Atividade física aeróbia e qualidade de vida: estudo clínico em crianças e adolescentes em programa de reabilitação

Abstract

Quality of Life as individuals perception of their position in life in the context of the culture and value systems in which they live and in relation to their goals, expectations, standards and concerns. In children, it can be influenced by relationships with family and friends and the school environment. Physical activity (PA) improves health and health-related quality of life (HRQoL) of children, including children with disabilities. Physical exercise helps preserve physical function, manage intercurrences of treatment, and improve psychological well-being. The goal of the present study is to evaluate the impact of physical exercise on the quality of life of the child, resulting from the introduction of an aerobic exercise component in the rehabilitation program.A longitudinal, non-random study was performed using a convenience sample selected from the consult of Pediatric Rehabilitation of the Physical Medicine and Rehabilitation Service of the Pediatric Hospital of the University Hospital of Coimbra. Were selected 17, that as part of their treatment regimen, they underwent aerobic controlled and monitored physical exercise, independently of the pathology and the rest of the rehabilitation program. Was used an questionary of QoL as a metric instrument. Individuals answered the questionary at the beginning and at the end of the rehabilitation program. It was evaluated the existence of a difference between QoL before and after the rehabilitation program, the difference in QoL between gender and groups of pathology.In our sample there was an increase in most of the parameters in the scale, namely factor III - Function. However, these differences are not statistically significant.In conclusion, there was a tendency for improvement in all factors and in QOL, although not statistically significant. These data suggest that standardized programs of aerobic exercise may not be the most beneficial in children and adolescents with disabilities. Considering the clinical and functional heterogeneity, in these, specific exercise programs, oriented to functional gains and QoL, should be favored

A Qualidade de Vida (QV) é tida como a perceção dos indivíduos da sua posição na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores em que vivem, e em relação com os seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. Na criança, pode ser influenciada pelas relações familiares, pelos amigos e pelo ambiente escolar. A atividade física (AF) melhora a saúde e a Qualidade de vida relacionada com a saúde (QVRS) das crianças, incluindo as portadoras de deficiência. O exercício físico ajuda a preservar a função física, gerir intercorrências do tratamento e melhorar o bem-estar psicológico. O objetivo do presente trabalho é avaliar o impacto do exercício físico na qualidade de vida da criança, resultante da introdução de um componente de exercício aeróbio no programa de reabilitação. Foi efetuado um estudo longitudinal, não aleatório, utilizando uma amostra de conveniência selecionada a partir da consulta de Reabilitação Pediátrica do Serviço de Medicina Física e Reabilitação do Hospital de Pediátrico do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. . Foram selecionadas 17 crianças, que como parte do seu esquema de tratamento realizaram exercício físico aeróbio controlado e monitorizado, independentemente da patologia e do restante programa de reabilitação. Como Instrumento métrico foi utilizado um questionário de QV, que foram preenchidos no início e no fim do programa de reabilitação. Foi avaliada a existência de diferença entre a QV antes e depois do programa de reabilitação, a diferença de QV entre género e grupos de patologia.Na nossa amostra houve aumento na maioria dos parâmetros na escala, nomeadamente no fator III – Função. No entanto, estas diferenças não são estatisticamente significativas.Em conclusão, houve uma tendência de melhoria em todos os fatores e na QV, embora sem significância estatística. Estes dados sugerem que programas standardizados de exercício aeróbio poderão não ser os mais benéficos nas crianças e adolescentes com deficiência. Considerando a heterogeneidade clínica e funcional, nestas, deverão ser privilegiados programas de exercício específicos, orientados aos ganhos funcionais e de QV.