Conhecimentos de Medicina Preventiva dos Alunos de Medicina nos seus Anos Clínicos

Abstract

Introdução: A Medicina Preventiva é um dos pilares na maximização da saúde e da qualidade de vida existindo um reconhecimento crescente por parte dos educadores médicos da necessidade de melhorar a educação para a prevenção e a saúde da população. O estudo teve como objetivo analisar se os conhecimentos preventivos dos estudantes de medicina dos anos clínicos se encontravam em concordância com as recomendações mais atuais assim como avaliar a sua evolução ao longo do curso. Adicionalmente, foi ainda investigado se o sexo do doente influenciava as decisões dos alunos. Materiais e Métodos: Estudo observacional e transversal efetuado através de um questionário online, com 2 casos clínicos (sexo masculino e sexo feminino), sobre diversas intervenções de carácter preventivo, disponibilizado aos alunos do 4º, 5º e 6º ano da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, com o objetivo de avaliar a concordância com as recomendações da United States Preventive Services Task Force, da American Diabetes Association e com as normas do Serviço Nacional de Saúde português. A amostra foi constituída por 166 alunos. Efetuou-se uma análise descritiva e inferencial dos dados e uma comparação entre os 3 anos com teste qui quadrado. Foram também comparadas as respostas dos estudantes entre os 2 casos. Resultados: Quanto à realização de intervenções a proporção média de respostas corretas no caso 1 foi de 72.2%, muito próxima do caso 2, onde foi de 70.4%. Quanto à frequência de repetição das intervenções não existiram áreas muito satisfatórias. Não houve diferenças significativas na comparação das respostas dos casos do sexo masculino e feminino. Na comparação entre os diferentes anos, o 5º ano e 6º ano destacaram-se em relação ao 4º ano, existindo diferenças significativas (p ≤ 0,05).Discussão: As principais limitações do estudo ocorreram devido ao número reduzido da amostra e ao facto de ter sido realizado online, em uma única universidade e a meio do ano letivo. Os alunos de medicina nos anos clínicos da FMUC apresentam conhecimentos satisfatórios de Medicina Preventiva, especialmente a partir do 5º ano. Porém, foram identificados alguns défices, especialmente quando consideradas a frequência das intervenções preventivas, à semelhança de outros estudos. Apesar de parecer existir uma evolução dos conhecimentos ao longo dos anos clínicos ainda são necessárias melhorias.

Introduction: Preventive Medicine is one of the pillars in maximising health and quality of life and there is a growing recognition by medical educators of the need to improve education for prevention and population health. Our study aimed to analyse whether the preventive knowledge of medical students in their clinical years was consistent with the most current recommendations, as well as to assess its evolution throughout the course. Additionally, it was also studied if the sex of the patient influenced the students' decisions. Method: Observational and cross-sectional study conducted through an online questionnaire, with 2 clinical cases (male and female), on several preventive interventions, made available to 4th, 5th and 6th year students of the Faculty of Medicine of the University of Coimbra with the purpose of assessing the agreement with the recommendations of the United States Preventive Services Task Force, the American Diabetes Association and the Portuguese National Health Service standards. The sample consisted of 166 students. A descriptive and inferential analysis of data was carried out, as well as a comparison between the 3 years using the chi-square test. The students' answers were also compared between the 2 cases. Results: Regarding the implementation of interventions, the average percentage of correct answers in case 1 was 72.2%, very close to case 2, where it was 70.4%. As for the frequency of repetition of interventions there were no very satisfactory areas. There were no significant differences in the answers between male and female cases. In the comparison between the different years, the 5th and 6th grades stood out when compared with the 4th grade, with significant diferences (p ≤ 0,05). Conclusions: The main limitations of the study occurred due to the small sample size and the fact that it was conducted online, at a single university and in the middle of the academic year. Medical students in the clinical years at FMUC present satisfactory knowledge of Preventive Medicine. However, some deficits were identified, especially when considering the frequency of preventive interventions. Although there seems to be an evolution of knowledge throughout the clinical years, improvements are still needed. The gender of the patient did not influence the students' choices.