O BEM-ESTAR E A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: IMPACTOS DA PANDEMIA NUMA INSTITUIÇÃO DO ENSINO SUPERIOR

Abstract

Os conceitos de bem-estar e qualidade de vida no trabalho relacionam-se entre si e são cada vez mais importantes nos debates atuais e no seio das instituições. É fundamental que haja um equilíbrio entre as necessidades individuais e as necessidades organizacionais, uma vez que a satisfação que os indivíduos sentem em relação ao trabalho que desempenham e ao ambiente onde estão inseridos tem um grande impacto na sua motivação, produtividade e até mesmo na sua vida pessoal. Aquando da pandemia de COVID-19, as instituições tiveram que se adaptar, com novas rotinas e práticas. Porém, o bem-estar e a saúde mental acabaram por ser um tanto negligenciados. O ensino superior não foi imune a estes desafios e teve que adotar medidas para manter a qualidade das atividades letivas, dos serviços académicos e, ao mesmo tempo, usar estratégias para que os docentes, não-docentes e estudantes se mantivessem empenhados e motivados. Foram identificadas dificuldades a nível material, tecnológico e a nível da comunicação. Apesar de todos os contratempos, a situação foi sendo ultrapassada - ainda que com algumas dificuldades -, devendo ser vista como uma oportunidade para melhorias futuras, no caso de situações idênticas ocorrerem.Assim, é importante compreender como esta alteração afeta os trabalhadores, na forma como eles realizam o seu trabalho e o grau em que afeta a sua saúde e vida pessoal. Importa fazer uma avaliação recorrente e assídua, pois esta contribui para um maior sucesso das organizações e dos líderes no apoio aos trabalhadores em momentos de transições forçadas e repentinas. É também fundamental entender a relação entre o trabalho remoto e a saúde mental, pois, este tipo de trabalho, passou a constituir mais uma opção na realização de diversas atividades. Para esta finalidade, realizaram-se entrevistas de forma a ficar a conhecer as consequências provocadas pela pandemia no Ensino Superior, nomeadamente no bem-estar dos docentes, não-docentes e dos próprios estudantes da Faculdade de Economia.

The concepts of well-being and quality of work life are interconnected and are increasingly important in current debates and within institutions. It is essential that there is a balance between individual needs and organizational needs, since the satisfaction that individuals feel about their job and the environment in which they are, have a great impact on their motivation, productivity and even on their personal life.During the COVID-19 pandemic, institutions had to adapt, with new routines and practices. However, well-being and mental health ended up being somewhat neglected. Higher education was not immune to these challenges and had to adopt measures to maintain the quality of teaching activities, academic services and, at the same time, use strategies so that faculty, non-faculty members and students remained engaged and motivated. Material, technological and communication difficulties were identified. Despite all the troubles, the situation was gradually overcome - albeit with some difficulties - and must be seen as an opportunity for future improvements in case similar situations arise.Thus, it is important to understand how this change affects workers, how it affects the way they do their jobs and the consequences on their health and personal life. It is important to make a regular and assiduous evaluation, as this contributes to a greater success of organizations and leaders supporting workers in moments of forced and sudden transitions. It is also essential to understand the relationship between remote work and mental health since this type of work has become another option for carrying out various activities.For this purpose, interviews were carried out to learn about the consequences caused by the pandemic in Higher Education, namely on the well-being of teachers, non-teachers, and students of the Faculty of Economics.