Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/10316/28851
Título: Desenho: pretensão, erro e ruína
Autor: Costa, Diego Rayck da 
Orientador: Pousada, Pedro
Palavras-chave: Desenho; Arte contemporânea; Potência; Vontade
Data: 24-Set-2015
Citação: COSTA, Diego Rayk da - Desenho : pretensão, erro e ruína. Coimbra : [s.n.], 2015. Tese de doutoramento. Disponível na WWW: http://hdl.handle.net/10316/28851
Resumo: Esta dissertação desenvolve uma reflexão sobre desenho no âmbito da arte contemporânea. Abordando seu objeto em um sentido lato, para além da noção de meio ou categoria artística, o trabalho trata inicialmente do que considera três dos estados do desenho: idéia, grafismo e objeto. Tais estados, não sendo exclusivos, precisos ou definitivos, justamente formam o desenho ao serem engenhosamente organizados como um continuum. Os interstícios destes estados e a dinâmica pela qual um verte-se no outro são propostos aqui como um processo convulsivo relativo à potência do desenho, conceito aristotélico que na revisão de Giorgio Agamben permite pensar o movimento turbulento desta passagem como acréscimo. Esses termos serão considerados na observação de oito obras de arte: Measurement Room (1969) e Mental Exercises (1972) de Mel Bochner, Linea m. 7200 (1960) de Piero Manzoni, Splitting (1974) de Gordon Matta-Clark, Haus u r (1985-) de Gregor Schneider, Partially Buried Woodshed (1970) de Robert Smithson, as obras da exposição Six Sites (1966) de William Anastasi e Invisible Mending (2003) de William Kentridge. A presente reflexão emprega a metodologia em artes, compreendendo a atuação do artista/pesquisador no cruzamento das atividades artísticas e acadêmicas. Ao assumir que suas motivações e recursos de trabalho encontram-se nos dois âmbitos, estas obras são tratadas como referências constantemente ativas, aqui chamadas de recorrências, que constituem parte significativa do fundamento conceitual deste processo reflexivo entendido integralmente. Seguindo esse modelo metodológico, desenvolvem-se considerações sobre a produção artística recente do autor, com especial atenção para as obras das exposições sótão (2012) e Motel Coimbra #2 (2014). Entre a análise crítica e o relato, esta secção trata da experiência artística que, em suas particularidades, constitui também a reflexão. Todas as figuras presentes neste trabalho foram (re)desenhadas pelo autor a partir das fontes consultadas. Assim, sendo simultaneamente motivação, objeto e meio da reflexão, o trabalho artístico opera uma forma de especulação, uma maneira de observar por espelhamento ao fazer imagem da imagem. Após ter circulado o desenho por estes movimentos, a dissertação concentra-se finalmente na sua componente volitiva. O desejo, ao participar da constituição do desenho no entrelaçamento do inteligível com o sensível, será tratado na perspectiva da presunção, do excesso, em um assombro mútuo de satisfação e malogro. Tomando a noção de hybris como parâmetro, o protagonista do filme Faust (2011) do cineasta Aleksandr Sokurov servirá de paralelo para discorrer sobre aquele que desenha, sobre imaginação, insatisfação e a importância de errar como ato de traçar novos horizontes. Como desfecho aborda-se o aspecto ruinoso do desenho a partir do entendimento de Jacques Derrida no qual a obra constitui-se tanto de sua ordem quanto de sua ruína.
This thesis develops a reflection on drawing in the field of contemporary art. This approach assumes the object in a broad sense, beyond its understanding as a medium or artistic category, starting by considering three of its states: idea, inscription and object. All non$exclusive, accurate or definitive states that forms drawing as they are ingenious arranged as a continuum. The interstices of these states and the dynamics by which one sheds on the other are proposed here as a convulsive process associated with drawing’s potentiality, aristotelian concept discussed by Giorgio Agamben which allows to state that the turbulent motion in these passages does not deduct from the drawing, but precisely is added back to it. These terms will be instantiated by the review of eight works of art: Measurement Room !1969" and Mental Exercises !1972" by Mel Bochner, Linea m. 7200 !1960" by Piero Manzoni, Splitting !1974" by Gordon Matta$Clark, Haus ur !1985$" by Gregor Schneider, Partially Buried Woodshed !1970" by Robert Smithson, the works of the exhibition Six Sites !1966" by William Anastasi and Invisible Mending !2003" by William Kentridge. This reflection employs the methodology in arts whereby the artist/researcher is placed at the crossroads of artistic and academic activities. By assuming that his motivations and also work resources belong to both areas, these works of art are treated as constant active references, here named recurrences, partly constituting the conceptual groundwork of this reflective process. Regarding that methodological model, this author ponders over his own recent artistic production concentrated on the works of sótão !2012" and Motel Coimbra #2 !2014" exhibitions. Between a critical analysis and a reporting, this section deals with the features of artistic experience in its proper thought. All figures presented in this thesis were !re"drawn by the author from the sources consulted. Being at same time motivation, object and way of thinking, the artwork operates a form of speculation, a mean to observe by mirroring an image on another one After roaming the subject, the dissertation is finally focused on its volitional portion. The desire, constituting drawing by intertwining the intelligible and the sensitive, is treated here in the perspective of its excess: the presumptuous double haunted by fulfillment and wreckage. Taking the notion of hybris as a guideline, the protagonist of the film Faust !2011" by Aleksandr Sokurov will be analysed in comparison with the one who draws to discuss imagination, discontentment and the importance of “errar” !in the sense of mistaking but also wandering, roaming" as an act of drawing new horizons. At last the disastrous character of drawing is regarded through the Jacques Derrida’s understanding of the artwork simultaneously composed by its own order and ruin.
Descrição: Tese de doutoramento em Arte Contemporânea, apresentada ao Colégio das Artes da Universidade de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/28851
Direitos: openAccess
Aparece nas coleções:UC - Teses de Doutoramento
Colégio das Artes - Teses de Doutoramento

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