Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/10316/79420
Título: Perceção da autoeficácia individual e coletiva dos docentes: contributo para a compreensão das boas práticas pedagógicas no ensino da enfermagem
Autor: Chaves, Manuel Carlos Rodrigues Fernandes 
Orientador: Pinheiro, Maria do Rosário Moura
Almeida, Leandro da Silva
Palavras-chave: Ensino Superior; Higher education; Autoeficácia; Self-efficacy; Competências Docentes; Teaching skills; Boas Práticas; Good practices; Ensino de Enfermagem; Nursing teaching
Data: 2-Fev-2018
Citação: CHAVES, Manuel Carlos Rodrigues Fernandes - Perceção da autoeficácia individual e coletiva dos docentes : contributo para a compreensão das boas práticas pedagógicas no ensino da enfermagem. Coimbra : [s.n.], 2018. Tese de doutoramento. Disponível na WWW: http://hdl.handle.net/10316/79420
Local de edição ou do evento: Coimbra
Resumo: Nas últimas duas décadas a expansão notável de ideias, políticas e práticas educativas e formativas no ensino superior geraram o que Zabalza (2011) designou de nova arquitetura académica (organização e estrutura dos cursos) e exigiram uma renovação da cultura académica (forma de pensar o ensino, a aprendizagem e o desempenho docente), desafiando, de forma inevitável, transformações didático-pedagógicas necessárias para fazer face à complexidade da organização e gestão do ensino superior, assim como à diversidade das suas ofertas formativas, dos seus públicos e contextos nacionais e internacionais de existência. Neste âmbito, as investigações sucederam-se destacando o papel do docente como um fator-chave para um sistema educativo eficaz que promova a qualidade do ensino e da aprendizagem. Neste sentido, é de esperar que a perceção de autoeficácia dos docentes, como juízo individual e coletivo acerca da capacidade do professor para utilizar competências pedagógicas para ensinar sob circunstâncias previsíveis, imprevisíveis e variadas, seja uma importante condição para o desenvolvimento das boas práticas docentes e com implicações nas aprendizagens dos estudantes. Tendo como suporte a teoria social cognitiva de Albert Bandura (1997) e os princípios e boas práticas docentes postulados por Chickering e Gamson (1987) destinados a desafiar os docentes do ensino superior a inovarem as suas estratégias de ensino e, dessa forma, facilitarem os processos de aprendizagem e socialização dos estudantes, este trabalho apresenta-se com o objetivo central de contribuir para a caracterização e explicação das boas práticas docentes no ensino da enfermagem a partir do estudo de construtos de cariz psicológico que interferem na ação docente, em particular a autoeficácia individual e coletiva, a resiliência e a satisfação com a profissão docente. Realizado com uma amostra de 212 docentes de 21 escolas de enfermagem públicas de Portugal, este estudo caracterizou-se por ser uma investigação não experimental que privilegia a análise quantitativa do tipo descritivo, diferencial e correlacional, em relação à autoeficácia, nas suas diversas dimensões e na sua relação com as boas práticas docentes. Os resultados evidenciam que as boas práticas docentes menos frequentes são aquelas que se relacionam com fornecer feedback imediato, ligado ao processo de monitorização e avaliação das aprendizagens, e com a definição de organização de prazos para as tarefas, numa lógica de gestão do tempo e do esforço dos estudantes. As boas práticas mais frequentes são centradas na comunicação de expetativas favoráveis acerca do desempenho dos estudantes e no uso de metodologias e técnicas de aprendizagem ativa, destinadas a favorecer a implicação dos estudantes no seu processo de aprendizagem e de produção de conhecimento. As análises de regressão permitem verificar que as variáveis de autoeficácia específica do professor, de autoeficácia generalizada e de autoeficácia coletiva contribuem para explicar as boas práticas docentes, assumindo poder explicativo diferenciado. As análises permitem identificar a autoeficácia específica do professor enquanto crença de que possui capacidade para fazer o aluno aprender, como a variável que detém maior poder preditivo em relação a cada uma das boas práticas autoavaliadas pelos docentes da nossa amostra. As boas práticas docentes cuja variância é mais explicada pelas crenças de autoeficácia foram o uso de metodologias e técnicas de aprendizagem ativa e o respeito pela diversidade de formas de aprendizagem. No que diz respeito às diferenças em função das características da autoavaliação do desempenho docente verificou-se que os professores que referiram ter aspetos a melhorar na sua unidade curricular, ter conhecimento didático e pedagógico para ultrapassar as dificuldades do desempenho docente e ter um plano para melhorar o ensino, obtiveram invariavelmente valores médios superiores nas crenças de autoeficácia específica do professor. O modelo testado (path analysis) confirmou a importância das variáveis de autoeficácia na explicação da medida das boas práticas docentes do ensino superior de enfermagem. Em específico, identificouse efeito direto das crenças de autoeficácia específica do professor, das crenças de autoeficácia generalizada e das crenças de autoeficácia coletiva. O efeito indireto, mediado pela variável de crenças de autoeficácia específica do professor, registou-se da parte das variáveis relativas às crenças de autoeficácia generalizada assim como das fontes de autoeficácia baseadas na experiência do domínio e na persuasão social. Os resultados desta investigação apresentam implicações ao nível da formação dos docentes, apoiando a criação de oportunidades para elevar a perceção de autoeficácia individual (generalizada e específica do professor) e a promoção de ambientes de trabalho que potenciem a autoeficácia coletiva percebida, como vias de acesso para otimizar novas abordagens para a autoavaliação e desenvolvimento de competências docentes no ensino superior. Para efeitos de investigação e intervenção formativa este trabalho disponibiliza, ainda, um conjunto de instrumentos, incluindo os que permitem a avaliação da autoeficácia coletiva (Escala de Autoeficácia Coletiva; Goddard & Hoy, 2003; versão portuguesa de Chaves & Pinheiro, 2013) e das boas práticas docentes (Inventários de Boas Práticas Docentes no Ensino Superior; Chickering & Gamson, 1991, versão portuguesa de Chaves & Pinheiro, 2015). Acrescentando suporte empírico no âmbito das condições pertinentes na formação pedagógica dos docentes de enfermagem, este estudo contribui para alargar as oportunidades de desenvolvimento de uma cultura de autoeficácia individual e coletiva no ensino superior.
Higher Education, Self-efficacy, Teaching Skills, Good Practices, Nursing Teaching. In the last two decades the remarkable expansion of educational and training ideas, policies and practices in higher education triggered what Zabalza (2011) called the new academic architecture (the organisation and structure of the programmes) and required the renewal of the academic culture (a new thinking on education, learning and teaching performance). This inevitably challenged the didactic and educational transformations, crucial to deal with the complexity of the organisation and management of higher education, as well as with the diversity of its formative offer, its audiences and both national and international contexts of existence. Ensuing research in this context highlighted the role of the teacher as the key factor of an effective educational system, promoting teaching and learning quality. In this sense, of self-efficacy of teachers, defined as the individual and collective assessment of a teacher’s capacity to use pedagogic skills to teach in foreseeable, unforeseeable and varied circumstances, is expected to be an important requirement for the development of good teaching practices and to have implications for student learning. Supported by the social-cognitive theory of Albert Bandura (1997) and by the seven teaching principles and practices postulated by Chickering and Gamson (1987), which challenge university teachers to innovate their teaching strategies, consequently facilitating student learning and socialisation processes, the present paper aims to characterise and explain good practices in nursing teaching, based on the study of psychological constructs which interfere with the teaching practice, in particular, individual and collective self-efficacy, resilience and satisfaction with the teaching profession. Based on a sample of 212 teachers and 21 public nursing schools in Portugal, this study is a non-experimental research focused on the quantitative analysis of descriptive, differential and co-relational kind about self-efficacy, and its relation with teaching good practices. The results show that good teaching practices that are less common are the ones that are related to providing immediate feedback, tied to the process of monitoring and assessing learning, and to setting up deadlines for the tasks, in terms of managing the time and effort of students. The most frequent good practices are focused on communicating positive expectations of the performance of students and the use of active learning methodologies and techniques, aimed at fostering the participation of students in their learning and knowledge production process. Regression analyses show that the specific teacher self-efficacy, the generalised self-efficacy and collective self-efficacy, contribute to explain good practices among teachers, assuming differentiated explanatory power. These analyses help identify the teacher’s specific self-efficacy, defined as a belief in the capacity to make the student learn, as the variable holding the greatest predictive power for each good practice, self-assessed by the teachers in our sample. The use of active teaching methods and techniques and the respect for diversity in learning methods are the good teaching practices whose variation is explained by the self-efficacy beliefs. Regarding the differences as a function of the characteristics of teaching performance self-assessment, it was seen that the teachers who said they had aspects which needed to be improved in their curricular unit had didactic and pedagogic knowledge to overcome teaching performance constraints and had a plan for improving teaching, invariably obtained higher average scores under specific teacher efficacy beliefs. The tested model (path analysis) confirmed the importance of the self-efficacy variables when explaining the measurement of good teaching practices in higher nursing training. In particular, the direct effect of beliefs in teacher specific self-efficacy, the beliefs in general self-efficacy and in collective self-efficacy were identified. The indirect effect, facilitated by the variable of teacher specific self-efficacy beliefs, was found in the variables concerning the general self-efficacy beliefs and the sources of self-efficacy based on the experience of social control and persuasion. The findings of the research point to the implications for teacher training, supporting the development of opportunities for enhancing the perception of individual self-efficacy (general and specific of the teacher) and the promotion of work environments that foster the perceived collective self-efficacy, as pathways to the optimisation of new approaches to self-assessment and the development of teaching skills in higher education. For investigational purposes and educational intervention, this paper even provides a set of tools, including those that allow the assessment of collective self-efficacy (Collective Efficacy Scale; Goddard & Hoy, 2003; Portuguese version by Chaves & Pinheiro, 2013) and of good teaching practices (Seven principles for Good Practice in Undergraduate Education; Chickering & Gamson, 1991, Portuguese version by Chaves & Pinheiro, 2015). Providing empirical support to the relevant conditions of pedagogic training of nursing teachers, the study contributes to expanding the opportunities of development of a culture of individual and collective self-efficacy in higher education.
Descrição: Tese de doutoramento em Ciências da Educação, na especialidade de Psicologia da Educação, apresentada à Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/79420
Direitos: openAccess
Aparece nas coleções:FPCEUC - Teses de Doutoramento

Ficheiros deste registo:
Ficheiro Descrição TamanhoFormato
Perceção da autoeficácia individual e coletiva dos docentes.pdf7.33 MBAdobe PDFVer/Abrir
Mostrar registo em formato completo

Visualizações de página

359
Visto em 26/mar/2024

Downloads 20

1.480
Visto em 26/mar/2024

Google ScholarTM

Verificar


Todos os registos no repositório estão protegidos por leis de copyright, com todos os direitos reservados.