Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/30576
Title: Discrepância na avaliação da atividade da artrite reumatóide entre o doente e o médico
Authors: Batista, Sylvie de Matos 
Orientador: Silva, António Pereira da
Duarte, Cátia Cristina Marques
Keywords: Artrite reumatóide; atividade da doença; medidas reportadas pelo doente; discrepância
Issue Date: 2015
Abstract: Introdução: A relevância da avaliação da atividade da Artrite Reumatóide (AR) segundo a perspetiva do doente tem aumentado nos últimos tempos, integrando diferentes índices de atividade da doença. No entanto, doentes e médicos frequentemente revelam uma discrepância na avaliação da atividade da doença. Com este estudo pretendeu-se avaliar a dimensão e determinantes desta discrepância. Material e Métodos: Foram incluídos neste estudo transversal 101 doentes seguidos em Consulta Externa e Hospital de Dia de Reumatologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE. Doentes e médicos responderam de forma separada e autónoma a várias escalas visuais analógicas (VAS 0-100mm) inquirindo diversos parâmetros da atividade da doença. Dados demográficos e avaliação clínica foram obtidos através de um protocolo estandardizado, incluindo variáveis como a idade, sexo, duração da doença, DAS28 e as suas respectivas medidas individuais, escalas validadas em Portugal como o Health Assessment Questionnaire (HAQ), Rheumatoid Arthritis Impact of Disease (RAID), Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS) e Happiness Scale (HS). Dor (PainVAS-P) e fadiga (FatigueVAS-P) na perspetiva do doente foram também avaliadas. Atividade global da doença na perspetiva do doente (PGA-VAS), assim como atividade global da doença segundo a opinião do médico (PhGA-VAS) foram avaliadas na mesma visita. A discrepância entre a avaliação da atividade da doença segundo a perspetiva do doente e do médico, difPGA foi definida como “PGA-VAS menos PhGA-VAS”. A existência de correlação entre difPGA e outras medidas de avaliação de impacto da doença em estudo foi avaliada pelo coeficiente de correlação de Pearson. Variáveis identificadas com significância estatística na análise univariada (p<0,05) foram incluídas num modelo de regressão linear do tipo stepwise para identificação dos preditores independentes da discrepância observada. Resultados: Participaram 101 doentes com AR, 82% do sexo feminino, com 13,04±8,6 anos de duração média da doença e 58,76±12,41 anos de idade média. A diferença média entre a avaliação da atividade da doença entre o doente e o médico, difPGA, foi de 37,89±28,6 mm, com os doentes a atribuírem um valor superior à atividade da sua doença. A diferença observada mostrou-se fortemente correlacionada com a dor (PainVAS-P) (r=0,737, p<0,001). Foi observada moderada correlação com a fadiga (FatigueVAS-P) (r=0,646, p<0,001), com a limitação da mobilidade segundo o doente (MobilityVAS-P) (r=0,639; p<0,001), com a deformação articular na opinião do doente (DeformityVAS-P) (r=0,459, p<0,001), com a função (r=0,472, p<0,001) e com aspetos psicológicos como a ansiedade (HADSanxiety) (r=0,551, p<0,001) e a depressão (HADSdepression) (r=0,464, p<0,001). Foi detectada fraca correlação com a escala da felicidade (r=-0,269, p=0,008), com as articulações dolorosas AD28 (r=-0,246, p<0,05), mas não com os outros componentes do DAS28. Na análise multivariada do tipo stepwise apenas a dor (β=0,707; 95%IC: [0,524;0,891], p<0,001), a fadiga (β=0,199; 95%IC: [0,030;0,368], p<0,05) e as articulações tumefactas AT44 (β=-4,505; 95%IC: [-5,830;-3,179], p<0,001) se destacaram como preditores independentes da discrepância observada (R²=0,742, p<0,001). Conclusão: Existe discrepância estatisticamente significativa na avaliação da atividade da AR entre doentes e médicos sendo que os doentes avaliam a atividade da sua doença de forma mais intensa. Dor e níveis elevados de fadiga associam-se a níveis superiores de discordância. As articulações tumefactas AT44 contribuem para diminuir a discrepância na avaliação da atividade da doença, promovendo uma maior concordância na avaliação. O reconhecimento da diferença existente e a dos seus determinantes permitirá uma melhor abordagem do doente com AR.
Background: Rheumatoid Arthritis activity´s evaluation according with the patient´s perspective has assumed a big relevance, incorporating different rates of disease’s activity. However, patients and physicians commonly disagree in their assessment of disease activity. With this study we aim to evaluate the extent of this discrepancy and its determinants. Material and Methods: Consecutive RA patients followed in Rheumatology Department of the Hospital University of Coimbra, EPE., were included in this cross-sectional study. Patients and their Rheumatologists completed independently several visual analogue scale (VAS 0-100mm) inquiring different parameters of their disease’s activity. Patient demographics and clinical evaluation was collected through a standardized protocol which includes age, gender, disease duration, DAS28 and its individual measures, Health Assessment Questionnaire (HAQ), Rheumatoid Arthritis Impact of Disease (RAID), Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS) and Happiness Scale (HS). Pain (PainVAS-P) and fatigue (FatigueVAS-P) in patient´s perspective were also considered. Physician’s (PhGA-VAS) and Patient’s perspective of disease activity (PGA-VAS) was evaluated at the same time. The discrepancy between Patient´s and Physician’s activity evaluation, difPGA, was defined as “PGA-VAS minus PhGA-VAS”. Correlations between difPGA and other variables of disease impact were evaluated through Pearson Correlation Coefficient. Variables identified as correlated in the univariate analysis (p<0,05) were included in linear regression stepwise model to identify independent predictors of this discrepancy. Results: 101 RA patients, 82% females, mean disease duration 13,04±8,6 years, mean age 58,76±12,41 years old were included. The mean difference of disease activity assessment, difPGA, between patients and physicians is 37,89±28,6 mm, with patients commonly rating their disease activity higher than their physician. This difference was strongly correlated with pain (PainVAS-P) (r=0,737, p<0,001). Moderate correlation was found with fatigue (FatigueVAS_P) (r=0,646, p<0,001), with patients’ global assessment of their mobility (MobilityVAS-P) (r=0,639; p<0,001), with patients’ global assessment of their deformity (DeformityVAS-P) (r=0,459, p<0,001), with function (r=0,472, p<0,001) and with psychological aspects such as anxiety (r=0,551, p<0,001) and depression (r=0,464, p<0,001). Weak correlation was observed with happiness (r=-0,269, p=0,008), with 28 painful joint count (PJ28) (r=-0,246, p=0,047), but not with other components of DAS28. In the multivariate analysis only pain (β=0,707; 95%CI: [0,524;0,891], p<0,001), fatigue ((β=0,199; 95%CI: [0,030;0,368], p<0,05) and swollen joints SJ44 (β=-4,505; 95%CI: [-5,830;-3,179], p<0,001) remained as independent predictors of this discordance (R²=0,742, p<0,001). Conclusion: Patients rate disease activity higher than their physicians. High Pain and fatigue levels were associated with superior levels of discordance. Swollen joints SJ44 tend to diminish the discrepancy between patient´s and physician´s evaluation, contributing for a greater degree of concordance in the evaluation. Recognizing this difference and its predictors can guide interventions to improve care of RA patients.
Description: Trabalho final de mestrado integrado em Medicina (reumatologia), apresentado à Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.
URI: https://hdl.handle.net/10316/30576
Rights: openAccess
Appears in Collections:UC - Dissertações de Mestrado
FMUC Medicina - Teses de Mestrado

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