Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/10316/88007
Título: City or countryside: where is the best place for gulls to live?
Outros títulos: Cidade ou campo: qual o melhor local para as gaivotas viverem?
Autor: Soares, Rita Lino
Orientador: Ramos, Jaime Albino
Paiva, Vítor Hugo Rodrigues
Palavras-chave: urbanização; gaivotas de patas amarelas; output reprodutivo; adaptação; stress fisiológico; urbanization; yellow-legged gulls; reproductive output; adaptation; physiological stress
Data: 12-Jul-2019
Título da revista, periódico, livro ou evento: City or countryside: where is the best place for gulls to live?
Local de edição ou do evento: MARE-UC, Departamento Ciências da Vida, Universidade de Coimbra
Resumo: Cerca de 55% da população humana habita em zonas urbanas. Estas, estão em constante expansão e uma larga extensão do planeta já é urbanizado. Com estas alterações do ambiente, a biota deve tentar adaptar-se às novas condições urbanas. As gaivotas são um bom exemplo de animais que se adaptaram muito facilmente às cidades. Antes e principalmente desde meados do século XX, os números de gaivotas têm vindo a aumentar continuamente, especialmente na Europa e América do Norte. As gaivotas são uma espécie generalista e oportunista o que lhes permite adaptar rápida e facilmente a novos ecossistemas. Crê-se que estas aves se adaptam facilmente devido à proximidade das cidades com a água e à grande disponibilidade de alimento nas cidades. O acentuado crescimento das gaivotas nas cidades tem causado conflitos com os humanos, dado que estas são barulhentas, atacam as pessoas (em defesa das crias ou para roubar comida), e danificam edifícios devido às suas fezes. O nosso principal objetivo foi perceber as diferenças entre gaivotas de patas amarelas Larus michahellis nidificantes em colónias naturais e urbanas. Se ambientes urbanos são então melhores que os naturais e se o output reprodutivo destas aves pode melhorar nas cidades. Tal, pode explicar a sua fácil adaptação aos ambientes urbanos e o aumento dos seus números. Para isso selecionámos quatro colónias, duas naturais (ilhas da Deserta e Berlenga) e duas urbanas (Porto e Peniche). Nestas colónias medimos parâmetros reprodutores (tamanho da postura, volume dos ovos, sucesso de eclosão e taxa de crescimento das crias), comportamentais (agressão intraespecífica), fisiológicos (taxa de sedimentação dos eritrócitos, índice de heterófilos/linfócitos e contagem de glóbulos brancos) e tróficos (isótopos estáveis de carbono e nitrogénio). No geral os nossos resultados mostraram que, o tamanho da postura e volume dos ovos diminuíram nas colónias urbanas, mas independentemente disso, a taxa de crescimento das crias melhorou nestas colónias. A agressão intraespecífica foi menor nas colónias urbanas em comparação com a colónia mais natural, Deserta, porque as colónias urbanas foram comparativamente menos densas. Em relação aos níveis de stress fisiológico, a taxa de sedimentação dos eritrócitos comprovou que as crias da Deserta e do Porto estão supostamente stressadas. Contudo, os adultos das mesmas colónias não se encontram em stress. Ainda assim, o índice de heterófilos/linfócitos e a contagem de glóbulos brancos não apresentou os mesmos resultados que a taxa de sedimentação dos eritrócitos, mas isto pode ter sido influenciado pelo tempo de manuseamento dos indivíduos. Os parâmetros tróficos mostraram que adultos e crias de colónias urbanas se alimentaram mais de presas terrestres e de nível trófico mais baixo. Isto pode ter influenciado outros parâmetros devido aos valores nutricionais mais pobres. Em suma, considero que não foi possível dar uma resposta definitiva à questão de “qual o melhor local para as gaivotas viverem?”. Isto porque, quando comparadas com gaivotas de colónias naturais, as que habitam no meio urbano tiveram valores mais elevados de taxa de crescimento das crias, agressão e stress fisiológico, mas menor tamanho da postura e dos ovos. Assim, embora estas aves se adaptem a viver em ambientes urbanos, não quer dizer que isso não lhes traga algumas desvantagens. Se o número de gaivotas nas cidades continuar a aumentar, será necessário tomar medidas de mitigação para reduzir as colónias urbanas e os conflitos com humanos. Tais medidas poderão significar o fecho de lixeiras e/ou diminuição da disponibilidade de alimento de origem antropogénica. Medidas mais agressivas poderão incluir a destruição de ovos e/ou o abate premeditado de adultos e/ou crias.
Around 55% of the human population inhabits in urban areas. These areas are constantly expanding, and a large extent of the world is now urbanized. With these changes in the environment, biota must try to adapt to these new urban conditions. Gulls are a good example of animals that easily adapted to cities. Before, particularly since the mid-twentieth century, gull numbers have increased continuously, especially in Europe and North America. Gulls are a generalist and opportunistic species that can adapt easily to urban conditions due to the proximity of cities to water, and the availability of food in the cities. The accentuated rise of gulls in cities has been causing conflicts with humans because gulls are noisy, attack people (in defence of chicks or to steal food), and damage buildings with faeces. Our main goal was to understand the differences between natural and urban nesting yellow-legged gulls Larus michahellis. If urban environments are adequate or even better than natural environments and, if their reproductive output can improve in cities. This would be important to understand why they adapted so easily to urban areas and increased their numbers. In this study, we selected four colonies, two natural (Deserta and Berlenga islands) and two urban (Porto and Peniche). In these colonies, we measured reproductive (clutch size, egg volume, hatching success and chick growth), behavioural (intraspecific aggression), physiological (erythrocyte sedimentation rate, heterophile/lymphocyte index and white blood cell count) and trophic (carbon and nitrogen stable isotopes) parameters. Overall our results showed that clutch size and egg volume decreased in urban colonies but regardless, chick growth rate improved. Intraspecific aggression was lower in urban colonies than in our most natural colony, Deserta, because urban colonies were comparatively less dense. Considering the levels of physiological stress, erythrocyte sedimentation rate showed that chicks from Deserta and Porto were supposedly stressed, however, the adults from the same colonies were not. Heterophile/lymphocyte index and white blood cell count did not show similar results to the erythrocyte sedimentation rate, but this could have been influenced by handling time. Trophic parameters showed that adults and chicks from urban colonies fed on more terrestrial and lower trophic level preys, which could have influenced other parameters due to the poorer nutritional values. It is not possible to give a definitive answer to the question “which place is better for gulls to live?”. This is because when compared to gulls breeding in natural sites, urban dwellers had higher values of chick growth, aggression and physiological stress, but lower clutch size and egg volume. Thus, although they are adapted to live in urban environments that does not mean they do not have some disadvantages as well. If gulls’ numbers continue to increase some mitigation measures are needed to reduce urban colonies and diminish the conflicts with humans. Such measures might mean closing landfills and/or reducing the availability of anthropogenic food. More aggressive measures could include damaging the eggs and/or culling adults and/or chicks.
Descrição: Dissertação de Mestrado em Ecologia apresentada à Faculdade de Ciências e Tecnologia
URI: https://hdl.handle.net/10316/88007
Direitos: embargoedAccess
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