Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/10316/90219
Título: A economia portuguesa dos anos sessenta: uma pesada continuidade
Autor: Reis, José 
Data: 2019
Editora: Instituto de História Contemporânea
Projeto: PTDC/IVC-HFC/3826/2014 — POCI-01-0145-FEDER-016871 
Título da revista, periódico, livro ou evento: Uma década, duas formas de autoritarismo: os anos de 1960 em Portugal
Local de edição ou do evento: Lisboa
Resumo: Este texto, que se coloca no campo amplo da economia do desenvolvimento, debruça-se sobre o processo industrialista “moderno”, assente nas indústrias pesadas de base, que marcou e definiu a economia portuguesa dos anos sessenta. Sabendo-se que este é um período de grandes transformações, tanto a nível interno como externo, insiste-se, contudo, no facto de esta ter sido uma pesada continuidade, mais do que um fator de desenvolvimento da economia e da sociedade. Para além da questão essencial da ausência de democracia política, económica e social, o que está em causa é o facto de tal processo, tendo tido enormes consequências em matéria de crescimento do PIB e tendo-se baseado na acumulação de capital, não ter criado emprego e, por isso mesmo, ter tornado o país num “exportador” de força de trabalho, através de uma emigração massiva, em vez de numa economia industrial moderna. Usando como método decantar os contraste que se revelariam com a revolução democrática do 25 de Abril, mostra-se que foi só com esta que se realizaram as transformações que a industrialização desencadeou nas sociedades capitalistas do século XX: adensamento das relações intersetoriais, aumento do emprego, inclusão pelo trabalho através do salário direto e do indireto, infraestruturação material e social, acesso a serviços coletivos. Evidentemente que foram muitos os dilemas e várias as contradições com que o regime se confrontou ao longo de uma década em que desencadeou uma guerra colonial e em que a capacidade de financiamento do Estado teve que ser canalizada para este fim bélico. Tornava-se necessária uma abertura exportadora e Portugal foi fundador da EFTA. Já no fim, iniciaram-se as negociações para o Acordo com o Marcado Comum. Mas os “golpes de asa” não foram suficientes para reorganizar as estruturas do país e para garantir que, pelo menos, uma nova política industrial podia reverter qualitativamente o quadro prevalecente. Muito menos, claro está, para estabelecer as várias formas de democracia. Aquele tipo de indústria cresceu de costas voltadas para o resto da economia e para a sociedade e Portugal acabou a década com a sua condição de periferia europeia redefinida e, por isso, ainda mais consolidada.
URI: https://hdl.handle.net/10316/90219
Direitos: openAccess
Aparece nas coleções:I&D CES - Livros e Capítulos de Livros

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