Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/24066
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dc.contributor.advisorMoniz, Gonçalo-
dc.contributor.authorAzenha, Cátia-
dc.date.accessioned2013-09-23T15:54:48Z-
dc.date.available2013-09-23T15:54:48Z-
dc.date.issued2013-06-
dc.identifier.citationAzenha, Cátia Alexandra de Oliveira - Ensino na arquitectura arquitectura no ensino : Manuel Graça Dias, Coimbra, 2013por
dc.identifier.urihttps://hdl.handle.net/10316/24066-
dc.descriptionDissertação de Mestrado Integrado em Arquitectura, apresentada ao Departamento de Arquitectura da F. C. T. da Univ. de Coimbra.por
dc.description.abstractConcluímos que o ensino da arquitectura é, no período em questão, instável, sobrecarregado e desadequado. Procurava formar um “arquitecto investigador”, com isso havia uma certa sobrecarga disciplinar, nomeadamente de cadeiras das áreas das ciências socais e exactas, para além de que estas não tinham uma interligação adequada com as disciplinas essenciais do curso e que desconsideravam o lado artístico do curso. Questiona-se o ensino moderno implementado pela reforma de 57 que chega sete anos depois de ser proposto e que vem desactualizado pois no panorama do debate arquitectónico os ditames modernos são questionados, provocando debates e contestações sobre a formação do arquitecto e a sua função na sociedade. A Reforma de 57, acaba por não ser bem aceite nem os alunos nem a nova geração de professores, provocando divergências entre “duas gerações” de professores, estes e os mestres residentes. Manuel Graça Dias entra na ESBAL em 1970, neste período de instabilidade da escola em que se verifica, paralelamente uma crise instaurada na universidade. Apesar se terem sido tomadas algumas medidas que tentaram reformular os cursos de arquitectura, o regime ditatorial não permitiu que essas medidas fossem sucedidas. O país encontra-se socialmente instável e a instabilidade reflecte-se também no ensino. As manifestações dentro e fora da escola culminam com a Revolução de Abril de 74, e o curso de arquitectura é encerrado nesse ano. Os alunos são “abandonado” à sorte, até que a escola volte a abrir no novo ambiente democrático, o que acontece em 1976. Neste ambiente, que se reflecte no ensino, surgiu a possibilidade de um encontro entre a escola e a nova cultura emergente. Manuel Vicente abriu novos horizontes a Manuel Graça Dias quando, através das suas aulas, levou a cultura pós-moderna para a ESBAL. Os ideais do pós-modernismo, em que o técnico e o simbólico se encontram num misto de arte e ciência, reconciliaram Manuel Graça Dias com o curso e com a Arquitectura. De facto, pudemos constatar com a realização da presente dissertação que que a influência do professor na escola será, de todas elas, a mais importante. Apesar da situação de instabilidade da escola enquanto Manuel Graça Dias a frequenta, a reflexão sobre a sua obra confirma que as influencias que assimilou do seu tempo de estudante terão sido de professores, mais do que o ensino que se queria protagonizado na escola. Tendo em conta que cada ano é constituído por um corpo de docentes variados e que, normalmente, muda de ano para ano, o estudante de arquitectura tem várias hipóteses de se identificar melhor com um deles. O que aconteceu com MGD, no primeiro e último ano do curso, com professores que não estavam presos ao comodismo e burocracia da escola, e que foram introduzindo algum dinamismo nas suas aulas: Lagoa Henriques através do seu total despreconceito de desenho, em que tudo é desenhável, “mandado” os alunos desenhar para a rua, introduzindo a novidade do Diário Gráfico; e Manuel Vicente, com as suas aulas faladas e histórias contadas com os alunos à volta da mesa, introduziu o pós-modernismo e a cultura americana na ESBAL. Desde que se formou que contribui para a crítica e divulgação da Arquitectura Portuguesa, tendo publicado em várias revistas e jornais, produzindo vários livros, e participando também em programas radiofónicos e televisivos de divulgação de arquitectura. A sua crítica terá evoluído em três fases, começando num registo agitador, depois mais romântico e finalmente mais factual. Este início agitador pode ter ocorrido pela abertura excepcional que a recém democracia proporcionava, pelo enorme fascínio que Graça Dias tem pela arquitectura e pela vida, um legado introduzido por Manuel Vicente. Da mesma maneira que o “boom” da democracia atenuou, Manuel Graça Dias atenua a sua agitação, focando-se agora na sua paixão pela profissão. A maturação da profissão, da crítica e do próprio pós-modernismo revela-se numa escrita mais factual. Em todas elas a reflexão é sobre uma condição pós-moderna. Ao nível da obra arquitectónica MGD começa cedo e em força, sendo que esta é vasta em quantidade e tipos de projecto: entre recuperações, arquitectura de interiores, programas privados e públicos de vários tipos. Destas obras, fizemos um estudo sobre as de cariz escolar, das quais concluímos que há um experimentalismo constante (experimenta o claustro, o pátio, a mega estrutura, a transparência, os pilotis, o desconstrutivismo), que ligamos a derrapagem construtiva; uma arquitectura saturada e inclusiva (influências moçambicanas, macaenses, americanas, brasileiras) que ligamos a surto ecléctico; e um acompanhamento constante do projecto pelo desenho (as formas ambíguas, as formas dinâmicas, o surrealismo e o expressionismo, relação interior/exterior) que ligamos a epidemia da forma. Em reflexão final podemos concluir que o ambiente de crítica à reforma na ESBAL poderá ter fomentado o espírito crítico de Manuel Graça Dias. A sua paixão pelo desenho é revigorada pelas aulas de Lagoa Henriques. As experiências extra curriculares deram-lhe uma abertura para o mundo das artes, teatro, cinema, música, pintura e desenho que, à excepção da última, não estiveram patentes no seu curso, e que reforçam o pluralismo da sua arquitectura. O pensamento pós-modernista chega-lhe através de Manuel Vicente que o vem reconciliar com a arquitectura, através dele conhece uma série de arquitectos ligados este pensamento. O seu eclectismo deriva de todas estas experiências e ainda das influências moçambicanas, da sua infância; pelas experiências americanas, através de Manuel Vicente e pelas experiências macaense, através do seu estágio com Manuel Vicente. Nos seus projectos também se denotam influências da arquitectura brasileira, de características mais plásticas que permitem dramatizar os espaços. O seu experimentalismo constante, que em certa medida confere singularidade aos projectos de Manuel Graça Dias, poderá ser também um reflexo do seu tempo de escola, visto que «a formação arquitectónica, escolar, de MGD foi maioritariamente autodidacta, anárquica e ecléctica»201. «Escrevendo regularmente na imprensa e tendo também actividade intensa como arquitecto, Graça Dias estabelece uma relação vital entre a teoria e a prática que lhe vai permitindo configurar um pós-modernismo com raízes na cultura portuguesa»por
dc.language.isoporpor
dc.rightsopenAccesspor
dc.subjectDias, Manuel Graçapor
dc.subjectArquitectura, ensino, Portugal, 1970-1977por
dc.subjectArquitectura, reforma de 57por
dc.titleEnsino na arquitectura, arquitectura no ensinopor
dc.typemasterThesispor
dc.peerreviewedYespor
uc.controloAutoridadeSim-
item.openairecristypehttp://purl.org/coar/resource_type/c_18cf-
item.openairetypemasterThesis-
item.cerifentitytypePublications-
item.grantfulltextopen-
item.fulltextCom Texto completo-
item.languageiso639-1pt-
crisitem.advisor.researchunitCES – Centre for Social Studies-
crisitem.advisor.parentresearchunitUniversity of Coimbra-
crisitem.advisor.orcid0000-0002-1890-1953-
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FCTUC Arquitectura - Teses de Mestrado
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