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Título: NATO: upholding Civilisation, protecting Individuals. The unconscious dimension of international security
Autor: Mota, Sarah Carreira da 
Orientador: Pureza, José Manuel
Barrinha, André
Palavras-chave: NATO; Western civilisation; Civilised Subject of Security; Individualisation of Security; Unconscious; OTAN
Data: 15-Dez-2016
Citação: MOTA, Sarah Carreira da - NATO : upholding civilisation, protecting Individuals : the unconscious dimension of international security. Coimbra : [s.n.], 2016. Tese de doutoramento. Disponível na WWW: http://hdl.handle.net/10316/32135
Resumo: This dissertation offers a critical analysis of the North Atlantic Alliance Organisation (NATO) within the field of critical security studies, fundamentally aiming at two concurring goals: innovating the conceptual reflection on the history of the organisation; and deconstructing the psychosocial processes underlying the establishment of prevailing meanings in contemporary international security. It is motivated by a fundamental epistemological concern over how hegemonic forms of knowledge have shaped not only collective perceptions and representations of the world, but also how they have influenced their very becoming. This concern is related particularly to the impact unconscious forms of knowledge may have on the prevailing readings and practices of contemporary international security. The analysis focuses on NATO as an object of study, in which the unconscious dimension of knowledge is fundamentally questioned and searched for in relation to international security. It interrogates to what extent the seemingly natural evolution of NATO’s referent object of security – what it aims at securing – may be framed by unconscious processes. This study specifically looks at the relation between the security of civilisation and the security of individuals, as they have been conceptualised and practiced throughout NATO’s evolution. How did NATO’s priorities evolve from a seminal concern toward the “civilisation of its people” in 1949, to the protection of individuals after the Cold War? How have these two substantially different referents cohabited throughout NATO’s evolution? As both the concept and the narrative on civilisation have been superficially approached in current analyses of NATO, this dissertation suggests a historicisation and a genealogy of both referents of security of the Alliance, drawing on a critical discursive analysis. By doing this, it enhances the importance of a long duration approach of complex processes that have been silently anchored in the unconscious of the world, and that actually go beyond the defense and security of the immediate. Through an interdisciplinary approach that incorporates theories and concepts from areas such as history, sociology, social psychology and psychoanalysis, two interrelated arguments are developed. First, the conceptualisation of the “Civilised Subject of Security” shows that the civilisation of the West has consisted of a psychosocial process consistently producing civilised and secure subjects around the world. This process has relied on an ontological need individuals have for security, which draws on deep psychoanalytic and symbolic reasons, and without which they cannot be produced and reproduced as civilised subjects across space and time. Thus, the unconscious of Western civilised subjects has been the thread holding the timeless meanings and perceptions of security that enables the West to dominate international security. This first claim sustains the second; namely, the Civilised Subject of Security at the core of the West is the basis supporting NATO’s particular endorsement of the Individualisation of Security as a transformative process of post-Cold War international security, through which Western civilisation has been upheld and continued in the field of international security. Thus, individual-centred security policies have been enacted as part of the civilising process of non-Western states, because they have sought to instil specific transformations of behaviour and security rationales that aim at producing secure civilised subjects out of the original North-Atlantic area. Resumo Esta tese desenvolve uma análise crítica da Organização do Tratado do Atl â ntico Norte (OTAN), que se insere no campo dos estudos críticos sobre segurança. São dois os objetivos fundamentais a que se propõe: por um lado, inovar o debate conceptual sobre a história da organização; por outro, desconstruir os processos psicossociais inerentes aos sign ificados predominantes e instituídos na segurança internacional contemporânea. Este trabalho é motivado por uma preocupação epistemológica essencial relativamente à forma como o conhecimento hegemónico te m moldado não só perceções e representações colet iva s do mundo, como também te m influenciado o seu devir. Esta preocupação prende - se em particular com o impacto que formas inconscientes de conhecimento podem exercer sobre as leituras e práticas predominantes da segurança internacional contemporânea. A análi se tem por objeto de estudo a OTAN, no seio da qual é investigada a dimensão inconsciente do conheci mento em relação à segurança internacional. Questiona - se em que medida processos inconscientes podem estar envolvidos na aparente naturalidade com que o obj ecto referente de segurança da OTAN – aquilo que pretende securizar – evoluiu. Especificamente, este estudo considera a relação entre a segurança da civilização e a segur ança dos indivíduos, tal como tê m sido conceptualizada s e posta s em prática ao longo d a evolução da OTAN. De que forma as prioridades da OTAN passaram de uma proecupaçã o original para com a “civilização dos seus povos” em 1949, para a proteção dos indivíduos depois da Guerra Fria? Como é que estes dois referentes substancialmente diferentes foram coabitando no seio da Aliança ? Quer enquanto conceito, quer enquanto narrativa, a civilização tem sido abordada de forma superficial pela literatura existente sobre a OTAN. Em conseq u ência, esta tese sugere uma historicização e uma genealogia de amb os estes referentes de segurança da Aliança, com base numa análise discursiva crítica. Assim, é privilegiada uma abordagem de longa duração dos processos complexos que têm estado silenciosamente ancorados no insconsciente do mundo, e que vão para além da d efesa e da segurança do imediato. Através de uma abordagem interdisciplinar que incorpora teorias e conceitos de áreas como a história, sociologia, psicologia social e psicanálise, são desenvolvidos doi s argumentos interdependentes. Primeiramente , a concep tualização do “Sujeito Civilizado de Segurança” mostra que a civilização do Ocidente consiste num processo psicossocial que tem produzido de forma consistente sujeitos civilizados e seguros em redor do mundo. Este processo depende de uma iv necessidade ontoló gica que os indivíduos têm de segur ança, que advém de motivos psicanalíticos e simbólicos profundos, segurança sem a qual eles não podem formar - se e reproduzir - se enquanto sujeitos civilizados ao longo do espaço e do tempo. O inconsciente dos sujeitos civi lizados do Ocidente tem sido o fio condutor dos significados e perceções intemporais de segurança que permitem que o Ocidente domine a segurança internacional. Este primeiro argumento fundamenta o segundo, nomeadamente, o Sujeito Civilizado de Segurança qu e está no cerne do Ocidente é o pilar que sustenta a implementação da Individualização da Segurança pela OTAN. A Individualização da Segurança afirmou - se como um processo transformativo da segurança internacional no pós - Guerra Fria, através do qual a civil ização ocidental pôde preservar - se e prosseguir no campo da segurança internacional. Com efeito, as políticas de segurança centradas no indivíduo têm sido aplicadas enquanto parte de um processo civilizador de estados não ocidentais, porque têm procurado i nstigar mudanças específicas de comportamento e de pensamento securitário que visam gerar sujeitos civilizados e seguros fora da área original do Tratado do Atântico Norte.
Esta tese desenvolve uma análise crítica da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), que se insere no campo dos estudos críticos sobre segurança. São dois os objetivos fundamentais a que se propõe: por um lado, inovar o debate conceptual sobre a história da organização; por outro, desconstruir os processos psicossociais inerentes aos significados predominantes e instituídos na segurança internacional contemporânea. Este trabalho é motivado por uma preocupação epistemológica essencial relativamente à forma como o conhecimento hegemónico tem moldado não só perceções e representações coletivas do mundo, como também tem influenciado o seu devir. Esta preocupação prendese em particular com o impacto que formas inconscientes de conhecimento podem exercer sobre as leituras e práticas predominantes da segurança internacional contemporânea. A análise tem por objeto de estudo a OTAN, no seio da qual é investigada a dimensão inconsciente do conhecimento em relação à segurança internacional. Questiona-se em que medida processos inconscientes podem estar envolvidos na aparente naturalidade com que o objecto referente de segurança da OTAN – aquilo que pretende securizar – evoluiu. Especificamente, este estudo considera a relação entre a segurança da civilização e a segurança dos indivíduos, tal como têm sido conceptualizadas e postas em prática ao longo da evolução da OTAN. De que forma as prioridades da OTAN passaram de uma proecupação original para com a “civilização dos seus povos” em 1949, para a proteção dos indivíduos depois da Guerra Fria? Como é que estes dois referentes substancialmente diferentes foram coabitando no seio da Aliança? Quer enquanto conceito, quer enquanto narrativa, a civilização tem sido abordada de forma superficial pela literatura existente sobre a OTAN. Em consequência, esta tese sugere uma historicização e uma genealogia de ambos estes referentes de segurança da Aliança, com base numa análise discursiva crítica. Assim, é privilegiada uma abordagem de longa duração dos processos complexos que têm estado silenciosamente ancorados no insconsciente do mundo, e que vão para além da defesa e da segurança do imediato. Através de uma abordagem interdisciplinar que incorpora teorias e conceitos de áreas como a história, sociologia, psicologia social e psicanálise, são desenvolvidos dois argumentos interdependentes. Primeiramente, a conceptualização do “Sujeito Civilizado de Segurança” mostra que a civilização do Ocidente consiste num processo psicossocial que tem produzido de forma consistente sujeitos civilizados e seguros em redor do mundo. Este processo depende de uma necessidade ontológica que os indivíduos têm de segurança, que advém de motivos psicanalíticos e simbólicos profundos, segurança sem a qual eles não podem formar-se e reproduzir-se enquanto sujeitos civilizados ao longo do espaço e do tempo. O inconsciente dos sujeitos civilizados do Ocidente tem sido o fio condutor dos significados e perceções intemporais de segurança que permitem que o Ocidente domine a segurança internacional. Este primeiro argumento fundamenta o segundo, nomeadamente, o Sujeito Civilizado de Segurança que está no cerne do Ocidente é o pilar que sustenta a implementação da Individualização da Segurança pela OTAN. A Individualização da Segurança afirmou-se como um processo transformativo da segurança internacional no pós-Guerra Fria, através do qual a civilização ocidental pôde preservar-se e prosseguir no campo da segurança internacional. Com efeito, as políticas de segurança centradas no indivíduo têm sido aplicadas enquanto parte de um processo civilizador de estados não ocidentais, porque têm procurado instigar mudanças específicas de comportamento e de pensamento securitário que visam gerar sujeitos civilizados e seguros fora da área original do Tratado do Atlântico Norte.
Descrição: Tese de doutoramento em Relações Internacionais na especialidade de Política Internacional e Resolução de Conflitos, apresentada à Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/32135
Direitos: openAccess
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