Diabetes: The influence of pharmacological treatment in disease control and underlying obesity

Abstract

Introdução: Atualmente, não existe conhecimento específico sobre a associação entre o tratamento farmacológico, usando fármacos que promovam a perda de peso, e o controlo tanto da diabetes mellitus (DM) tipo 2 como da obesidade associada, no contexto dos Cuidados de Saúde Primários Portugueses. Tal estudo é importante pelo impacto e conexão entre estas doenças crónicas e o controlo metabólico dos pacientes concomitantemente afetados. Esta interação deve ser avaliada numa coorte representativa da população atual.Objetivo: Comparar a progressão da obesidade e o controlo metabólico entre 2017 e 2019, de acordo com a terapia farmacológica (análogos do glucagon-like peptide 1 (aGLP1) e/ou inibidores do co-transportador 2 de sódio e glicose (iSGLT2) versus um grupo sem nenhum destes medicamentos) nos pacientes com DM tipo 2 inscritos na Administração Regional de Saúde (ARS) da região Centro de Portugal.Material e métodos: Estudo de coorte retrospetivo em 2021 da população com DM tipo 2 inscrita na ARS do Centro. Os dados foram obtidos anonimamente e fornecidos pelos Serviços de Informática da ARS, após consentimento da comissão de ética. Foram pedidos género, idade, tempo desde o diagnóstico, perímetro abdominal (PA), índice de massa corporal (IMC) e última avaliação de hemoglobina glicada (HbA1c) em 2017, e os mesmos parâmetros relativos a 2019 e medicamentos prescritos de acordo com o programa oficial S-CLínico de Diabetes de cada uma das pessoas que sofrem de DM tipo 2. Resultados: Dos 127062 pacientes em estudo, apenas 16012 (12,6%) estavam medicados com iSGLT2 ou outra medicação (não havia dados relativos aos aGLP1). Na amostra 48,8% eram homens e 50,2% mulheres. A idade média foi 73,47±10,08 anos e o tempo desde o diagnóstico de 8,67±4,22 anos. Relativamente aos valores de HbA1C, IMC e PA entre ambos os pontos de avaliação estes mostraram-se independentes da idade e do tempo desde o diagnóstico, uma vez que |rS|<0,400. Foi encontrada um aumento estatisticamente significativo nos valores medianos de HbA1c entre 2017 e 2019 tanto no total como nos subgrupos medicados com iSGLT2 tanto total e por sexo (p<0,001). Nos subgrupos medicados com outros medicamentos em vez de iSGLT2, não foi observada diferença estatisticamente significativa, quer globalmente (p=0,983) quer por sexo (M: p=0,932; F: p=0,932). O IMC em sujeitos sob iSGLT2 mostrou variação estatisticamente significativa (p<0,001) tal como no grupo medicado com outros fármacos (p=0,004), no sentido da redução. Os valores do PA mostraram um crescimento estatisticamente significativo no grupo medicado com outros medicamentos que não iSGLT2 (p=0,001) e um aumento estatisticamente significativo quando comparado com os pacientes sob iSGLT2 (<0,001). Discussão: O peso destas doenças crónicas adensa a necessidade de mais estudos sobre terapias como iSGLT2 e aGLP1, daí a importância da informação sobre aGLP1 para comparar com outros medicamentos e os resultados dos iSGLT2. Os resultados do estudo são extremamente importantes para discutir a eficiência farmacológica, e alguns exigiriam uma investigação mais aprofundada.Conclusão: A terapêutica com iSGLT2 teve uma maior diminuição, estatisticamente significativa, no IMC e impediu um aumento na PA, quando comparado com outra medicação. Em relação ao controlo pela HbA1c, num intervalo de 2 anos, não foi verificada redução da dinâmica de crescimento com nenhuma medicação.

Background: There is no specific knowledge about the association between pharmacological treatment with drugs that promote weight loss and the control of both type 2 diabetes mellitus (T2DM) and associated obesity in the Primary health context in Portugal. Such a study is important because of the link between obesity and T2DM and the metabolic control of patients concomitantly affected by these two chronic diseases, which must be verified in large real world populations.Aim: To compare the progression of obesity and the metabolic control between 2017 and 2019, according to pharmacological therapy (glucagon-like peptide-1 analogues (GLP1a) and/or sodium-glucose cotransporter type 2 inhibitors (SGLT2i) versus a group without any of these drugs) in the diabetic population in the general practice context in Central Portugal.Methodology: Retrospective cohort study in 2021 of the T2DM population enrolled in Central Administrative Portuguese National Health Service Authority, the “ARS do Centro”. All data were anonymously obtained and provided by the Informatic Services of ARS do Centro, after ethics consent. Gender, age, time since the diagnosis, abdominal perimeter (AP), body mass index (BMI) and last glycated haemoglobin (HbA1c) evaluation in 2017, as well as all the same parameters registered in 2019 and drugs prescribed according to the e.registration official program, the S-clínico, Diabetes sheet of each of the T2DM suffering people, were collected.Results: Out of the 127062 T2DM patients of the ARS do Centro n=16012 (12.6%) were on medication in 2017, with no data regarding GLP1a users. Mean age was of 73.5±10.1 years, the time since diagnosis was of 8.7±4.2 years and 48.8% were males. HbA1C, BMI and AP values between both assessment points were independent of age and time since diagnosis, |rS| <0.400. A statistically significant difference was found in median HbA1c values between the two assessment moments, 2017 and 2019, both in the total sample and in the subgroups medicated with SGLT2i in the sample and per gender, with increasing values, (p<0.001). In the subgroups medicated with other drugs rather than SGLT2i, no statistically significant difference was observed, either globally (p=0.983) or per gender (M: p=0.932; F: p=0.932). The BMI in subjects under SGLT2i showed statistically significant negative variation (p<0.001) as in the group medicated with other drugs (p=0.004). The AP values showed significant increase between the two assessment points in the group medicated with drugs other than SGLT2i (p=0.001) and a statistically significant increase when compared with patients under SGLT2i (<0.001).Discussion: The out-comes burden of these two chronic diseases implies the need for further studies on therapies like SGLT2i and GLP1a, hence the importance of information about GLP1a to compare with other drugs and SGLT2i results. The alleged efficacy of new classes of anti-diabetic drugs must be verified in real world patients, therefore effectiveness must be the point to measure. It is possible that decreased BMI and AP are associated in a future decrease of HbA1c.Conclusion: SGLT2i achieved a significant decrease in the BMI and prevented an increase in AP, when compared with other anti-diabetes drugs. Regarding HbA1c control, in a 2-year gap no decrease in growth dynamics was observed.