Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/41221
Title: Qualidade de vida no adolescente desportista : evolução na época desportiva
Authors: Botas, Philippe José Couto 
Orientador: Santiago, Luís Miguel
Ribeiro, Carlos Fontes
Keywords: Adolescente; Desportos; Qualidade de vida
Issue Date: Jun-2016
Abstract: Introdução A qualidade de vida (QoL) é uma importante medida de saúde das populações. A evidência destaca os efeitos benéficos da participação em atividades desportivas, com impacto na QoL. Em Portugal são escassos os trabalhos nesta área, nomeadamente nas crianças e adolescentes. É importante estudar em que medida o desporto influencia a QoL, avaliar e caracterizar a QoL dos adolescentes desportistas, assim como explorar fatores determinantes. Objetivos Geral: Avaliar e caracterizar a QoL genérica de adolescentes praticantes de futebol 11, durante uma época desportiva, através de questionário “escala genérica do Inventário Pediátrico de Qualidade de Vida versão 4.0 (PedsQL 4.0)”. Específicos: Conhecer a evolução da QoL percecionada em dois períodos temporais da época desportiva e o potencial impacto de variáveis como: escalão desportivo; sofrer de doença; toma de medicamentos; titularidade; jogar regularmente; sofrer de lesão desportiva e rendimento escolar. Material Versão portuguesa do questionário escala genérica do PedsQL 4.0, relatório para adolescentes. Ficha de dados, especificamente elaborada, para colheita de variáveis epidemiológicas. Documento de consentimento informado. Universo de adolescentes do sexo masculino que praticam futebol na Associação Académica de Coimbra/ Organismo Autónomo de Futebol, nos escalões principais de iniciados, juvenis e juniores. Funcionários administrativos e das equipas técnicas dos escalões jovens da Associação Académica de Coimbra/ Organismo Autónomo de Futebol. Metodologia Tipo de estudo: observacional em dois pontos de medida, do tipo transversal, por aplicação de questionário. Amostra representativa da população, como o conjunto de respondentes, em dois tempos da época desportiva. A população correspondeu ao universo de estudo. O investigador entregou presencialmente os questionários aos atletas, com referência expressa a confidencialidade, anonimato e sigilo das respostas. A aplicação dos questionários foi realizada em dois tempos diferentes, fase inicial da época desportiva – tempo 1 – e fase final da época desportiva – tempo 2. Foram critérios de exclusão: nacionalidade estrangeira/ não domínio da língua portuguesa; não integrar a equipa no tempo 1. Entrega dos questionários: tempo 1 em 18, 19 e 21 de novembro de 2014, para juniores, iniciados e juvenis, respetivamente. Tempo 2 em 25 de março de 2015 para iniciados, 30 de abril de 2015 para juvenis e 11 de maio de 2015 para juniores. Análise de dados em SPSS 20.0 com estatística descritiva e inferencial. Resultados Em ambos os tempos de aplicação dos questionários a amostra foi representativa da população. Amostra de 64 questionários correspondente a 88,9% dos adolescentes atletas no tempo 1 e de 54 questionários correspondente a 91,5% dos adolescentes atletas no tempo 2. Na transição de tempos destacam-se 13 missings. Se no tempo 1 o escalão mais representativo foram os juvenis, no tempo 2 foram os iniciados. Não se verificaram diferenças estatisticamente significativas entre as amostras dos dois tempos para as variáveis: idade; escalão desportivo; reprovação de ano na escola; classificação negativa em disciplinas no último ano; padecimento de doença ou problema de saúde; toma de medicamentos diariamente; lesão desportiva no último mês; titularidade na maioria dos jogos no último mês; jogar na maioria dos jogos no último mês. O auto-relato de doença ou toma de medicamentos diariamente foi muito reduzido, pelo que as amostras são de adolescentes saudáveis. Do tempo 1 para o tempo 2 verifica-se uma maior pontuação média no PedsQL, para o total (85,91±9,21 e 86,97±9,19, respetivamente) e em todas as dimensões de saúde, contudo sem significado estatístico. Em ambos os tempos, as dimensões física e social tiveram as pontuações mais elevadas e a dimensão escolar teve a menor pontuação média. Na análise isolada por escalões também não se verificaram diferenças estatísticas entre os dois tempos. Na análise da pontuação média obtida no PedsQL em função de variáveis para cada amostra, no tempo 1 e no tempo 2, obtiveram-se os seguintes resultados: Em ambos os tempos, a pontuação média no PedsQL foi mais elevada para os atletas no escalão de iniciados, em todas as dimensões. Com significado estatístico, exceto para a dimensão social. Em ambos os tempos, a pontuação média no PedsQL foi mais baixa para os atletas que relataram já ter chumbado de ano ou ter tido negativa no último ano. As diferenças não tiveram significado estatístico. Em cada amostra, as pontuações médias no PedsQL não foram significativamente diferentes em função das variáveis “lesão desportiva no último mês”; “titularidade na maioria dos jogos no último mês” e “jogar na maioria dos jogos no último mês”. Discussão Na comparação com outros estudos em populações genéricas de crianças e adolescentes, verificámos que as nossas amostras de atletas tiveram maiores pontuações médias no PedsQL. Em contrapartida, estes valores foram inferiores ao registado em estudo a adolescentes atletas nos Estados Unidos da América. Não encontrámos na literatura médica outros estudos que analisem a evolução da QoL em adolescentes atletas ao longo da época desportiva. A relação da QoL com a idade não é clara nos diferentes estudos. A menor pontuação verificada em escalões desportivos superiores pode ter influência de fatores socioculturais. Na nossa investigação, a menor QoL para os adolescentes que relataram pior rendimento escolar, está em acordo com a evidência existente. São necessários mais estudos para avaliar a relação entre o rendimento desportivo e a QoL, assim como qual a melhor forma de o fazer. Conclusões Os adolescentes atletas são uma população com características próprias, que reflete-se em melhor QoL percecionada, relativamente estável ao longo da época desportiva. É importante desenvolver investigação que permita concluir sobre a melhor forma de avaliar variáveis que influenciam a QoL na dimensão desportiva
Introduction Quality of life (QoL) is an important measure of population health. The evidence highlights the benefits of sports participation with impact on QoL. In Portugal there are few studies in this area, particularly among children and adolescents. It is important to study how far the sport influences QoL, evaluate and characterize the QoL of adolescent athletes, as well as explore determinants. Objectives General: To evaluate and to characterize the generic QoL of adolescent soccer players over a sport season using the “Pediatric Quality of Life Inventory Generic Core Scales version 4.0 (PedsQL 4.0)”. Specific: To ascertain QoL evolution in two periods of the season and the potential impact of variables such as: competitive levels; suffering from disease; taking medicines; being on first eleven; playing regularly; sports injury and academic performance. Material Portuguese version of the adolescent report of PedsQL generic core scales. Specifically designed data collection sheet for epidemiological variables. Informed consent form. We defined Universe as the male adolescent soccer players at Associação Académica de Coimbra/ Organismo Autónomo de Futebol, within the principal young competitive levels. Associação Académica de Coimbra/ Organismo Autónomo de Futebol administrative staff and technical teams of youth football. Methodology Cross-sectional study in two specific periods with questionnaire delivery. Representative sample as the number of respondents in two stages of the season. Personal delivery of the questionnaire with referral to the sigilous, anonymous and confidential environment of the study. The questionnaires were delivered at two different times: early stage of the season - time 1 - and final stage of the season - time 2. Exclusion criteria: foreign nationality/ no knowledge of Portuguese; athletes not included in the team in time 1. The study periods were 18, 19 and 21 November 2014 to time 1 and 25 March, 30 April and 11 May 2015 to time 2. Statistical analysis both descriptive and inferential using SPSS 20.0 package. Results In both study periods we obtained representative samples. In time 1 a sample of 64 questionnaires (88,9% of adolescent athletes) and in time 2 a sample of 54 questionnaires (91,5% of adolescent athletes). We noted 13 missing. In time 1 the intermediate competitive level was the more representative while in time 2 was the younger competitive level. There were no statistically significant differences between the samples in the two periods for the variables: age; competitive levels; school year reproof; school negative rating in the last year; suffering from disease or health condition; taking daily medicines; sports injury in last month; being most of games on first eleven in last month; playing most of games in last month. Self-reporting of illness or continuous taking of medicines was very low, so the samples are healthy adolescents. From time 1 to time 2 we verified a higher average total score on the PedsQL (85,91±9,21 and 86,97±9,19, respectively) and also at all health dimensions, despite no statistical significance. In both study periods, physical and social dimensions had the highest scores and the school dimension had the lowest average score. In the analysis by competitive levels there were no statistical differences between the two study periods. As main results to the average score on the PedsQL by variables for each sample (time 1 and time 2): In both periods the average score on the PedsQL in all dimensions was higher for athletes in younger competitive level, with statistical significance except for the social dimension. In both periods the average score on the PedsQL was lower for athletes who reported a school year reproof or school negative rating in the last year, with no statistical difference. For each sample the average score on the PedsQL were not significantly different to the variables “sports injury in last month”, “being most of games on first eleven in last month” and “playing most of games in last month”. Discussion Compared to other studies in general population of children and adolescents, we found that our samples of athletes had higher average scores on the PedsQL. Our results were lower than that recorded in other study in adolescent athletes. No other studies were found which analyze de evolution of QoL over a sport season. It is not clear the relation between QoL and age. In our research the lowest score recorded to elder competitive levels may have influence of sociocultural factors. The lowest QoL recorded for adolescents who reported worse school performance is according to evidence. Further studies are needed to assess the relationship between sports performance and QoL, and also the best way to do it. Conclusions Adolescent athletes are a population with its own characteristics which reflects in better QoL relatively stable throughout the sports season. It is important to develop research that leads to conclusions about the best way to evaluate variables that influence QoL in sports dimension.
Description: Dissertação de mestrado em Medicina do Desporto, apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/41221
Rights: openAccess
Appears in Collections:UC - Dissertações de Mestrado
FMUC Medicina - Teses de Mestrado

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