Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/10316/95250
Título: Rural Struggles and Emancipation in Southern Africa: Agrarian Neoliberalism, Rural Politics and Agrarian Movements in Mozambique, South Africa and Zimbabwe
Autor: Monjane, Boaventura Eugénio 
Orientador: Meneses, Maria Paula
Palavras-chave: Agrarian Movements; Movimentos Agrários, , , Emancipação e Epistemologias do Sul.; Rural Politics; Southern Africa; Emancipation and Epistemologies of the South; Política Rural
Data: 25-Fev-2021
Projeto: PD/BD/113919/2015 
Local de edição ou do evento: Coimbra
Resumo: Adopting a transdisciplinary approach, this thesis explains current land struggles in southern Africa by offering an intimate account of the nature of agrarian movements, their ideological basis, social base, leadership, tactics and strategies as well as identity processes. Based on qualitative research, this study builds upon social and human science methodologies to draw information through oral testimonies with ordinary citizens and societal leaders, as well as documentary evidence, to delineate the nexus between neoliberal agrarian policies, rural politics and rural agency in Mozambique, South Africa and Zimbabwe. This multi-spatial dimension allows me to identify a diversity of agrarian questions and the various nuances of rural politics in the region. While in Mozambique the study addresses rural struggle against a capitalist agrarian extractivist project, the result of an alliance between the government and agrarian capital, in South Africa the struggle studied is focused on land owned by a Protestant church of German origin, while in Zimbabwe I focus on a form of emancipatory alternative to agrarian capitalism. In southern Africa, a region that widely experienced settler colonialism, rural people’s agency played a crucial role in the overall process of liberation and emancipation. This because the most direct forms of colonial oppression were harshest in rural areas (for example, forced labour, culture imposition, expropriation, punishment, colonial tax, among others). In the current period of neoliberalism, rural politics continue to occupy a central place in national politics. The thesis places emphasis on the countryside, where the introduction of neoliberal agrarian policies and the contradictions derived from their implementation shaped new agrarian (power) relations, especially in terms of access to and control of both the means and the processes of production. This has triggered the emergence of new agrarian movements and the revitalization of “old” ones, propelling current rural politics in the continent. This thesis demonstrates that rural and land struggles in southern Africa are both reactive (when the peasantry reacts to the penetration of capital or neoliberal state policies) as well as active (when they happen in the absence of such penetration). It shows that land grievances in the region also involve faith-based organisations, which confronts the dominant idea that current land disputes are exclusive to corporate capital and the peasantry. While arguing that, due to the contradictions inherent in agrarian capital, the most militant popular struggles and experiences of emancipatory alternatives to capital are today to be found in the countryside (encompassing class and identity processes), the study makes a necessary contribution to knowledge by opening up the spectrum of the agrarian question in the region, re-examining the composition and nature of agrarian movements in the contemporary context and exploring the issue of active rural agency, though the lens of the Epistemologies of the South, which was not sufficiently done in existing literature.
Adotando uma abordagem transdisciplinar, esta tese explica as atuais lutas pela terra na África Austral, oferecendo um relato intimista da natureza dos movimentos agrários, da sua base ideológica, base social, liderança, táticas e estratégias, bem como dos processos de identidade. Baseado em investigação qualitativa, este estudo assenta em metodologias das ciências sociais e humanas para extrair informação através de testemunhos orais com cidadãos comuns e líderes sociais, bem como provas documentais, para delinear o nexo entre políticas agrárias neoliberais, políticas rurais e agência rural em Moçambique, África do Sul e Zimbabué. Esta dimensão multiespacial permitiu-me identificar uma diversidade de questões agrárias e as várias nuances da política rural na região. Enquanto em Moçambique o estudo aborda a luta rural contra um projeto agrícola capitalista, resultado de uma aliança entre governos e o capital agrário, na África do Sul a luta estudada centra-se na terra pertencente a uma igreja protestante de origem alemã, enquanto que no Zimbabué me concentro numa forma de alternativa emancipatória ao capitalismo agrário. Na África austral, uma região que experimentou amplamente o colonialismo de povoamento, a agência da população rural desempenhou um papel crucial no processo global de libertação e emancipação. Isto porque as formas mais diretas de opressão colonial foram as mais duras nas zonas rurais (por exemplo, trabalho forçado, imposição cultural, expropriação, punição, imposto colonial, entre outras). No atual período do neoliberalismo, a política rural continua a ocupar um lugar central na política nacional. Focando-se em três países da África Austral — Moçambique, a África do Sul e o Zimbabué —, este estudo visa explicar as atuais lutas fundiárias na região, através de um relato intimista sobre a natureza dos movimentos agrários, a sua base ideológica, as suas narrativas discursivas, a sua base social e a sua liderança social, bem como as suas táticas e estratégias. O enfoque nestes países permite-nos perceber a diversidade das questões agrárias e os vários matizes da política rural na região. Embora, no caso de Moçambique, o estudo aborde a luta rural contra um projeto de desenvolvimento agrário capitalista que resultou de uma aliança entre governos e o capital, no caso da África do Sul, este estudo visa analisar a luta rural contra uma organização religiosa de origem alemã. Quanto ao Zimbabué, o estudo centra-se numa forma de alternativa emancipatória ao capitalismo agrário. Assim se demonstra que as lutas agrárias e fundiárias na África Austral são reativas (quando o campesinato reage à penetração do capital ou das políticas neoliberais do estado) e, ao mesmo tempo, ativas (quando surgem na sua ausência). Além disso, demonstra-se que os ressentimentos relacionados com a terra na região também estão associados a organizações de cariz religioso — o que contraria a ideia dominante de que as atuais disputas fundiárias implicam exclusivamente o capital empresarial tradicional e o campesinato. Este estudo faz o necessário contributo para o conhecimento, alargando o âmbito da questão agrária na região, reanalisando a composição e a natureza dos movimentos agrários no contexto contemporâneo e explorando a problemática da agência rural ativa, sob a perspetiva das Epistemologias do Sul, o que não foi suficientemente feito na literatura existente.
Descrição: PhD Thesis in Postcolonialisms and Global Citizenship (Sociology) and presented to the Faculty of Economics, University of Coimbra.
URI: https://hdl.handle.net/10316/95250
Direitos: openAccess
Aparece nas coleções:UC - Teses de Doutoramento
FEUC- Teses de Doutoramento
I&D CES - Teses de Doutoramento

Ficheiros deste registo:
Ficheiro Descrição TamanhoFormato
2021 MONJANE-PhD Thesis-Deposited 15.04.2021.pdf12.91 MBAdobe PDFVer/Abrir
Mostrar registo em formato completo

Visualizações de página

234
Visto em 16/abr/2024

Downloads

503
Visto em 16/abr/2024

Google ScholarTM

Verificar


Este registo está protegido por Licença Creative Commons Creative Commons