Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/10316/89800
Título: Stress Psicológico na Gravidez e Outcomes para a Saúde Materna e Fetal
Outros títulos: Psychological Stress in Pregnancy and its outcomes for maternal and fetal health
Autor: Ferreira, Ana Marta Melo
Orientador: Areia, Ana Luísa Fialho Amaral
Pinto, Anabela Mota
Palavras-chave: Stress psicológico; Complicações da gravidez; Desfechos da gravidez; Gravidez; Stress, Psychological; Pregnancy Complications/psychology; Pregnancy outcomes; Pregnancy
Data: 23-Jan-2019
Título da revista, periódico, livro ou evento: Stress Psicológico na Gravidez e Outcomes para a Saúde Materna e Fetal
Local de edição ou do evento: Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
Resumo: O stress psicológico está presente, diariamente, na vida de toda a população, pelos mais variados motivos. Na mulher grávida, e a acompanhar todas as modificações físicas e biológicas que naturalmente ocorrem, a gestação acompanha-se quase sempre de alterações psicológicas, sendo que mais de 75% das grávidas experienciam algum nível de stress pré-natal. A forma de lidar com o stress é diferente de mulher para mulher, dependendo de fatores intrínsecos, como fatores biológicos e fisiológicos, mas também extrínsecos, nomeadamente relacionados com o tipo de fator stressante e o tempo de exposição, resultando esta variabilidade em desfechos diferentes para cada mulher. A resposta biológica relacionada com o stress é extremamente complexa, envolvendo principalmente alterações ao nível do eixo hipotálamo-hipófise-suprarrenal (HHSR), que culminam num aumento dos níveis de cortisol, variável ao longo da gestação. Apesar de existirem estudos que incidem na fisiopatologia do stress durante a gravidez, ainda não está totalmente claro de que forma é que a variação nos níveis de cortisol influencia o desenvolvimento fetal.Os impactos do stress psicológico que algumas mulheres experienciam durante a gravidez manifestam-se não só na mãe como também na criança, a curto e a longo prazo. Para a mãe parece haver um aumento da probabilidade de desenvolver patologias como a diabetes gestacional, a hipertensão arterial gestacional e a hiperemese gravídica. Também no período pós-parto podem ocorrer alterações, nomeadamente uma maior probabilidade de depressão pós parto. Fetos expostos a stress psicológico in útero parecem ter um risco aumentado de serem prematuros, sendo que a associação com baixo peso ao nascimento não é certa. Outras alterações, relacionadas com o neurodesenvolvimento, capacidades cognitivas e caraterísticas da personalidade, podem sofrer também alterações em crianças expostas a níveis consideráveis de stress ainda in útero. A probabilidade de ocorrência de doenças mentais, como a esquizofrenia ou a doença bipolar, aparentemente não sofre alterações, mas parece existir um risco superior de a criança vir a desenvolver um distúrbio alimentar a longo prazo. Doenças atópicas, como a asma, eczema atópico e rinite alérgica, parecem ser também mais comuns em crianças expostas a stress psicológico in útero.Os estudos sugerem, de facto, que o stress psicológico tem um impacto negativo significativo para a saúde da mãe e do feto, tanto durante a gravidez, como no período pós-parto, embora sejam necessários mais trabalhos de investigação para se tecerem com conclusões mais firmes e baseadas em mais evidência. Existe um subdiagnóstico e subtratamento desta condição, tornando essencial a intervenção preventiva, essencialmente ao nível dos cuidados primários, para prevenir o stress psicológico e o desenvolvimento de consequências negativas na saúde da mãe e do feto, mas também uma prevenção secundária, para minimizar os desfechos adversos que daqui podem advir.
Psychological stress is present in people's lives on a daily basis, for the most variable reasons.In pregnant women, accompanying every physical and biological changes that naturally occur, gestation almost always carries psychological changes, and a study shows that 75% of pregnant women experience prenatal stress. The coping mechanisms are different within each woman, depending on intrinsic variables, like biological and physiological factors, as well as extrinsic, like the type of stressing agent and the length of exposure, and this variability results in different outcomes for each woman. The biological stress response is extremely complex, including changes in the Hypothalamic–pituitary–adrenal axis, that lead to higher cortisol levels, variable throughout the gestation. Although there are few studies about the physiopathology of stress in pregnant women, it is not totally clear how changes in cortisol levels influence fetal development.The psychological stress that some women experience throughout pregnancy has short and long-term outcomes not only on the mother but also on the child. To the mother it seems to bring a higher risk of developing gestational diabetes, gestational hypertension and hiperemesis gravidarum. In the post partum period there may also be higher risks in women who experience higher stress levels during pregnancy, like a bigger chance of post-partum depression.Fetus exposed to psychological stress in utero appear to have a higher risk of being premature, but the association to low birth-weight is not so strong. Other changes concerning neurodevelopment, cognitive capacity and personality traits can also suffer changes. The probability of occurrence of mental illnesses, like schizophrenia or bipolar disease, does not seem to be higher, but studies suggest that the risk for developing an eating disorder increases. Atopic diseases, like asthma, atopic eczema and allergic rhinitis also seem to be more common in children exposed to high levels of psychological stress in utero, even without family history. Studies suggest indeed that psychological stress has a negative impact on the mother and fetus's health, in pregnancy and in the post-partum period, although there is a need for more investigation to produce more firm and evidence-based conclusions. There is a clear lack of diagnosis and treatment of this condition, making prevention essential, particularly in primary care, to prevent psychological stress and its negative outcomes for the mother and the fetus, but also a secondary prevention, to minimize those outcomes.
Descrição: Trabalho Final do Mestrado Integrado em Medicina apresentado à Faculdade de Medicina
URI: https://hdl.handle.net/10316/89800
Direitos: embargoedAccess
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