Testar conhecimentos para capacitar: de que dependem os conhecimentos das pessoas com diabetes?

Abstract

Introduction: The enablement – knowledge about the condition – is, in health literacy, a helpful tool in the diabetes control, in particular for type 2 diabetes. The Diabetes Knowledge Test (DKT) is a validated and cross-cultural adapted instrument to measure it. Empowerment means the perception the person suffering from a condition thinks to have to better control it so being part of a therapeutic team and for that the Diabetes Empowerment Scale (DES-SF) can be used.Objective: To understand how the knowledge about Diabetes is related to the capability of the disease control (measured through the DKT and the DES-SF) in correlation with Sex, Age, Scholarity, and Socioeconomic Status.Materials and Methods: Observational, quasi-randomised study in a convenience sample of people with Type 2 Diabetes, recruited in November 2020 when attending this risk population in the General Practice setting. After informed consent was obtained, and following the approved protocol by the ethics committee, the DKT and DES-SF were applied and population variables were collected: school attendance equal to or lower than the fourth class, registration or not of economic insufficiency, living in a unitary or nuclear family. Based on these variables, the Social Numerical Family Index (SocFam) was developed. Descriptive and inferential statistics were performed.Results: A sample with 37 elements was studied, 54.1% female, 51.4% academic education up to the old 4th class, 48.6% economic insufficiency, and 16.2% unitary family. For 67.6%, there was a significant difference in the perception of diabetes control and for 41.9% such control existed for the mean of the two previous HbA1c values ≤7% (p=0.009). According to the control by the average of the last two HbA1c values, there was a significant difference in the number of correct answers in the DKT: Controlled 9.1±2.1 vs Uncontrolled 7.2±2.5, p=0.035. Empowerment score was non-significantly higher in those whose type 2 diabetes control, Controlled 28.9±4.0 vs Uncontrolled25.8±5.2, p=0.144. There were no significant differences in the number of correct answers for the remaining variables, in both questionnaires: academic education DKT (p = 0.301) and DES-SF (p = 0.560); live in a unitary family or not DKT (p = 0.869) and DES-SF (p = 0.620); and income DKT (p = 0.556) and DES-SF (p = 0.736). As for the SOCFam Index, by its score, a weak non-significant correlation (ρ = 0.155, p = 0.322) with the number of correct responses to DKT and a weak negative and non-significant correlation (ρ = -0.101, p = 0.523) with DES were found. Between the number of right questions and the value of the DES there was a weak and non-significant negative value (ρ=-0.094; p=0.585) and in relation to the number of wrong answers in DKT a weak and also non-significant positive correlation (ρ = 0.133; p = 0.400).Discussion: The need to enable, information those suffering from Type 2 Diabetes, is an important tool for appropriate measures to improve diabetes control. Type 2 Diabetes patients have a tendency to judge having the power to control themselves and all the necessary variables for Type 2 Diabets control. The existence of instruments that make it possible to perceive the specific learning needs individually should be emphasized so that they are used, as is the case of the Diabetes Knowledge Test and the Diabetes Empowerment Scale.Conclusion: Type 2 Diabetes controlled patients, based on the average of the last two measurements of HbA1c ≤7%, have significantly better enablement. No differences were found according to the suited variables, meaning the need for individualized information according to the knowledge that for each person perceives as deficient, thus avoiding systematic speeches.

Introdução: A capacitação – conhecimento quanto ao estado - é, em literacia da saúde, ferramenta de ajuda ao controlo da diabetes, em particular na de tipo 2, existindo instrumentos, adaptados culturalmente e validados populacionalmente, que permitem medi-la, como é o caso do Diabetes Knowledge Test (DKT). A perceção de saber tomar em cada momento as mais adequadas medidas para o controlo e de ser elemento da equipa que trata assumindo responsabilidades terapêuticas, o empoderamento pode também ser avaliado por escala específica, Diabetes Empowerment Scale (DES-SF).Objetivo: Perceber como o Conhecimento sobre a Diabetes se correlaciona com a Capacidade de Controlo (através das escalas DKT e DES-SF) em função do Sexo, Idade, Escolaridade e Estatuto Socioeconómico.Métodos: Estudo observacional, quasi-aleatório em amostra de conveniência de pessoas com diabetes, recrutada em Novembro de 2020 na consulta específica de grupo de risco “Diabetes”. Após consentimento informado e seguindo protocolo aprovado por comissão de ética, foram aplicados DKT e DES-SF e recolhidas as variáveis populacionais: frequência escolar igual ou inferior e superior à quarta classe, registo ou não de insuficiência económica, viver em família unitária ou nuclear. Em função das últimas três foi elaborado o Índice Social Familiar Numérico (SocFam). Realizou-se estatística descritiva e inferencial.Resultados: Foi estudada uma amostra com 37 elementos, 54,1% sexo feminino, 51,4% formação académica até à antiga 4ª classe, 48,6% com insuficiência económica, e 16,2% em família unitária. Para 67,6% houve uma significativa diferença da noção de ter a diabetes controlada e 41,9% controlada em função da média dos dois últimos valores de Hemoglobina A1c ≤ (p=0.009). Segundo o controlo pela média dos dois últimos valores da HbA1c, verificou-se haver uma diferença significativa quanto ao número de respostas certas no DKT: Controlado 9,1±2,1 vs Não Controlado 7,2±2,5, p=0,035 e que o valor do empoderamento é não significativamente maior nos que estavam controlados, Controlado 28,9±4,0 vs Não Controlado 25,8±5,2, p=0,144. Não se verificaram diferenças significativas no número de respostas corretas para as restantes variáveis, em ambos os questionários: formação académica DKT (p=0,301) e DES-SF (p=0,560); Viver em família unitária ou não DKT (p=0,869) e DES-SF (p=0,620); E rendimento DKT (p=0,506) e DES-SF (p=0,736). Quanto ao Índice SOCFam aqui analisado pelo seu valor total, verificou-se uma correlação fraca e não significativa (ρ=0.155, p=0.322) com o número de respostas corretas a DKT e negativa fraca e não significativa de (ρ=-0.101, p=0.523) com o DES. Entre o número de perguntas certas e o valor do DES verificou um valor negativo fraco e não significativo (ρ=-0.094; p=0.585) e em relação o número de respostas erradas em DKT uma correlação positiva fraca e também não significativa (ρ=0.133;p=0.400). Discussão: A necessidade de capacitar, passando informação às pessoas que sofrem de diabetes, é um instrumento importante para a tomada de adequadas medidas de melhoria do controlo da diabetes. A existência de instrumentos que permitem perceber individualmente as necessidades específicas de aprendizagem deve ser salientada para que sejam usados, como é o caso de Diabetes Knowledge Test e de Diabetes Empowerment Scale. Conclusão: Pessoas sofrendo de diabetes, controladas em função da média das duas últimas medições da HbA1c ≤7%, apresentam significativa melhor capacitação medida pelo DKT. Não se verificam diferenças em função de variáveis epidemiológicas populacionais significando a necessidade de informação individualizada em função dos conhecimentos que para cada pessoa percebe serem deficitários, evitando assim discursos sistemáticos.