Adaptação cardiovascular ao exercício- avaliação de um grupo de atletas

Abstract

Top-level athletes are subjected to a wide range of reversible physiological changes that culminate in a sum of clinical, electrocardiographic and echocardiographic adaptations, that alter the cardiac structure and function, known as Athlete's Heart. Different models of adaptation can be identified related to the type of exercise: dynamic vs static. However, the preparation of an elite athlete is usually mixed, training both static and dynamic components, which may lead to the fusion of hypertrophic patterns. This study aimed to analyze morphological and functional cardiac changes by transthoracic echocardiography in a group of top-level swimmers and to perform a comparative analysis with a group of healthy non-athletes. Anthropometric characteristics, ventricular dimensions and systolic function were evaluated by M-Mode echocardiography in and diastolic function by echo Doppler and tissue Doppler echocardiography. The groups were similar in gender, age, body mass, height and body surface area (p> 0,05). Swimmer's heart rate (67 ± 13,74 bpm) was significantly lower than that of the control group (81 ± 9,48 bpm) but had systolic blood pressure (118 ± 8,79 mmHg) significantly higher than the control group (112 ± 8,67 mmHg) (p = 0,001 and p = 0,035, respectively). It was observed that the left ventricular end-systolic and end-diastolic diameters, absolute ventricular mass and ventricular mass indexed to height were increased in swimmers (p <0,05). There were no statistically significant differences regarding ventricular geometry or ventricular relaxation patterns (p> 0,05). Two athletes had concentric remodeling of the left ventricle and two athletes had eccentric left ventricular hypertrophy. This study alerts the adaptive changes of the heart to physical exercise, focusing on morphofunctional aspects found within the Athlete's Heart spectrum.

O atleta de alta competição é sujeito a um vasto conjunto de alterações fisiológicas reversíveis que culminam num somatório de adaptações clínicas, electro e ecocardiográficas que alteram a estrutura e função cardíacas conhecidas como Coração de Atleta. Podem ser identificados modelos distintos de adaptação relacionados com o tipo de exercício dinâmico versus estático. No entanto, a preparação de um atleta de elite é geralmente mista, com treino de componente estática e dinâmica, o que poderá originar fusão de padrões hipertróficos. Este estudo teve como objetivo analisar as alterações cardíacas morfológicas e funcionais por ecocardiografia transtorácica num grupo de nadadores de alta competição e realizar uma análise comparativa com um grupo de não-atletas saudáveis. Avaliaram-se características antropométricas, dimensões ventriculares e função sistólica em Modo-M e função diastólica por eco Doppler e Doppler tecidular. Os grupos foram similares relativamente ao género, idade, massa corporal, estatura e área de superfície corporal (p>0,05). A frequência cardíaca dos nadadores (67 ± 13,74 bpm) foi significativamente menor relativamente à do grupo controlo (81± 9,48 bpm) mas apresentaram PA sistólica (118 ± 8,79 mmHg) significativamente superior ao grupo controlo (112 ± 8,67 mmHg) (p= 0,001 e p= 0,035, respetivamente). Observou-se que os diâmetros telessistólico e telediastólico do ventrículo esquerdo, massa ventricular absoluta e indexada à altura e estavam aumentadas nos nadadores (p<0,05). Não se verificaram diferenças estatisticamente significativas na geometria ventricular nem nos padrões de relaxamento ventriculares (p>0,05). Dois atletas apresentaram remodeling concêntrico do VE e dois atletas tinham hipertrofia ventricular esquerda excêntrica. Este estudo alerta para as alterações adaptativas do coração ao exercício físico, focando aspectos morfofuncionais enquadrados no espectro do Coração de Atleta.