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Título: Relação dos alunos com a escola, com o saber escolar e com os outros atores escolares. Encontros, desencontros e pontes por construir
Autor: Parreiral, Sílvia Cruz 
Orientador: Seixas, Ana Maria
Palavras-chave: Percepções entre professores e alunos; Experiências escolares
Data: 5-Fev-2015
Citação: PARREIRAL, Sílvia Maria Rodrigues da Cruz - Relação dos alunos com a escola, com o saber escolar e com os outros atores escolares. Encontros, desencontros e pontes por construir. Coimbra : [s.n.], 2014. Tese de doutoramento. Disponível na WWW em:<http://hdl.handle.net/10316/27103>
Resumo: A transformação dos paradigmas sociológicos permitiu a abrangência teórico-concetual de novas problemáticas sociais escolares, passando-se a considerar cada vez mais a comunidade educativa e, dentro dela, o aluno enquanto sujeito ativo e integrante do seu próprio processo educativo. Assim, enquadrado numa “cultura organizacional escolar” produzida de forma participada pelos diferentes atores, nas relações que mantêm uns com os outros, nos diferentes espaços e momentos e com os próprios saberes, o aluno, constitui-se um sujeito (co)autor da sua escolaridade. A literatura, debruçando-se sobre as vivências e sentidos dos alunos sobre a escola e o saber escolar é unânime em referir que a instituição escolar, apesar de se ter democratizado, facultando o acesso a todas as crianças e jovens, parece ainda não ter evoluído de forma correspondente, dando azo a que muitos alunos se mantenham distantes de uma relação de bem-estar com a escola e com o saber escolar (Abrantes, 2003, 2008; Covell, 2010; Mendonça, 2006; Oliveira, 2009; Osler, 2010; Quaresma, 2011; Rodrigues, 2009; Santos, 2007; Teixeira, 2010, entre outros). Nesta dinâmica relacional de aprendizagem, o aluno é também alvo de uma nova socialização escolar, que resulta de estratégias individuais e familiares de correspondência às solicitações institucionais, nomeadamente dos diversos professores, com vista à ordem social e escolar (Abrantes, 2011), fundamentais para o bem-estar e para qualquer experiência escolar significativa. Partindo destes pressupostos, o desenho da investigação que aqui se apresenta centrou-se particularmente nas perceções dos alunos sobre o seu processo relacional com a escola, com o saber e com os outros atores escolares que, traduzidas em atitudes, posições e disposições diárias, foram confrontadas com o que os professores perspetivam sobre elas, permitindo-nos avaliar as sintonias e discordâncias, os encontros e desencontros e que pontes podem sempre ser erigidas, esbatendo barreiras e estreitando relacionamentos. A partir da análise dos dados qualitativos obtidos por meio de entrevistas realizadas a grupos de alunos e a professores, verificámos sintonia entre alunos e professores quanto às perceções positivas e de valorização da escola e do saber escolar reveladas pelos alunos. No entanto, contrariamente ao que os professores perspetivam, os alunos preocupam-se com o futuro e não apenas com a satisfação das suas vontades atuais que a escola também lhes permite. Além disso, alunos e professores reconhecem valor a uma maior participação nos espaços e momentos da escola, mesmo na tomada de decisões, enquanto prática ainda demasiado adultocentrada, que mantem ausentes os alunos, vistos sem capacidades para as vivências democráticas nos contextos escolares, onde se discute e decide muito do que a eles diz respeito, sem que tenham a oportunidade de se pronunciar. Aliado à crítica apontada pelos alunos de que não têm tempo nem oportunidade para participarem em atividades para além das aulas, o que os leva a verem a escola como uma “seca”, que lhes rouba a liberdade e os mantém fechados em salas de aula, tempo demais. Além disso também construímos o Questionário de Perceções e Vivências Escolares-Alunos (QPVE-A) que aplicámos aos alunos, através do qual recolhemos dados que submetemos à análise das qualidades psicométricas das escalas que revelaram estruturas fatoriais com sentido concetual e índices de consistência interna bastante aceitáveis, o que nos possibilitou a sua utilização na avaliação do nível de identificação do aluno com a escola, por meio das escalas: Bem-estar com a escola e Excesso de tempo escolar; o tipo de relação que os alunos mantêm com o saber, com as aprendizagens e com as tarefas escolares, através das escalas: Aprendizagem e tarefas escolares e Avaliação escolar; e o tipo de relação que os alunos valorizam relativamente aos adultos e aos seus pares, com as escalas: Harmonia com os adultos e Harmonia com os pares. Os resultados obtidos por meio destas escalas foram analisados através de estudos diferenciais em função de caraterísticas pessoais (idade e género), da definição de escola, do envolvimento e participação nas atividades e decisões da escola, do percurso e escolaridade futuras e participação dos pais na escola. Concluímos, salientando a relevância em suscitar o interesse e a necessidade de intervir de modo a que todas as experiências escolares sejam sempre significativas e promotoras de maior bem-estar para todos os envolvidos. E, contrariando uma conceção meramente adultrocentrada, alertamos para a relevância em tornar mais visíveis aquelas que são verdadeiramente as perspetivas dos alunos sobre o que sentem e experienciam da escola e da sua escolarização, uma vez que, e segundo constatámos, são muitas vezes dissonantes daquilo que os professores (e adultos em geral) perspetivam.
Descrição: Tese de doutoramento em Ciências da Educação, apresentada à Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/27103
Direitos: embargoedAccess
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