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Title: Comportamentos de saúde, costumes e estilos de vida: indicadores de risco epidemiológico: avaliação de estados de saúde e doença
Authors: Figueiredo, João Paulo de 
Orientador: Cardoso, Salvador Massano
Keywords: Qualidade de vida relacionada com a saúde; Estilos de vida; Determinantes de saúde; Doença crónica; Comportamentos de saúde; Health related quality of life (HRQL); Lifestyles; Health determinants; Chronic disease; Health locus of control; Healthcare
Issue Date: 26-Feb-2016
Citation: FIGUEIREDO, João Paulo de - Comportamentos de saúde, costumes e estilos de vida : indicadores de risco epidemiológico : avaliação de estados de saúde e doença. Coimbra : [s.n.], 2016. Tese de doutoramento. Disponível na WWW: http://hdl.handle.net/10316/29621
Abstract: As sociedades atuais encontram-se em constante transformação (económica, política e social) e expõem o indivíduo, no seu dia-a-dia, a determinantes que podem influenciar o seu bem-estar, a sua saúde e qualidade de vida. Os determinantes responsáveis pela saúde e pela doença são acontecimentos/ eventos identificados e que produzem uma alteração da saúde no âmbito de um quadro clínico definido. Porém, há fatores intrínsecos (biológicos, pessoais, imunológicos e genéticos) que determinam a suscetibilidade de o indivíduo contrair a doença e fatores extrínsecos (ambientais, comportamentais, físicos, hábitos sociais, etc.,) a concorrerem para a promoção da exposição do indivíduo à mesma. Como objetivo de investigação propusemos identificar e descrever os determinantes de saúde dos habitantes do concelho de Coimbra referentes ao passado e presente e compreender o impacto desses na perceção geral de saúde. O local de estudo incidiu no concelho de Coimbra. O estudo foi do tipo observacional, analítico transversal. A população de estudo compreendeu os habitantes (residentes) com 35 ou mais anos de idade, de ambos os sexos. Quanto à estratégia de observação esta foi transversal, com esquema de seleção incompleto e a unidade de observação foi do tipo individual. O processo de amostragem estabelecido foi do tipo não probabilístico e de técnica por quotas. A amostra final ficou constituída por 1.214 pessoas. O estudo teve por base uma metodologia quantitativa com aplicação de um questionário de saúde (auto-administrado). A maioria dos participantes era do sexo feminino (60,1%) com uma idade média de 49 anos com uma distribuição semelhante entre sexos (feminino: 48,67±11,87; masculino: 50,29±12,03). Quanto às habilitações literárias, 25,04% tinha formação superior e 23,22% com Ensino Secundário completo. A maioria das pessoas era casada/união de facto (74,79%), 87,13% eram católicas e residiam em APU (65%). Quanto à situação ocupacional, 76,61% estava empregue e a maioria tinha Contrato de trabalho por tempo indeterminado (87,46%). Ao nível socioeconómico, 46,09% pertencia à “Classe Média” e 27,31% “Classe Média Alta”. No âmbito dos parâmetros antropométricos, 14,75% dos nossos habitantes eram “obesos” e 45,38% com “excesso de peso”. A prevalência de doença crónica foi de 38,5% dos inquiridos e 70,94% tinha [1-3[ doenças crónicas. Quanto aos cuidados de saúde, 69,2% eram beneficiários do SNS seguido do subsistema ADSE (23,8%) e também 44,6% consumiram medicamentos com prescrição médica nas duas últimas semanas. A maioria das pessoas já consultou, nos últimos 12 meses, um profissional de saúde oral (66,2%). No que diz respeito aos cuidados de saúde preventivos, 72,1% dos inquiridos nunca se “vacinaram contra a gripe”, 75,5% indicou controlar a tensão arterial e 57,8% o “colesterol”. Quanto aos estilos de vida, 20,78% fumava, 95,9% consumia 3 ou mais refeições/diárias, 43,42% consumiam álcool, 67,2% dormiam entre [7-8] horas/dia e 72,3% eram sedentários. Quanto à perceção geral de saúde, 56,04% classificou-a como “boa” ou “muito boa”. Avaliamos os preditores exógenos com maior impacto no perfil de saúde dos habitantes do concelho em estudo, no momento presente, e concluímos que as pessoas de idades mais avançadas, do sexo feminino, na condição de viuvez, religiosas praticantes, com baixas habilitações literárias, que residem em APR, proprietárias da sua habitação, desempregadas, reformadas e empregadas mas com vínculos precários apresentaram piores resultados de estado de saúde. Também a pior condição de saúde percebida foi predita por pessoas que consultaram o médico nos últimos 3 meses, com múltiplas consultas e com acesso a uma só entidade de saúde, que se vacinam contra a gripe, controlam a tensão arterial e o colesterol e que são portadores de doença crónica, com baixos índices de LC “interno”, com maiores riscos de acidente, menores cuidados alimentares e mais insatisfeitas com a vida. Quanto aos estilos de vida preditores de pior QVRS ocorreu em pessoas sedentárias, obesas/excesso de peso, que dormiam menos de 7 horas/dia, com vários anos de consumo de tabaco, ex-consumidores de álcool e com atividade física laboral pesada. Também procuramos, de forma multivariada, determinar perfis de saúde dos habitantes do concelho de Coimbra com referência aos indicadores de contexto e determinantes de saúde associados ao período da adolescência. Concluímos que as pessoas com baixa participação em atividades de lazer, ativas religiosamente, que ingressaram no mercado de trabalho, e que essa atividade era a tempo integral, com responsabilidades nas várias tarefas domésticas, que abandonaram o ensino mais precocemente e que necessitaram de regressar aos estudos já na vida adulta revelaram piores resultados de saúde no momento presente na maioria dos índices de QVRS. Quanto aos preditores “estilos de vida” concluímos que menor atividade física, ausência de consumo de tabaco mas consumidores de álcool e com uma frequência de refeições diárias principais <3 apresentaram no momento presente pior QVRS na maioria dos índices. Em conclusão, urge a necessidade de refletir o alcance dos atuais paradigmas das políticas públicas (promoção da saúde e prevenção de doenças) e das práticas assistenciais no setor da saúde para que estas possam ir ao encontro de novos horizontes de investigação no âmbito da epidemiologia social respeitantes às novas formas de organização das sociedade e como estas determinam a saúde e o bem-estar das populações. A interação de indicadores ainda pouco explorados analiticamente como a velhice, a habitação, a área de residência, as redes sociais, estilos de vida, instabilidade política e económica, poderão ser determinantes para a compreensão dos ciclos de “saúde e de doença” nas populações atuais.
Societies today are undergoing constant transformation (economic, political and social) and every day individuals are exposed to determinants that can influence their well-being, health and quality of life. Health and disease determinants are developments or events that produce health modifications in a specific clinical situation. However, there are intrinsic (biological, personal, immunological and genetic) factors that determine the individual’s susceptibility to contracting disease, and extrinsic factors (environmental, behavioural, physical and social habits, among others) that compete to expose the individual to it. The research objective was to identify and to describe the health determinants of the inhabitants of Coimbra’s County related to the past and to the present and to understand their impact on the health general perception. The research place was the County of Coimbra. The study type was observational, analytic and cross-sectional. The population being analysed was composed by the inhabitants of Coimbra’s County, adult with 35 years old or more, both genders and residents in one of the 31 parishes of Coimbra. Regarding the observation strategy, it was cross-sectional, with non-complete selection plan and the observation unit was individual. The established sampling process was non-random with a quota sampling technique. The final sample was composed by 1.214 people. The study was based on a quantitative methodology, where the data were collected with a self-administrated health survey. Most of the participants were female (60,1%) with an age average of 49 years having this parameter a similar result between both genders (women: 48,67 ± 11,87; men: 50,29 ± 12,03). Regarding the qualifications, 25,04% have an University degree and 23,22% finished the High School. Most of the people were married/in De Facto Union (74,79%), 87,13% were catholic and lived in MUA (65%). Analyzing their job activity, 76,61% were employed and most of them had a a “Full Time Contract without finish date” (87,46%).From the socio-economic point of view, 46,09% belong to the “Middle Class” and 27,31% to the “Upper Middle Class”. Analysing the anthropometric parameters, 14,75% of the inhabitants were “obese” and 45,38% were “overweighted”. The presence of chronic diseases was estimated in 38,5% of the people and 70,94% had [1-3[ chronic diseases. Regarding the health care, 69,2% were users from the SNS followed by the subsystem ADSE (23,8%) and 44,6% consumed drugs without prescription during the last two weeks. Most of the people (66,2%) did one medical appointment for oral health during the last 12 months before the interview. In what concerns the preventive health care, 72,1% of the people were never “vaccinated against the flu”, 75,5% mentioned that they control the blood pressure control and 57,8% of the people shown to control the cholesterol. Regarding lifestyles, 20,78% was smoking, 95,9% consumed 3 or more meals/day, 43,42% consumed alcohol, 67,2% slept between [7-8] hours/day and 72,3% were sedentary. Analyzing the health general perception, 56,04% classified it as “good” or “very good”. We evaluated the exogenous predictors with highest impact on the health profile of the researched population, nowadays, and we concluded that older people, female, widow, practicing actively a religion, with low qualifications, living in MRA, owners of their house, unemployed, retired and employed but with precarious contracts presented the worse results of health status. Moreover, a worse perceived health condition was predicted by people that had a medical appointment during the last 3 months, or several and with access to only one health entity that received the flu’s vaccine, controlled their blood pressure and the cholesterol, and that have a chronic disease, with low indexes of “internal” LC, with higher risks of accidents, mess nutrition care and less happy with life. As regards to the lifestyles predictors of worse HRQL, it happened in sedentary people, obese/overweighted, that slept less than 7 hours/day, with several years of smoking practices, former consumers of alcohol and with a heavy work physical activity. We also researched, on a multivariate way, in order to identify health profiles of the inhabitants of Coimbra’s County with reference to the context indicators and health determinants associated to the adolescence period. We concluded that people with low participation in leisure activities, religiously active, that joined the labour market on a full time basis, with responsibilities on domestic tasks, that left school very early and that needed to return to school already when adult, showed worse health results nowadays in most of the indexes of HRQL. Analyzing the “lifestyle” predictors we concluded that less physical activity, absence of smoking practice but alcohol consumers and with a daily main meals’ frequency <3 presented currently worse HRQL in most of the indexes. Summarizing, there is a need to reflect the reach of the current public policies and paradigms (health promotion and prevention of diseases) and the assistance practices on the health sector, so these can meet the new research scenarios on social epidemiology on the field of new ways of social organization and how these new ways impact the health and well-being of the populations. The interaction of indicators still low explored from the analytic point of view, such as old age, housing, residence area, social networks, lifestyles, political and economic instability can be determinants for the understanding of “health and disease” cycles on the current populations.
Description: Tese de doutoramento em Ciências da Saúde, no ramo de Ciências Biomédicas, apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/29621
Rights: openAccess
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