"You'll Never Walk Alone": How the Hillsborough Tragedy affected the city of Liverpool

Abstract

On 15 April 1989, Liverpool FC faced Nottingham Forest at the FA Cup semi-final at the Hillsborough Stadium. Six minutes on, the game was stopped due to a crush provoked by overcrowding at the Leppings Lane terrace. As a result of that crush, 97 Liverpool fans lost their lives, hundreds got injured and thousands were traumatised in what was the worst sports disaster in British history.In the immediate aftermath, South Yorkshire Police (SYP) wrongly blamed the tragic outcome on Liverpool fans, in a manipulation scheme based on lies that would prove to have enduring consequences for the bereaved families and survivors. A few months later, LJ Taylor would conclude that the fans were not to blame and that the responsibility rested upon SYP. Despite this, the original inquest verdict of 1990-1991 was “accidental death”. It would take 23 years later and the efforts of bereaved families, survivors, supporters and the people of Liverpool for the truth to finally come out. In 2016, a new inquest reached the verdict of “unlawfully killing”. The main goal of this dissertation is to analyse the way the Hillsborough Tragedy has affected the city of Liverpool over the last three decades. In order to do this, a historical contextualization about the city and the club will be provided, while also looking at another disaster involving Liverpool fans: the Heysel Tragedy in 1985. Trauma Studies will be used as a theoretical framework, complemented by Football Studies and critical thinking on History and Memory. The happenings of that Saturday in April will also be closely looked into, as well as the immediate aftermath. In terms of the impact of the event, the legal battle that followed Hillsborough will be discussed, and the fight of the bereaved families and survivors for truth and justice will also be explored. The way the tragedy was collectively mourned will also be analysed, trying to establish how it became, through a metonymic process, part of the city’s identity and character. On a final note, and looking at the future impact of the tragedy, the legacy of Hillsborough will be considered, with a particular mention of the Real Truth Legacy Project and the Hillsborough Law.

No dia 15 de abril de 1989, o Liverpool FC enfrentou o Nottingham Forest pela semifinal da FA Cup no estádio de Hillsborough. Com 6 minutos, a partida foi paralisada devido a um esmagamento provocado por superlotação no setor conhecido como Leppings Lane. Como resultado desse esmagamento, 97 torcedores do Liverpool perderam a vida, centenas ficaram feridos e milhares traumatizados naquele que foi o pior desastre esportivo na história britânica.Logo após os eventos, a polícia de South Yorkshire (SYP) erroneamente culpou os torcedores do Liverpool pelo resultado trágico em um esquema manipulativo baseado em mentiras que provocaria consequências duradouras para as famílias enlutadas e sobreviventes. Alguns meses depois, LJ Taylor concluiria que os torcedores não tinham culpa, mas sim a SYP. Apesar disso, o veredito do inquérito original de 1990-1991 foi de “morte acidental”. Somente 23 anos depois, e muito por conta das ações das famílias, sobreviventes, torcedores e das pessoas de Liverpool, a verdade viria à tona. Em 2016, um novo inquérito chegou ao veredito de “homicídio ilegal”.O principal objetivo desta dissertação é analisar a maneira como a Tragédia de Hillsborough afetou a cidade de Liverpool nas últimas três décadas. Para tal, será providenciada uma contextualização histórica relativamente a cidade e ao clube, além de olhar para outro desastre envolvendo torcedores do Liverpool: a Tragédia de Heysel. O campo dos Trauma Studies será utilizado como enquadramento teórico que será complementado por Football Studies e teorias críticas da História e da Memória. Os acontecimentos daquele sábado de abril também serão analisados, assim como as consequências imediatas. Relativamente ao impacto do evento, a batalha judicial que se seguiu após Hillsborough será discutida e a luta das famílias e dos sobreviventes pela verdade e pela justiça também será explorada. O processo de luto coletivo da tragédia também será analisado, tentando se estabelecer de que maneira ela se tornou, através de um processo metonímico, parte da identidade e do caráter da cidade. Em uma nota final, projetando passos futuros, o legado de Hillsborough também será considerado, com menção ao Real Truth Legacy Project e à Hillsborough Law.