Coleções Arqueológicas do antigo Instituto de Antropologia da Universidade de Coimbra

Abstract

Em 1883 é introduzida a cadeira de Antropologia, Paleontologia Humana e Arqueologia Pré-histórica da Faculdade de Philosophia Natural da Universidade de Coimbra e com ela é criado o Museu e Laboratório de Antropologia. A partir desse momento, o museu torna-se um repositório de materiais antropológicos e arqueológicos de diversos sítios. Em 1911, com a criação do Museu Nacional Machado de Castro, o Museu de Antiguidades do Instituto de Coimbra é encerrado e parte do seu espólio é transferido para o novo museu, contudo alguns dos artefactos foram transferidos para o Museu e Laboratório de Antropologia.Atualmente, a reserva do antigo Instituto de Antropologia da Universidade de Coimbra, dispõe de materiais arqueológicos que pertenciam ao antigo Museu de Antiguidades do Instituto, materiais recuperados em contexto de escavação e prospeção e outros materiais que se desconhece o seu contexto de recolha. Enquanto o Museu e Laboratório de Antropologia recebia os materiais arqueológicos, que se tenha conhecimento, não foi elaborado um inventário ou catálogo com informações sobre esses materiais que este tinham armazenado ao longo dos anos, logo alguns dos materiais que se encontram depositados na reserva são inéditos para a comunidade científica.Encarando a falta de um registo metodológico sobre o depósito dos materiais arqueológicos na reserva do antigo Instituto de Antropologia, este relatório visa o rastreamento do percurso destes materiais, desde o sítio de proveniência até serem depositados na reserva. Este trabalho é um contributo nesse sentido, ao mesmo tempo que expressa a importância de um registo rigoroso para a manutenção de dados arqueológicos, pois os materiais sem o registo do seu contexto perdem o seu significado decifrável, transformando-se em meros objetos em vez de documentos históricos. Infelizmente, boa parte das coleções analisadas não têm contexto conhecido, pois resultam de achados muito antigos e, provavelmente, feitos por não arqueólogos. De algumas nem a proveniência foi possível determinar. Mas o balanço que fazemos face ao que se sabia antes e o que se sabe agora permite-nos dizer que valeu a pena.

In 1883, the Chair of Anthropology, Human Paleontology and Prehistoric Archeology was introduced at the Faculty of Natural Philosophia of the University of Coimbra and with it the Museum and Laboratory of Anthropology was created. From that moment on, the museum becomes a repository of anthropological and archaeological materials from different sites. In 1911, with the creation of the Machado de Castro National Museum, the Museum of Antiquities of the Institute of Coimbra is closed and part of its estate is transferred to the new museum, however some of the artefacts were transferred to the Museum and Laboratory of Anthropology.Currently, the reserve of the former Institute of Anthropology of the University of Coimbra has archaeological materials that belonged to the former Museum of Antiquities of the Institute, materials recovered in the context of excavation and prospecting and other materials whose context of collection is unknown. While the Museum of Anthropology received the archaeological materials, to our knowledge, an inventory or catalog was not prepared with information about these materials that it had stored over the years, so some of the materials that are deposited in the reserve are unpublished. for the scientific community.Faced with the lack of a methodological record on the deposit of archaeological materials in the reserve of the former Instituto de Antropologia, this report aims to trace the course of these materials, from the place of origin until they are deposited in the reserve. This work is a contribution in that sense, while at the same time it expresses the importance of a rigorous record for the maintenance of archaeological data, as materials without the record of their context lose their decipherable meaning, becoming mere objects instead of historical documents. Unfortunately, most of the collections analyzed have no known context, as they result from very old findings, made, probably, by non-archaeologists. It was not even possible to determine the origin of some. But the balance we make in relation to what was known before and what is known now allows us to say that it was worth it.