Building (In)existences in the U.S. American Empire: The Plight of HIV Haitian Refugees in Gitmo

Abstract

The consequences of the global impact of the American Empire are becoming conspicuous. The history of the “melting pot” nation overflows with disavowing episodes of victims of the imperial mechanisms, and culminates in the creation of a double tier of citizenship that unfolds into full personhood on the one hand, and rightless and displaced individuals, on the other. During the 90s, Guantanamo Bay Naval Base was repurposed into a Haitian refugee camp, and later into an HIV concentration camp. The base liminal geopolitical situation was exploited in order to transform Haitian refugees into rightless individuals, which was supported, at home, by official narratives that created the black body as a diseased and polluted location. This paper thus intends to explore the mechanisms of creation of the double tier system of citizenship that were in place in Guantanamo Bay Naval Base during the Haitian occupation.

As consequências globais do Império Americano começam a tornar-se conspícuas. A história da nação do “melting pot” revela inúmeros casos de recusa das vítimas dos mecanismos imperiais, e culmina na criação de uma dupla estrutura de cidadania que se desdobra numa cidadania plena, por um lado, e em indivíduos destituídos de direitos e deslocados, por outro. Durante os anos 90, a Base Naval da Baía de Guantánamo foi reconvertida num campo de refugiados e, mais tarde, num campo de concentração de doentes com VIH. A situação geopolítica liminar da base foi explorada no sentido de transformar os refugiados haitianos em indivíduos sem direitos, uma ação apoiada por discursos políticos oficiais que criavam o corpo negro como o epicentro da doença e da poluição. Este artigo pretende, assim, explorar os mecanismos de criação da dupla estrutura de cidadania presentes na Base Naval da Baía de Guantánamo, durante a ocupação haitiana.