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Título: Papel do resveratrol no contexto da prevenção da aterosclerose : mecanismos moleculares envolvidos na apoptose e proliferação celular
Outros títulos: The role of resveratrol in the context of atherosclerosis prevention : molecular mechanisms involved in apoptosis and cell proliferation
Autor: Brito, Paula Matos de 
Orientador: Dinis, Teresa do Carmo Pimenta
Almeida, Leonor Martins de
Nègre-Salvayre, Anne
Palavras-chave: Resveratrol -- uso terapêutico; Aterosclerose -- prevenção e controlo; Apoptose
Data: 17-Dez-2007
Resumo: A aterosclerose, principal causa de morte nos países com estilo de vida ocidental, é uma doença inflamatória crónica associada a stress oxidativo. Inicialmente, pensou-se que o papel do stress oxidativo na aterosclerose, em consequência de um aumento da concentração de espécies reactivas de oxigénio e de nitrogénio na parede arterial, tais como o peroxinitrito (ONOO-), se restringia à oxidação das lipoproteínas de baixa densidade humanas (LDL). De facto, as LDLox desencadeiam, in vitro, eventos que se crêem ocorrer in vivo durante a patogénese da doença, incluindo a disfunção endotelial, a formação de células esponjosas e a proliferação de células musculares lisas. No entanto, é hoje claro, que o stress oxidativo e o papel das espécies reactivas na parede arterial, vão muito para além da oxidação das LDL, uma vez que à semelhança do que ocorre com as LDLox, também desencadeiam in vitro vários processos subjacentes à iniciação e àevolução da doença in vivo. O resveratrol (3,4’,5-trihidroxi-estilbeno) é uma fitoalexina sintetizada na casca da uva, que ocorre no vinho, em particular no vinho tinto. Recentemente, foi proposto que o resveratrol podia ser um dos compostos activos responsáveis pela diminuição da incidência de doenças cardiovasculares, nos consumidores moderados de vinho. Os efeitos cardioprotectores do resveratrol têm sido atribuídos às suas actividades biológicas, tais como actividade antioxidante, actividade anti-proliferativa, actividade anti-plaquetar e actividade anti-inflamatória. Contudo, os mecanismos celulares e moleculares subjacentes aos seus efeitos cardioprotectores permanecem por esclarecer. Assim, neste estudo pretendeu-se: (1) investigar a capacidade do resveratrol prevenir a morte das células endoteliais da aorta bovina (BAEC) mediada pelo ONOO– e potenciais mecanismos bioquímicos celulares subjacentes (capítulos 2 e 3); (2) avaliar a actividade anti-proliferativa do resveratrol em células musculares lisas (SMC) estimuladas com LDLox e, mais particularmente, na via de sinalização da mTOR (capítulo 4). 6 Numa primeira fase deste estudo, demonstrou-se que uma pré-incubação longa (14 h) das células endoteliais com o resveratrol protege as células do dano mediado pelo ONOO– 500 μM, de uma forma dependente da concentração. Para a concentração mais elevada testada (50 μM), o resveratrol confere citoprotecção por um mecanismo que envolve o aumento do conteúdo intracelular de glutatião (capítulo 2). Posteriormente, investigou-se o mecanismo pelo qual concentrações mais baixas de resveratrol (10 μM) previnem a morte celular induzida pelo ONOOem BAEC (capítulo 3). O resveratrol inibe a actividade das caspases-3 e -9, mas não a da caspase-8, interrompendo preferencialmente a via mitocondrial da apoptose induzida pelo ONOO–. Esta interferência na via mitocondrial é, muito provavelmente, uma consequência da capacidade do resveratrol em modular os níveis intracelulares da proteína Bcl-2, sem afectar os da proteína Bax. Numa fase final deste trabalho, estudaram-se vias complementares pelas quais as LDLox exercem os seus efeitos mitogénicos, mais particularmente na via da mTOR e o papel do resveratrol nessa mesma via (capítulo 4). As LDLox estimulam a via da mTOR, como observado não só pelo padrão de fosforilação de mTOR e do seu alvo a jusante p70S6K como também pela inibição da proliferação das SMC induzida pelas LDLox, na presença do inibidor da mTOR, a rapamicina. Adicionalmente, os resultados indicam que a via ERK1/2 pode influenciar a via da mTOR, mas que o contrário não ocorre. O resveratrol inibe a proliferação das SMC induzida por LDLox, por um mecanismo dependente da via mTOR e independente de ERK1/2. Em conclusão, o presente estudo desvenda mecanismos celulares e moleculares subjacentes à actividade anti-apoptótica e anti-proliferativa do resveratrol. Além disso, ele também expande o nosso conhecimento acerca dos efeitos cardioprotectores potenciais do resveratrol e reforça o seu papel na prevenção da formação das lesões ateroscleróticas, protegendo dois tipos de células vasculares, as células endoteliais e as células musculares lisas, de dois eventos precoces pró-aterogénicos mediados por stress oxidativo.
Descrição: Tese de doutoramento em Farmácia (Bioquímica) apresentada à Fac. de Farmácia de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/7476
Direitos: openAccess
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