Gestão de programas de treino individualizado e condição física em praticantes regulares

Abstract

INTRODUÇÃO: As investigações sobre a eficácia na gestão e aplicação de programas de treino individualizado surgem maioritariamente, na literatura científica, na forma de estudos de caso, com abordagem às populações clínicas ou especiais bem como, em investigações com amostras reduzidas. OBJECTIVOS: Dito isto, os objectivos do presente estudo consistiram em verificar os efeitos de um programa de exercício físico na modificabilidade dos indicadores de aptidão física/funcional (ApFF); e analisar as possíveis diferenças nos indicadores de ApFF e nos parâmetros qualidade de vida relacionada à saúde e do bemestar psicológico ligado à saúde mental em função do grupo de peso corporal, do grupo etário e do género, em praticantes de exercício físico regular adultos. MÉTODO: Para o efeito, participaram do estudo N = 40 indivíduos de ambos os géneros sendo n = 26 participante do sexo feminino (49.58±13.59) e n = 14 do sexo masculino (46.79±11.97). INSTRUMENTOS: Foi aplicada uma bateria de testes para avaliação de componentes da ApFF que incluiu: a massa corporal e altura (para calculo do índice de massa corporal), percentagem de massa gorda, circunferências anatómicas, pressão arterial, frequência cardíaca de repouso e teste da milha. Para avaliação da qualidade vida relacionada com a saúde foi aplicado o questionário SF-36 e para os estados de humor foi utilizado o POMS, ambos na versão portuguesa. RESULTADOS: Emergiram maioritariamente, embora fracas, associações inversas entre as variáveis psicológicas e de qualidade de vida relacionada à saúde e as variáveis de ApFF. Independentemente do modo como foram agrupados os participantes (em função do género, peso, idade), revelaram um estado geral de saúde razoável, embora frequentemente abaixo da média em vários dos indicadores de ApFF. Um programa de intervenção com duração de 12 semanas foi suficiente para promover a modificabilidade positiva de todos os indicadores de ApFF (p <.01). Conclusões: Pode-se constatar que os indivíduos saíram de um estado de saúde geral baixo-razoável e caminharam para um estado geral de saúde satisfatório. Para os participantes deste estudo, a percepção da qualidade de vida e do bem-estar psicológico ligado a saúde mental pode estar sendo influenciada positivamente por algum aspecto sociocultural. RECOMENDAÇÕES: Introduzir um grupo controlo em ambos os estudos (transversal e intervenção), o que permitirá uma comparação entre praticantes e não praticantes bem como avaliar a modificabilidade das dimensões de qualidade de vida relacionada à saúde e do bem-estar psicológico ligado à saúde mental no grupo de intervenção.

BACKGROUND: Research´s on the effectiveness of the management and implementation of individualized training programs arise in the scientific literature mostly in the form of casestudies, with the approach of special clinical populations as well, as in studies with small samples. GOALS: The aim of this study was to investigate the effects of an exercise program on physical fitness variables (ApFF) and to determine differences in ApFF, healthrelated quality of life and in mood states in practitioners of regular physical exercise adults. METHODS: For this purpose, participated in the study N = 40 individuals of both gender and n = 26 female (49.58 ± 13:59) and n = 14 males (46.79 ± 11.97). DATA COLECTION: We applied a battery of tests to assess the ApFF which included: body mass and height (for calculation of body mass index), percentage of body fat mass, anatomical circumferences, blood pressure, resting heart rate and One Mile Test. To measure the health-related quality of life was administered SF-36 questionnaire and mood states were assessed by the POMSSF, both in the Portuguese version. RESULTS: Emerged mostly weak and inverse associations between psychological variables and health-related quality of life when correlated with variables ApFF. Participants showed a general state of reasonable health, but often below the mean for most indicators of the ApFF. An intervention program lasting 12 weeks was able to improve ApFF (p <.01). CONCLUSIONS: Physical exercise seems to promote improvements in several factors related with a positive health. Perception of quality of life and mood states can be influenced positively by some socio-cultural aspect. RECOMMENDATIONS: Using a control group in both studies (cross-sectional and intervention), allowing a comparison differences between practitioners and non-practitioners as well, as to assess the changeability of dimensions of health-related quality of life and mood states in intervention study.