Making Things Perfectly Queer: Representation and Recognition in Mary Dorcey

Abstract

Como a primeira escritora a discutir abertamente a homossexualidade na literatura irlandesa, Mary Dorcey criou inúmeros cenários de representação e reconhecimento para a comunidade LGBTQ+. Na sua coleção de contos de 1989 A Noise from the Woodshed – foco desta dissertação – a autora apresenta a sua aliança e o seu apoio a grupos sociais ostracizados pela sociedade Irlandesa: mulheres, idosas/os, e, acima de tudo, lésbicas. Através de representações verosímeis do amor queer, Dorcey privilegia a experiência lésbica, apresentando personagens e relações lésbicas em tudo semelhantes às representações heterossexuais convencionais. Assim, a verisimilhança dos contos faz com que seja possível uma descrição de pessoas queer como pessoas comuns numa representação que tem como base o amor. Às comunidades marginalizadas é frequentemente dado reconhecimento com a ajuda da literatura porque esta contribui para a educação das/os leitoras/es. A representação autoral das personagens principais como mulheres que, por casualidade, são lésbicas, mas que não se deixam ser exclusivamente definidas pela sua sexualidade é uma vitória de peso na luta contra as representações hegemónicas e os estereótipos associados a mulheres e a indivíduos LGBTQ+. Mais que isso, a criação de uma pletora de personagens femininas em situações e relacionamentos convencionais, aumenta a possibilidade da aceitação de uma naturalização do queer. As questões de representação e reconhecimento não são apenas cruciais para pessoas queer: são ainda mais importantes para mulheres escritoras, também elas invisibilizadas ao longo da história da literatura. Tendo facultado a comunidade queer com uma representação positiva, Mary Dorcey merece o devido reconhecimento dentre os seus pares na ficção contemporânea irlandesa, algo que esta dissertação espera conseguir fazer. Os retratos verosímeis que Dorcey faz das pessoas queer e dos seus relacionamentos são um importante contributo em prol do reconhecimento do amor queer como amor humano convencional.

As the first author to openly discuss homosexuality in Irish literature, Mary Dorcey has created numerous scenarios of representation and recognition for the LGBTQ+ community. In her 1989 short story collection A Noise from the Woodshed – the focus of this thesis – the author displays her alliance and support for those ostracized by the Irish society: women, the elderly, and above all, lesbians. Through verisimilar representations of queer love, Dorcey privileges the lesbian experience by presenting lesbian characters and relationships in the same way heterosexual relationships are conventionally represented. Hence, the verisimilitude of the short stories makes possible the description of queer people as regular and ordinary in a portrayal that comes out of love. Marginalized communities are often granted recognition with the help of literature as the latter contributes to the education of its readers. The author’s representation of the main characters as women who just happen to be lesbians, but who do not let themselves be solely defined by their sexuality is a huge achievement in the fight against the established roles and stereotypes associated with women and LGBTQ+ individuals. Furthermore, the creation of a plethora of conventional women-characters in ordinary and familiar situations and relationships increases the possibilities of queer recognition. Matters of representation and recognition are crucial for queer people, as well as for women writers, given their invisibility in the history of literature. Having gifted queers the chance to be positively represented, Mary Dorcey deserves proper appreciation amongst her peers in Irish contemporary fiction writing, something this thesis hopes to do. Dorcey’s verisimilar portrayals of queer people and relationships are an important contribution towards the recognition of queer love as conventional human love.