Maior Risco de Infeção Grave e Complicações em Crianças com Infeção por Vírus influenza A H1N1

Abstract

Introduction: Influenza is an acute infectious disease caused by the influenza virus and very common in children. Some studies suggest differences in clinical presentation, severity and mortality rate depending on the type, subtype and lineage of influenza virus, but these findings are not consensual in the literature. The aim of this study was to characterize and compare infection caused by different types and subtypes of influenza virus in pediatric age.Methods: This was a retrospective, observational, non-interventional study with data on cases of influenza virus infection in pediatric age in the 2014/2015 to 2019/2020 seasons in a pediatric hospital. Cases were divided into 3 groups according to influenza virus type and subtype: A(H1N1)pdm09, A(H3N2) and B.Results: A total of 587 cases with influenza virus infection were included, of which 301 (51%) were males. The A(H1N1)pdm09 subtype was identified in 252 (43%), the A(H3N2) subtype in 121 (21%) and the B type in 214 (36%).Patients infected with the A(H1N1)pdm09 subtype were younger than those with the A(H3N2) subtype (p=0.003) and those with type B (p<0.001). Chest radiography was more frequent in the A(H1N1)pdm09 subtype infection (p<0.001), as well as the need for hospitalization (p=0.001).Overall, antiviral therapy with oseltamivir was instituted in 249 (42%) cases, most frequently in children with A(H1N1)pdm09 subtype infection, followed by A(H3N2) and type B (p<0.001).Complications were more frequent in the A(H1N1)pdm09 subtype infection (42.8%), followed by the A(H3N2) subtype (35.5%) and type B (27.2%) (p=0.002).The case fatality rate was estimated at 0.68% and corresponded to cases of infection by subtype A(H1N1)pdm09.Discussion and conclusion: Severe cases and complications were recorded in all groups, however, infection by influenza A(H1N1)pdm09 subtype was associated with more severe disease, more hospitalization and more use of antiviral therapy, thus consuming more health resources than children with infection by A(H3N2) subtype and type B.

Introdução: A gripe é uma doença infeciosa aguda causada pelo vírus influenza e muito frequente em idade pediátrica. Alguns estudos sugerem diferenças na apresentação clínica, gravidade e taxa de mortalidade de acordo com o tipo, subtipo e linhagem do vírus influenza, no entanto estes achados não são consensuais na literatura. O objetivo deste estudo foi caracterizar e comparar a infeção causada por diferentes tipos e subtipos de vírus influenza em idade pediátrica.Métodos: Estudo retrospetivo, observacional e sem intervenção, com dados relativos a casos de infeção por vírus influenza em idade pediátrica, nas épocas de 2014/2015 a 2019/2020 num hospital pediátrico. Os casos foram divididos em três grupos de acordo com o tipo e subtipo de vírus influenza: A(H1N1)pdm09, A(H3N2) e B.Resultados: Foram incluídos 587 casos com infeção por vírus influenza, dos quais 301 (51%) do sexo masculino. Foi identificado o subtipo A(H1N1)pdm09 em 252 (43%), o subtipo A(H3N2) em 121 (21%) e o tipo B em 214 (36%).Os doentes infetados pelo subtipo A(H1N1)pdm09 eram mais novos do que os do subtipo A(H3N2) (p=0,003) e os do tipo B (p<0,001). A realização de radiografia do tórax foi mais frequente na infeção pelo subtipo A(H1N1)pdm09 (p<0,001), assim como a necessidade de internamento (p=0,001).Globalmente, a terapêutica antiviral com oseltamivir foi instituída em 249 (42%) casos, mais frequentemente nas crianças com infeção pelo subtipo A(H1N1)pdm09, seguido do subtipo A(H3N2) e do tipo B (p<0,001). As complicações foram mais frequentes na infeção pelo subtipo A(H1N1)pdm09 (42,8%), seguidas do subtipo A(H3N2) (35,5%) e o tipo B (27,2%) (p=0,002). A taxa de letalidade foi estimada em 0,68% e corresponderam a casos de infeção pelo subtipo A(H1N1)pdm09.Discussão e conclusão: Foram registados casos graves e complicações em todos os grupos, todavia a infeção pelo subtipo influenza A(H1N1)pdm09 foi associada a doença mais grave, a maior necessidade de internamento e a maior utilização de terapêutica antiviral, consumindo assim mais recursos de saúde do que as crianças com infeção pelo subtipo A(H3N2) e o tipo B.