Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/10316/87639
Título: Transition to parenthood in a parenthood in transition: from women- to couples-based approaches
Autor: Alves, Stephanie Raquel Gonçalves 
Orientador: Pereira, Marco
Fonseca, Ana
Canavarro, Maria Cristina
Palavras-chave: Transition to parenthood; Postpartum depression; Postpartum Depression Predictors Inventory – Revised; Postpartum Depression Predictors Inventory – Revised; Dyadic interdependence; Dyadic coping; Partner-inclusive interventions; Transição para a parentalidade; Depressão pós-parto; Inventário de Fatores de Risco para a Depressão Pós-Parto – Revisto; Interdependência diádica; Coping diádico; Intervenções inclusivas do parceiro
Data: 23-Jul-2019
Projeto: SFRH/BD/102717/2014 
Resumo: Background The transition to parenthood encompasses multiple changes and reorganizations in a couple’s life that both women and their partners need to manage as individuals and as a couple. Postpartum depression (PPD) symptoms are often undetected in perinatal care services, thereby the early identification of women at risk for PPD is deemed necessary. The Postpartum Depression Predictors Inventory – Revised (PDPI-R) was developed to predict women’s risk for developing this clinical condition that impair the adjustment to parenthood. The psychometric properties of the PDPI-R have not yet been examined in Portugal. Couple-related dynamics are consistently identified as risk/protective factors for an adaptive adjustment during the transition to parenthood. However, few studies have adopted a dyadic approach and an interpersonal framework to understand how the couple’s dynamics influence both partners’ individual, marital and parental outcomes. Moreover, a large body of literature has shown that interpersonal processes are central in the development and maintenance of PPD, which has motivated several researchers to include both members of the couple (the woman and her partner) in preventive and treatment interventions for PPD. There is now a need to translate this research into clear guidelines regarding the inclusion of male partners in such interventions. The general objectives of this PhD project were to: (a) adapt the PDPI-R for the Portuguese population (Phase I); (b) obtain a comprehensive understanding of the role of dyadic coping (DC) on both partners’ adjustment during the transition to parenthood, considering the mutual influences within the couple (Phase II); and (c) synthetize the current knowledge about the participation of the male partners in psychosocial and psychological interventions delivered to women and targeting PPD (Phase III). Methods This research project comprised three phases. Phase I focused on the adaptation of the PDPI-R to the European Portuguese language. The reliability and construct and convergent validity of the PDPI-R were assessed in a cross-sectional study (pilot study; N = 204 women). The predictive validity of the PDPI-R was subsequently assessed in a prospective longitudinal study (field study), in which women (N = 325) completed four assessment time points: T1 (second trimester of pregnancy), T2 (six weeks postpartum), SCID (four months postpartum), and T3 (six-nine months postpartum). Phase II comprised the same longitudinal study (with the exception of the SCID assessment), including women and their partners (N = 303 couples). Both members of the couple completed self-report questionnaires, assessing individual (i.e., depressive and anxiety symptoms, quality of life [QoL]), dyadic (dyadic adjustment) and parental (i.e., parenting stress and parental confidence) adjustment outcomes as well as interpersonal variables (i.e., DC and romantic attachment). In Phase III, a systematic review of studies that have tested the efficacy of interventions either to prevent or treat PPD in women and have included the woman’s partner was conducted. Results Findings in Phase I showed that the Portuguese version of the PDPI-R is a reliable and valid tool to identify women at greater risk for developing PPD. The main results in Phase II were that: (a) couples in which the woman was experiencing high levels of depressive symptoms at T1 engaged less in positive forms and more in negative forms of DC compared to couples in which the woman presented minimal/no depressive symptoms; (b) common DC at T1 contributed to better QoL of both women and their partners at T2; (c) decreases in common DC were related to increases in internalizing symptoms and decreases in QoL from T1 to T2; (d) women and men with more avoidant romantic attachment representations engaged less in common DC from T1 to T2 which, consequently, increased their partner’s parenting stress (only in women) and decreased their partner’s parental confidence (in both members) from T2 to T3; and (e) perceiving high similarity in DC at T2 contributed to lower internalizing symptoms and parenting stress in the other partner at T3, while perceiving more complementarity (as opposed to similarity) at T1 leads to lower internalizing symptoms in oneself at T3. Finally, the studies included in the systematic review reported limited information related to the male partner’s participation, thereby restricting the comprehension of its role in the prevention and treatment of women’s PPD. Conclusions The findings of this PhD project highlight the need of a paradigm shift in current perinatal clinical and research contexts, from a women-centered perspective to a holistic approach that considers the mental health of both women and their partners. They also encourage the routine use of the PDPI-R in Portuguese maternity and primary care settings to increase the primary prevention of PPD. Moreover, they painted a picture of the transition to parenthood as a shared and interdependent experience between partners. The identification of modifiable processes associated with partners’ wellbeing (i.e., DC) highlight innovative avenues for perinatal preventive interventions aimed at facilitating both partners’ adjustment as individuals and parents as well as for future perinatal research with couples in Portugal and other cultural backgrounds.
Introdução A transição para a parentalidade engloba várias mudanças e reorganizações na vida do casal que tanto as mulheres como os seus parceiros precisam de gerir como indivíduos e como casal. Geralmente, os sintomas de depressão pós-parto (DPP) não são detetados nos serviços de saúde perinatal, pelo que a identificação precoce de mulheres em risco de DPP é considerada necessária. O Inventário de Fatores de Risco para a Depressão Pós-Parto – Revisto (PDPI-R) foi desenvolvido para prever o risco de as mulheres virem a desenvolver essa condição clínica, a qual prejudica o ajustamento à parentalidade. As propriedades psicométricas do PDPI-R ainda não foram examinadas em Portugal. As dinâmicas de casal são consistentemente identificadas como fatores de risco/proteção para um ajustamento positivo durante a transição para a parentalidade. No entanto, poucos estudos adotaram uma abordagem diádica e um modelo interpessoal para compreender como as dinâmicas de casal influenciam os resultados individuais, conjugais e parentais de ambos os parceiros. Para além disso, uma vasta literatura mostrou que os processos interpessoais são centrais no desenvolvimento e manutenção da DPP, o que motivou vários investigadores a incluir os dois membros do casal (mulher e parceiro) nas intervenções de prevenção e tratamento para a DPP. Existe agora a necessidade de traduzir esta investigação em diretrizes claras sobre a inclusão dos parceiros em tais intervenções. Os objetivos gerais deste projeto de doutoramento foram: (a) adaptar o PDPI-R para a população Portuguesa (Fase I); (b) obter uma compreensão abrangente do papel do coping diádico (CD) no ajustamento de ambos os parceiros durante a transição para a parentalidade, considerando as influências mútuas dentro do casal (Fase II); e (c) sintetizar o conhecimento atual sobre a participação dos parceiros em intervenções psicossociais e psicológicas dirigidas a mulheres e que visam a DPP (Fase III). Metodologia Este projeto de investigação envolveu três fases. A fase I focou-se na adaptação do PDPI-R à língua Portuguesa Europeia. A fiabilidade e a validade de construto e convergente do PDPI-R foram avaliadas num estudo transversal (estudo piloto; N = 204 mulheres). A validade preditiva do PDPI-R foi posteriormente avaliada num estudo prospetivo longitudinal (estudo de campo), no qual as mulheres (N = 325) completaram quatro momentos de avaliação: T1 (segundo trimestre de gravidez), T2 (seis semanas pós-parto), SCID (quatro meses pós-parto) e T3 (seis-nove meses pós-parto). A fase II incluiu o mesmo estudo longitudinal (com exceção da SCID), incluindo as mulheres e os seus parceiros (N = 303 casais). Ambos os membros do casal completaram questionários de autorresposta, avaliando indicadores de ajustamento individual (isto é, sintomas depressivos e ansiosos, qualidade de vida [QdV]), diádico (ajustamento diádico) e parental (isto é, stresse parental e confiança parental), bem como variáveis interpessoais (isto é, CD e vinculação romântica). Na Fase III, foi realizada uma revisão sistemática dos estudos que testaram a eficácia de intervenções para prevenir ou tratar a DPP em mulheres e incluíram o parceiro da mulher. Resultados Os resultados da Fase I mostraram que a versão portuguesa do PDPI-R é uma medida fiável e válida para identificar as mulheres com maior risco de vir a desenvolver DPP. Os principais resultados na Fase II foram: (a) os casais em que a mulher apresentava elevados níveis de sintomas depressivos no T1 envolviam-se menos em formas positivas e mais em formas negativas de CD em comparação com casais em que a mulher apresentava nenhum sintoma ou sintomas depressivos mínimos; (b) o CD comum no T1 contribuiu para uma melhor QdV tanto das mulheres como dos seus parceiros no T2; (c) a diminuição do CD comum associou-se a um aumento dos sintomas internalizantes e diminuição da QdV de T1 para T2; (d) as mulheres e homens com representações de vinculação romântica mais evitantes envolveram-se menos em CD comum de T1 para T2 o que, consequentemente, aumentou o stresse parental do parceiro (apenas em mulheres) e diminuiu a confiança parental do parceiro (em ambos os membros) de T2 para T3; e (e) perceber elevada similaridade no CD no T2 contribuiu para diminuir os sintomas internalizantes e o stresse parental no outro parceiro no T3, enquanto perceber mais complementaridade (em oposição à similaridade) no T1 levou a menores sintomas internalizantes no próprio no T3. Por fim, os estudos incluídos na revisão sistemática reportaram informações limitadas relacionadas à participação do parceiro, restringindo assim a compreensão do seu papel na prevenção e no tratamento da DPP nas mulheres. Conclusões Os resultados deste projeto de doutoramento destacam a necessidade de uma mudança de paradigma nos atuais contextos clínicos e de investigação perinatal, de uma perspetiva centrada nas mulheres para uma abordagem holística que considere a saúde mental das mulheres e dos seus parceiros. Eles encorajam o uso do PDPI-R como instrumento de rastreio universal nas maternidades e centros de cuidados primários portugueses de forma a aumentar a prevenção primária da DPP. Além disso, eles retratam a transição para a parentalidade como uma experiência partilhada e interdependente entre os parceiros. A identificação de processos modificáveis associados ao bem-estar dos parceiros (isto é, o CD) destacam caminhos inovadores para intervenções perinatais preventivas destinadas a facilitar o ajustamento de ambos os parceiros como indivíduos e pais, bem como para a investigação perinatal futura com casais em Portugal e em outros contextos culturais.
Descrição: Tese de Doutoramento em Psicologia, na especialidade em Psicologia Clínica, apresentada à Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/87639
Direitos: openAccess
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