Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/102323
Title: Consequências ginecológicas da gravidez em idade tardia
Other Titles: Gynecological consequences of late age pregnancy
Authors: Oliveira, Catarina Cabral Dias Fernandes de
Orientador: Carvalho, Maria João da Silva Fernandes Leal
Keywords: Gravidez; Idade tardia; Cancro; Contraceção; Infertilidade; Pregnancy; Late age; Cancer; Contraception; Infertility
Issue Date: 9-Mar-2022
Serial title, monograph or event: Consequências ginecológicas da gravidez em idade tardia
Place of publication or event: Coimbra
Abstract: A alteração dos padrões de vida das sociedades modernas teve repercussões no ciclo reprodutivo das mulheres. Em Portugal, tem-se verificado ao longo dos anos um aumento progressivo da idade com que a mulher engravida pela primeira vez. Este aumento tem origem multifatorial e embora tenha consequências variadas, esta revisão focou-se nas patologias ginecológicas malignas e na sua relação com a gravidez em idade tardia. Foi realizada a pesquisa e síntese de artigos científicos publicados entre 1970 e 2021 através da base de dados PubMed, utilizando diversas associações entre “late age pregnancy” e os termos “breast neoplasms”, “endometrial neoplasms”, “cervical neoplasms” e “ovarian neoplasms”.Os diversos estudos analisados demonstraram ser consensual que uma primeira gravidez depois dos 35 anos aumenta o risco da mulher desenvolver cancro da mama. Esta relação pode ser explicada por uma maior exposição hormonal e a agentes carcinogéneos e por um maior período de tempo até à completa diferenciação da glândula mamária, que culmina com a formação de células-estaminais tipo 2, refratárias à carcinogénese. Para além disso, a via JAK-STST5 aumenta também o risco de cancro da mama porque interfere com a homeostasia das células-estaminais da glândula. Relativamente ao cancro do endométrio embora haja controvérsia, a maioria dos estudos refere o efeito protetor da gravidez em idade tardia no risco de desenvolvimento de cancro do endométrio. Esta proteção poderá ser explicada pelos elevados níveis de progesterona durante a gravidez e pela remoção mecânica de células endometriais pré-malignas durante o trabalho de parto.No que diz respeito ao cancro do colo, os estudos são consensuais, uma gravidez em idade jovem aumenta o risco da mulher desenvolver cancro do colo. Esta relação é explicada pelo facto de a gravidez ocorrer numa fase imatura das modificações cervicais, o que pode acelerar a transformação neoplásica. Por outro lado, também uma coitarca precoce expõe o colo a carcinogéneos por um período superior.Relativamente à relação entre o risco de cancro do ovário e a gravidez em idade tardia os estudos demonstraram controvérsia. Alguns referem que uma gravidez depois dos 35 anos de idade se associa a menor risco pois induz apoptose e eliminação de células pré-malignas, o que confere maior proteção às mulheres que engravidam mais tarde, por serem as que têm maior percentagem de células pré-malignas. Outros associam a gravidez depois dos 35 anos a maior risco de cancro do ovário, uma vez que com o avançar da idade há uma menor percentagem de anticorpos anti-MUC1.A gravidez em idade tardia não é exclusivamente um problema médico, assentando num conjunto de fatores sociais, económicos e políticos que se interligam. A sua complexidade e os riscos que acarreta para a saúde ginecológica da mulher evidenciam a necessidade de um diálogo interdisciplinar entre várias entidades do domínio científico e não científico. É fundamental que os clínicos continuem a identificar quais as mulheres sob risco aumentado destas neoplasias, para que se possam adotar estratégias de rastreio e prevenção.
The change in the modern societies’ life patterns had huge repercurssions on the woman’s reproductive cycle. In Portugal, the age women get pregnant for the first time has been increasing during the last couple of years. This rise is multifactorial and although there are a great deal of consequences, this article will be focused on malignant gynecological diseases and their relation with late age pregnancy.A research and synthesis of scientific articles published between 1970 and 2021 was made using the data base PubMed. Different associations between “late age pregnancy” and “breast neoplasms”, “endometrial neoplasms”, “cervical neoplasms”, “ovarian neoplasms” were used. The analyzed studies showed consensual data, a pregnancy after 35 years increases the risk of breast cancer. This relation can be explained by a higher exposure to hormones and carcinogens and by a longer period until the complete differentiation of the mammary gland, which ends with the formation of stem-cells type 2, refractory to carcinogenesis. Furthermore, the JAK-STAT5 pathway also increases the risk of breast cancer because it changes stem cells’ homeostasis. In what concerns endometrial cancer, although there is some controversy, most studies statethat late age pregnancy protects against the risk of developing endometrial cancer. This protection can be explained by the high levels of progesterone during pregnancy and by the mechanical removal of pre-malign endometrial cells during delivery. In what concerns cervical cancer, studies are consensual, a pregnancy at an early age increases the risk of cervical cancer. This relation is explained by the fact that a pregnancy that happens in an immature phase of the cervical modifications might accelerate the neoplastic transformation. On the other hand, an early age at first coitus exposes the cervix to carcinogens for a longer period.The relation between ovarian cancer and late age pregnancy is controversial. Some studiesstate that a pregnancy after 35 years old diminishes the risk of ovarian cancer because it induces apoptosis and eliminates pre-malignant cells, which protects older women because those are the ones that have higher percentage of pre-malignant cells. Others associate pregnancy after 35 with increased risk of ovarian cancer because with advanced age there is less percentage of anti-MUC1 antibodies. Late age pregnancy is not just a medical issue because it’s due to a set of social, economicand political facts that are all connected. Its complexity and the risks it takes to the gynecological health of women makes it obvious that both scientific and non-scientific entities need to work together. Therefore, it’s essential that doctors continue to identify women with higher risk of developingthese tumors, so that they can adopt screening and prevention strategies.
Description: Trabalho Final do Mestrado Integrado em Medicina apresentado à Faculdade de Medicina
URI: https://hdl.handle.net/10316/102323
Rights: embargoedAccess
Appears in Collections:UC - Dissertações de Mestrado

Files in This Item:
File Description SizeFormat
Tese de mestrado.pdf1.3 MBAdobe PDFView/Open
Show full item record

Page view(s)

146
checked on Apr 23, 2024

Download(s)

80
checked on Apr 23, 2024

Google ScholarTM

Check


This item is licensed under a Creative Commons License Creative Commons