou diferenças entre os dois grupos. Apesar da literatura sugerir a provável existência de alterações no funcionamento e na estrutura da amígdala entre jovens agressores com e sem traços psicopáticos, a escassa e limitada evidência científica não nos permite confirmar esta hipótese.

Young offenders with psychopathic traits (e.g., constellation of interpersonal, affective, and behaviorally deviant traits) exhibit the most severe forms of antisocial behavior, as well as brain alterations that seem to contribute to their disruptive behavior. The amygdala is responsible, among others, for behavioral control and emotional information processing, and several studies point to anatomical and functional alterations in this brain structure in young offenders, especially those with psychopathic traits. Although there has been an exponential increase in brain imaging research over the past two decades, it is unclear whether there are structural and functional differences of the amygdala in young offenders with and without psychopathic traits. This systematic review aims to answer the following research question: Are there differences in the structural and functional neural correlates of the amygdala between juvenile offenders with and without psychopathic traits? Studies included needed to analyze the structure and/or function of the amygdala in young offenders, aged 14 to 18 years, comparing juvenile offenders with and without psychopathic traits, Literature searches yielded two studies, involving a total of 193 young offenders (162 with psychopathic traits and 31 without psychopathic traits). One study focused on the structure of the amygdala, found no differences between showing that young offenders with and without psychopathic traits. The other study focused on the functioning of the amygdala and also did not find differences between groups Although literature suggests the existence of disruptions in the function and structure of the amygdala between young offenders with and without psychopathic traits, the scarce and limited scientific evidence does not allow us to confirm this hypothesis.