Discriminação etária no local de trabalho: Diferenças geracionais e o papel moderador da regulação emocional no engagement com o trabalho

Abstract

Obter vantagem competitiva é imperativo para as organizações modernas e, para tal, é indispensável que os trabalhadores se apresentem engaged com o seu trabalho. Neste sentido, é importante refletir sobre os fatores que podem influenciar o nível de engagement dos trabalhadores com o seu trabalho. A discriminação etária percebida no local de trabalho é um desses fatores, podendo conduzir a um baixo nível de engagement com o trabalho. O presente estudo procurou concretizar dois objetivos fundamentais: por um lado, compreender como é percebida a discriminação etária no local de trabalho por três grupos etários; por outro lado, averiguar o papel moderador da regulação emocional na relação entre discriminação etária e o engagement no local de trabalho. Socorrendo-se ao questionário como método de recolha de dados, o estudo empírico incidiu sobre uma amostra constituída por 453 trabalhadores portugueses de várias faixas etárias, as quais se encontram compreendidas entre os 18 e os 65 anos de idade. Os resultados indicaram que o grupo dos trabalhadores mais velhos é aquele que percebe níveis mais elevados de discriminação etária no local de trabalho. Igualmente, revelaram que a regulação emocional exerce um efeito exacerbador da relação negativa entre a discriminação etária e o engagement com o trabalho. No final, discute-se o papel moderador da regulação emocional na relação entre discriminação etária e engagement com o trabalho, bem como o caráter urgente de implementação de práticas organizacionais de “gestão da idade”, com especial ênfase para as que procuram colmatar a discriminação etária no local de trabalho, mantendo-se sempre em mente que a proporção de trabalhadores mais velhos é cada vez maior.

Gaining competitive advantage is essential to modern organizations and, to this end, it is essential that workers are engaged with their work. In this sense, it is important to reflect on the factors that may influence the level of engagement of employees with their work. Perceived age discrimination in the workplace is one of these factors, which may lead to a low level of work engagement. The present study sought to achieve two fundamental objectives: on the one hand, to understand how age discrimination is perceived in the workplace by three age groups; on the other hand, to investigate the moderating role of emotion regulation in the relationship between age discrimination and work engagement. Using the questionnaire as data collection method, the empirical study focused on a sample consisting of 453 Portuguese workers of various age groups, between 18 and 65 years of age.Results indicated that the group of older workers perceived higher levels of age discrimination in the workplace. Also, results revealed that emotion regulation exacerbates the negative relationship between age discrimination and work engagement. In the end, we discuss the moderating role of emotion regulation in the relationship between age discrimination and work engagement, as well as the urgency to implement organisational practices of “age management”, with special emphasis on those that seek to tackle age discrimination in the workplace, always bearing in mind the increasing proportion of older workers.