Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/24076
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dc.contributor.advisorLousa, António-
dc.contributor.authorOrêncio, Joana-
dc.date.accessioned2013-09-24T10:47:12Z-
dc.date.available2013-09-24T10:47:12Z-
dc.date.issued2013-06-
dc.identifier.citationOrêncio, Joana Domingues - A re-invenção do lugar : na proposta sobre dois aldeamentos avieiros.Coimbra, 2013por
dc.identifier.urihttps://hdl.handle.net/10316/24076-
dc.descriptionDissertação de Mestrado Integrado em Arquitectura, apresentada ao Departamento de Arquitectura da F. C. T. da Univ. de Coimbra.por
dc.description.abstractDepois de um ensino em arquitectura levado por uma série de projectos muito abstractos, fui confrontada com um olhar para uma realidade muito específica na cadeira Townhouse in a Foreign Culture, que fiz durante o programa Erasmus, no ano lectivo 2010/11. Esta cadeira tinha como objectivo a elaboração de um projecto de arquitectura com programa à nossa escolha, na cidade de Lhasa, no Tibete. Para isso tive a oportunidade de passar dois meses naquela região, em que metade desse tempo foi gasto em viagens e investigação sobre a cultura tibetana. Era imperativamente importante conhecer o contexto antes de propor qualquer tipo de projecto. Foi muito interessante sair dos livros da biblioteca e dos esquissos do estirador para ir ao terreno conhecer as pessoas, os seus hábitos e vivências, de forma a poder perceber aquela realidade e o que realmente ali era necessário. Tive de aprender a interpretar essas necessidades pela análise do contexto, através de avaliações que iam desde o estudo urbano ao contacto directo com o interior das habitações e com diferentes realidades familiares. O projecto partiu das reflexões dessas avaliações e teve um importante papel no confronto entre aquilo que a nossa formação ocidental podia oferecer numa realidade completamente diferente e tão específica. Foi a experiência no local que me fez perceber o quão importante é esse confronto com a realidade na prática de arquitectura, porque é daí que o projecto se adequa à realidade inserida. Era importante para mim, nesta dissertação, ter um pedaço escrito e de reflexão sobre aquilo que acredito na arquitectura, de forma a poder confrontar-me com alguns aspectos que defendo. Para isso, era importante poder ter uma situação real de projecto para fugir às abstracções programáticas que tive ao longo do percurso académico, e para pôr em prova esses aspectos que defendia em teoria. Queria renovar a minha consciência e responsabilidade social, tal como Octávio Filgueiras propõe aos seus alunos na década de 60 na Escola de Belas Artes do Porto com a cadeira de arquitectura analítica. Filgueiras punha-os face a realidades concretas para lhes incutir uma renovada consciência e preparar para uma correcta profissionalização. Foi isso que procurei também. Se no início pensei que o melhor seria ir para um país em desenvolvimento, pelo choque de culturas e para poder trabalhar num contexto de comunidade com um fim muito útil e prático, depressa me apercebi que em Portugal ainda há muito que desconheço e sobretudo muito onde os arquitectos têm que reflectir e actuar. Isso ganha mais pertinência nesta altura em que o país parece parado pela crise económica que se instalou porque as necessidades são evidentes e muito é preciso ser feito. Acabei por encontrar a oportunidade que achei adequada para esse fim muito facilmente. Em Setembro de 2011, no encontro internacional dos Arquitectos Sem Fronteiras (ASF) em Lisboa, fez-se uma reflexão sobre o papel da arquitectura na sociedade e na qualidade do habitat humano. Vi, nos projectos apresentados, um carácter social e humano que me interessou bastante e por isso aproveitei para, de acordo com as suas necessidades, os poder ajudar e associar um projecto prático a esta dissertação. Acabei por achar muito interessante trabalhar sobre a Cultura Avieira, que está neste momento num processo de candidatura a património nacional imaterial e da Unesco. Os Arquitectos Sem Fronteiras de Portugal (ASFP) estão a trabalhar especificamente sobre o património material dessa cultura e necessitam de ajuda no processo de reabilitação dos aldeamentos. Estes são constituídos por casas de madeira elevadas do solo, construídas por pescadores no anos 70/80 ao longo do rio Tejo e rio Sado. É um património riquíssimo que está a desaparecer devido à precariedade das suas construções e falta de uso. É, portanto, urgente e muito pertinente fazer levantamentos do material construído de forma a registar os locais em desaparecimento para ganhar ferramentas para a elaboração de projectos de reabilitação dos espaços. Foi a partir dessa oportunidade que este presente trabalho ganhou forma e duas componentes essenciais. Uma teórica, que procura uma reflexão que completa a experiência e realidade vivida e, uma outra prática, de projecto que condensa algumas das conclusões geradas ao longo deste processo. Como metodologia visitei a maioria dos aldeamentos e seleccionei dois que achei pertinentes para trabalhar em projecto. Elaborei os levantamentos dos aldeamentos Patacão de Cima e Escaroupim - o primeiro em parceria com a minha colega Lara Borges que também propõe um projecto para o mesmo local na sua tese de mestrado. Fiz, durante quase todos os meses até aqui, visitas aos locais, de forma a perceber a morfologia dos mesmos durante as diferentes estações do ano e a sua evolução ou degradação com o passar do tempo. Durante todo este processo houve uma aproximação aos locais, às pessoas que os habitam, às pessoas que estão envolvidas neste processo de candidatura e às autarquias e entidades públicas envolvidas. Isso ajudou-me a encontrar as ferramentas para resolver diferentes frentes de projecto. Houve uma aproximação teórica e de análise sobre a cultura aveira para entrar no processo de projecto, que foi acompanhado pela leitura de alguma bibliografia sobre intervenção em património e metodologias de trabalho adoptadas em casos semelhantes. Durante o processo de projecto o entendimento e paixão que ganhei pelos locais foram moldados pela ideia de os reinventar, deixando-os sobreviver ao tempo - a partir da beleza da sua arquitectura, da tranquilidade da natureza envolvente e pela riqueza das suas tradições. Foi essa a intenção de todo o trabalho e daí que partiu o título desta dissertação. “Re-inventar o lugar” a partir de uma perspectiva diferente daquela que hoje vemos e que está a deixar morrer esta cultura. No primeiro capítulo começa-se por fazer uma análise da primeira metade do século XX, pela Europa e pelo caso português, para chegar à conclusão que a arquitectura não se deve desassociar das raízes e camadas, porque é essa memória que confere a identidade dos locais. Esse é o ponto de partida para uma pequena reflexão sobre os desafios da arquitectura nos dias que correm porque, mais do que construir de novo, deve haver uma readaptação e reinvenção da arquitectura já existente. O modo de viver e construir os espaços deve ser redefinido e os arquitectos têm que se reposicionar. No segundo capítulo a atenção é focada sobre o tema do património avieiro, a partir de uma perspectiva arquitectónica. Depois de estudar as suas origens, partiu-se para uma análise territorial sobre todo o património avieiro espalhado ao longo do rio Tejo. Foi importante compreender a arquitectura desta cultura desde a sua implantação no território até à sua escala de construção, passando pela compreensão das dinâmicas de cada aldeamento de forma a ganhar bases para o projecto que se seguia. O terceiro capítulo apresenta a proposta prática de intervenção sobre esses dois aldeamentos avieiros, um desabitado e outro habitado, o que desenha realidades completamente diferentes. Foi muito interessante desencadear uma reflexão sobre essa dicotomia para perceber as formas de actuar perante a realidade avieira. Durante o capítulo são relatadas experiências deste processo, o contacto com o local, com as pessoas, as percepções e paixões desenvolvidas que não se limitam ao campo arquitectónico. Deparar-me com limitações reais, gerir diferentes frentes, conhecer pessoalmente o público-alvo, foram características que queria que fizessem parte desta reflexão para me aproximar da realidade de uma prática que levarei por aqui em diante. Dar o salto para uma realidade que precisa de estratégias dinamizadoras do espaço existente foi a oportunidade que achei adequada para abrir os meus horizontes e transformar a minha maneira de ver os locais como arquitecta.por
dc.language.isoporpor
dc.rightsopenAccesspor
dc.subjectAldeamento Patacão de Cimapor
dc.subjectCultura Avieirapor
dc.subjectEscaroupimpor
dc.titleA re-invenção do lugarpor
dc.typemasterThesispor
dc.peerreviewedYespor
item.openairetypemasterThesis-
item.languageiso639-1pt-
item.openairecristypehttp://purl.org/coar/resource_type/c_18cf-
item.cerifentitytypePublications-
item.grantfulltextopen-
item.fulltextCom Texto completo-
Appears in Collections:UC - Dissertações de Mestrado
FCTUC Arquitectura - Teses de Mestrado
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