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Title: Curvas débito/volume expiratórias parciais
Authors: Carvalho, José Humberto Santos Paiva de 
Keywords: Medicina Interna
Issue Date: 1989
Citation: CARVALHO, José Humberto Santos Paiva de - Curvas débito/volume expiratórias parciais. Coimbra, 1989. p. 384.
Abstract: As limitações das curvas débito/volume totais na avaliação da obstrução e da hiperreactividade brônquicas, devidas, nomeadamente, ao efeito broncomotor da necessária inspiração máxima, anterior à expiração forçada, levaram-nos a pôr em prática um protocolo experimental com o objectivo de investigar o interesse bioclínico das curvas débito/volume parciais em fisiopatologia respiratória. Estudámos os traçados pneumotacográficos de 87 processos clínicos (53 de indivíduos do sexo masculino, 34 do sexo feminino), sendo 20 de indivíduos normais, não fumadores (N/NF, média de idades - 25,9+/-5,74 anos), 20 de indivíduos normais, fumadores (N/F, média de idades - 30,25+/-7,86 anos), 32 de asmáticos (A.B., média de idades - 33,75+/-11,17 anos), 12 de bronquíticos crónicos (Crónicos, média de idades - 46 +/-11,65) e 3 de restritivos (Restritivos, média de idades - 31,33+/-12,34 anos). A metodologia utilizada foi a seguinte: 1. Determinação inicial de volumes, mobilizáveis e não mobilizáveis, e de débitos (com espirómetro de circuito fechado com analisador de hélio; com pneumotacógrafo). 2. Registo de débitos, e de volumes, em cadeia de pneumotacografia (calibrada em débito e em volume por bomba sinusoidal B.T.P.S.) a cinco níveis de volume, pré-determinados a partir de 1., em função da capacidade pulmonar total (40%, 50%, 60%, 70% de C.P.T., e C.P.T.) (Pneumotacógrafo Godard, cabeça de Fleish n.o 4, Osciloscópio Tektronix 5111, Gravador de registo magnético Tolana - Schlumberger de 14 pistas), em diferentes condições experimentais. 3. Processamento dos registos, «off-line», por restituição dos sinais, em papel, sobre mesa registadora. 4. Tratamento computorizado, para caracterização e comparação, das curvas de débito e de volume em função do tempo, e das curvas débito/volume, após digitalização e alisamento. Para além do estudo de todos os indivíduos em condições basais pudemos registar traçados de testes broncodinâmicos: com acetilcolina inalada em 9 asmáticos, em 6 bronquíticos e em 1 indivíduo normal, não fumador; com salbutamol inalado em 12 asmáticos, em 10 bronquíticos, em 6 indivíduos normais, fumadores, e em 1 normal, não fumador e com fenilefrina i.v. em 14 asmáticos, em 4 indivíduos normais, fumadores, e em 5 normais não fumadores. Com a utilização destas substâncias modificadoras do calibre brônquico não pretendemos levar a cabo um estudo de provocação brônquica na perspectiva fisiopatológica mas antes testar, em condições diversas, a sensibilidade das curvas débito/volume parciais, nomeadamente comparando-as com outros parâmetros ventilatórios (V.E.M.S.; S.R.aw.; S.G.aw.). O estudo da forma das curvas débito/tempo (que permitiu, por normalização gráfica, comparar curvas diferentes), e, sobretudo, o processamento dos parâmetros de medição das curvas débito/volume (VOL.1s., T.D.Máx., V.D.Máx., V.E.T., T.VET., VOL.75, VOL.50, VOL.25, DÉB.40, DÉB.50, DÉB.60, DÉB.70, D.M.IS0.; DEB.P., DEB.ISO., D.M.VEP.,% DIF., T.D.Máx.%, V.D. Máx.%, DÉB.MÁX.), com relevo para a comparação dos valores de débito aos mesmos volumes pulmonares (débitos isovolume), proporcionaram-nos (por análise estatística baseada na comparação de médias entre curvas e entre grupos por teste «t de Student», não emparelhado, e na correlação entre parâmetros) elementos significativos para a caracterização das curvas parciais, nomeadamente quanto às informações que podem fornecer sobre o tonus broncomotor comparativamente às curvas débito/volume totais ou máximas. Os nossos resultados sugerem que os débitos isovolume são mais elevados nas curvas parciais, do que nas curvas máximas, em doentes com patologia obstrutiva (bronquite crónica e asma) mas não em indivíduos normais; i.e., a forma das curvas parciais é idêntica, ou sobreponível, à das máximas em indivíduos normais, mas nos doentes com patologia obstrutiva nota-se uma marcada ultrapassagem (o componente brônquico) das curvas máximas pelas parciais, que as excedem francamente (característica que podemos designar por perfil-tipo das curvas parciais em condições basais). A resposta brônquica a agentes farmacológicos foi, na generalidade dos resultados, mais evidente nas curvas parciais do que nas curvas máximas (o que podemos descrever por comportamento-tipo das curvas parciais em provas farmacodinâmicas). Em comparação com as variações de outros parâmetros ventilatórios, especialmente do clássico V.E.M.S., e dos parâmetros pletismográficos S.R.aw. e S.G.aw., pudemos verificar a ocorrência de variações mais significativas nos débitos medidos em curvas débito/volume parciais, que se revelaram, assim, como as mais sensíveis às modificações do calibre brônquico. Do conjunto dos nossos resultados retirámos elementos importantes a favor do interesse das curvas débito/volume parciais, em especial, na diferenciação, muito nítida, entre indivíduos normais e doentes do foro pneumológico, com insuficiência ventilatória obstrutiva, ou restritiva; outro tanto não pode afirmar-se relativamente às diferenças verificadas entre não fumadores e fumadores, e, em portadores de patologia obstrutiva, entre asmáticos e bronquíticos crónicos, que, embora presentes, e significativas, não foram tão evidentes ou numerosas.
URI: https://hdl.handle.net/10316/865
Rights: embargoedAccess
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