Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/31954
Title: Movimentos sociais e sindicalismo em tempos de crise. O caso português: alianças ou tensões latentes?
Authors: Fonseca, Dora Joana Madureira da Costa 
Orientador: Estanque, Elísio
Keywords: Austeridade; Movimento sindical; Movimentos sociais; Colaboração/articulação; Tensões; Austerity; Trade unions movement; Social movements
Issue Date: 19-Dec-2016
Citation: FONSECA, Dora - Movimentos sociais e sindicalismo em tempos de crise : o caso português : alianças ou tensões latentes?. Coimbra : [s.n.], 2016. Tese de doutoramento. Disponível na WWW: http://hdl.handle.net/10316/31954
Project: info:eu-repo/grantAgreement/FCT/SFRH/SFRH/BD/66259/2009/PT 
Abstract: Os anos de 2011 a 2013 foram de forte contestação. Amplos setores da sociedade civil mobilizaram-se em oposição às sociedades de austeridade, conformando-se um ciclo de protesto em que a indignação foi a nota dominante. O campo sindical também se mobilizou, tendo aquele período sido marcado por várias greves gerais, inúmeras greves setoriais e outras ações de luta do foro sindical. Em Portugal, os atores envolvidos na contestação enfrentaram um contexto marcado pela degradação da situação económica, social e política do país. Se essa situação impulsionou a emergência de vários atores coletivos que se enquadravam no espectro dos movimentos sociais em rede, colocou também ainda mais obstáculos a um movimento sindical já muito fragilizado pelos vários aspetos associados à crise do sindicalismo, nomeadamente pela deterioração acelerada das relações de trabalho e tendências de precarização. Movimento sindical e movimentos sociais confrontaram-se também com a amplificação da crise no território europeu. A similitude de objetivos e a situação de ameaça (no sentido de que se nada fosse feito, a imposição da austeridade progrediria em direção a níveis insustentáveis) colocou lado a lado atores sindicais e movimentos sociais, delineando-se a possibilidade de uma colaboração/articulação entre eles. Ao que aos movimentos sociais e suas organizações diz respeito, a colaboração/articulação podia proporcionar o fortalecimento da sua ação e contribuir para a concretização das suas aspirações. Enquanto para o movimento sindical, a colaboração/articulação podia conferir mais força à sua ação e objetivos e também contribuir para dinâmicas importantes no quadro de renovação do movimento sindical. Os principais interesses que norteiam a condução deste estudo são dois e estão interrelacionados. Por um lado, o mapeamento dos atores coletivos que conduziram a contestação durante o período de maior incidência da imposição da austeridade em Portugal. Nesse sentido, é levada a cabo uma caracterização desses atores quanto a objetivos, formas de organização, dinâmicas intra e inter organizações, estratégias adotadas e processos de mobilização levados a cabo. Esse mapeamento abrange também os atores coletivos centrados no combate à precariedade. Por outro, procura identificar os pontos de articulação entre os campos sindical e dos movimentos sociais no âmbito da oposição à austeridade, o que remete para a identificação e análise das relações de colaboração/articulação entre esses atores. O enfoque é colocado nos fatores que condicionaram ou limitaram essas relações. No que diz respeito ao campo sindical o estudo centra-se na CGTP, enquanto o campo dos movimentos sociais é analisado a partir de vários estudos de caso. São contemplados a Plataforma dos Intermitentes do Espetáculo e do Audiovisual (PIEA), Ferve – Fartos D’Estes Recibos Verdes, MayDay, Precários Inflexíveis, Geração À Rasca, 15 de Outubro (15O) e Que Se Lixe a Troika. Os estudos de caso foram abordados a partir de uma metodologia qualitativa. Os atores, processos e relações que constituem o enfoque deste estudo revestem-se de enorme complexidade. Nesse sentido, a conclusão constituirá uma reflexão que procura juntar as peças do puzzle e assim apontar caminhos para o futuro das conexões entre o campo sindical e o dos movimentos sociais.
The period between 2011 and 2013 was one of strong political contestation. Broad sectors of civil society were mobilised to oppose the austerity societies, shaping a protest cycle where the indignation was the dominant note. Trade unions were also mobilised, and the period was marked by several general strikes, numerous sectoral strikes and by other protest actions with a trade union nature. In Portugal, the actors involved in the contestations faced a context marked by the economic, social and political deterioration of the country. Even so, and although this situation spurred the emergence of several collective actors who fit in the spectrum of the network of social movements, it has also created obstacles to the trade unions movement already weakened by the various aspects associated with the unionism crisis, particularly the accelerated decay of labour relations and its tendency to precariousness. Trade unions movement and social movements were also confronted with the amplification of the crisis in Europe. The resemblance of goals and the situation of threat (in the sense that, if nothing was done, the imposition of austerity would progress to unsustainable levels) has placed trade unions and social movements side by side, outlining the possibility of a collaboration/articulation strategy between them. For social movements and its organisations, strategies of collaboration/articulation could strengthen their action and contribute to the accomplishment of their aspirations. While for trade unions, collaboration/articulation strategies could foster new frameworks for action and new goals in a context of unionism renewal. In this sense, the two main interests that guide this study are interrelated. On one hand, it maps the collective actors that staged the contestation and protests during the period of greatest incidence of the imposed austerity in Portugal. To this, it is carried out a characterization of these actors based on their objectives, forms of organisation, dynamics within and between organisations, strategies adopted and mobilisation processes undertaken by them. This mapping also covers collective actors focused on combating precariousness. On the other, it seeks to identify the points of articulation between trade unions and social movements in the context of their opposition to austerity, which refers to the identification and analysis of collaboration/articulation strategies between these actors, focusing particularly on the factors that conditioned or limited these relationships. Regarding trade unionism, the study focuses on CGTP, while in the field of social movements several case studies are analysed. They are: Plataforma dos Intermitentes do Espetáculo e do Audiovisual (PIEA), Ferve – Fartos D’Estes Recibos Verdes, MayDay, Precários Inflexíveis, Geração À Rasca, 15 de Outubro (15O) and Que Se Lixe a Troika. The case studies were discussed from a qualitative methodology approach. The actors, processes and relationships that are the focus of this study are of enormous complexity. In this sense, the conclusion constituted a reflection that seeks to bring together some of the puzzle pieces and thus show ways for the future connections between the trade unions and social movements.
Description: Tese de doutoramento em Sociologia, na especialidade de Relações de Trabalho, Desigualdades Sociais e Sindicalismo, apresentada à Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/31954
Rights: openAccess
Appears in Collections:I&D CES - Teses de Doutoramento
UC - Teses de Doutoramento
FEUC- Teses de Doutoramento

Files in This Item:
File Description SizeFormat
Movimentos sociais e sindicalismo em tempos de crise.pdfTese doutoramento3.46 MBAdobe PDFView/Open
Show full item record

Page view(s) 5

1,584
checked on Mar 26, 2024

Download(s) 50

795
checked on Mar 26, 2024

Google ScholarTM

Check


Items in DSpace are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.