Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/23841
Title: Implicit processing of emotional faces using temporal and spatial constraints: A multimodal approach
Authors: Almeida, Inês 
Orientador: Castelo-Branco, Miguel
van Asselen, Marieke
Issue Date: 18-Mar-2014
Citation: ALMEIDA, Inês Alexandra Teixeira de - Implicit processing of emotional faces using temporal and spatial constraints : a multimodal approach. Coimbra : [s.n.], 2013. Tese de doutoramento. Disponível na WWW: http://hdl.handle.net/10316/23841
Abstract: Pistas emocionais no ambiente acarretam informação relevante sobre situações/contextos específicos (ex: reconhecimento de faces de medo na presença de ameaça). Em situações de risco de vida, estas devem ser rapidamente detectadas, permitindo comportamentos de sobrevivência. No entanto, estas pistas nem sempre são percebidas ou reconhecidas, devido a limites temporais ou espacias da percepção. Foram propostas duas vias para o processamento emocional: um trajeto subcortical “rápido” para a amígdala (uma estrutura cerebral crucial no modelo de reconhecimento de medo), e um trajeto “lento”, para o reconhecimento de objetos. As duas vias desempenham papéis diferentes mas não necessariamente independentes. Esta tese visa o estudo das condições sob as quais as pistas emocionais podem ser processadas de forma implícita, bem como a influência que a posição dos itens no campo visual afecta o processamento dos mesmos. Optou-se por uma abordagem multimodal que integrou métodos comportamentais, psicofisiológicos e de neuroimagem funcional, de forma a melhor compreender o processamento implícito vs. explícito de estímulos emocionais e os seus correlatos neuronais. Desenvolvemos paradigmas nos quais faces/formas emocionais são apresentadas tanto acima/abaixo dos limites para consciência visual (constrangimentos temporais da percepção) como no centro/periferia do campo visual (constrangimentos espaciais). Especificamente, no primeiro estudo usámos faces emocionais humanas, dado a sua relevância social, e nos restantes estudos usámos imagens de animais, quer faces de animais ameaçadoras e não-ameaçadoras, quer formas biologicamente relevantes (ex. cobras). Os diferentes paradigmas foram aplicados a participantes normais, permitindo-nos estudar diferentes níveis de consciência, bem como o acesso detalhado central ou impreciso da periferia ao conteúdo dos estímulos. Primeiro, a combinação de limites temporais com o uso de técnicas de mascaramento visual permitiu avaliar o processamento de faces emocionais em condições onde não há necessariamente consciência sensorial do estímulo. Para testar se o estímulo foi realmente processado, bem como os seus paralelos comportamentais e psicofisiológicos, medimos a resposta da condutância da pele (SCR) a faces neutras e emocionais (raiva, alegria) variando a duração temporal do estímulo, enquanto perguntámos aos participantes, em cada ensaio, se eles percebiam o conteúdo da imagem, tinham visto uma face, ou eram capazes de discriminar a emoção. Recolheram-se também classificações de arousal relativamente ao conteúdo das imagens. Testámos se ocorria uma dissociação entre as duas medidas de “arousal”: a psicofisiológica (SCR) e os relatos subjetivos, e estudámos o efeito da duração dos estímulos na SCR quando era reportada a consciência do conteúdo do estímulo. Foi identificado um efeito específico de duração na SCR apenas para faces de raiva, mas não para faces neutras ou alegres, e apenas para durações longas. Adicionalmente, as classificações de arousal também foram afectadas pela duração do estímulo, em particular para as faces alegres, traduzindo-se estas em classificações de arousal elevadas mesmo para durações muito curtas. Na segunda parte do nosso trabalho, manipulámos a posição dos estímulos no campo visual (centro, esquerda, direita) para testar se o processamento periférico de conteúdo ameaçador é diferente do central, e se isto tem por base diferentes correlatos neuronais. Para tal, usámos ressonância magnética funcional e testámos se a amígdala estava enviesada para o processamento de informação periférica (frequências espaciais baixas) ou se respondia mais à inspecção central do estímulo, reflectindo o enviesamento da visão central para reconhecimento de objectos. Adicionalmente, manipulámos o processamento do estímulo usando diferentes estratégias de atenção seletiva em pistas de ameaça (tarefa implícita – apenas reconhecer animal, vs. explícita – orientada para a detecção de ameaça) No primeiro estudo identificámos uma preferência da amígdala direita para faces de animais apresentadas ao centro, enquanto que a amígdala esquerda respondeu preferencialmente para faces de animais ameaçadoras na tarefa implícita. A amígdala respondeu também para as faces em geral, durante a tarefa de avaliação explícita de ameaça. Encontrámos também um papel dos gânglios da base na avaliação explícita de ameaça, dependendo da localização espacial: o caudado esteve envolvido no processamento central e o putamen foi recrutado particularmente durante o processamento periférico. O estudo seguinte avaliou se o enviesamento (central) encontrado estaria também presente para outros itens com validade ecológica (ex. cobras), uma vez que estes não requerem processamento detalhado e são mais facilmente analisadas na periferia visual. Identificámos respostas maiores da amígdala para estímulos de cobras (caras, formas ou cobras falsas) apresentados ao centro do que na periferia direita, independentemente da tarefa e da amígdala. Para o contraste centro>hemicampo esquerdo, estas diferenças apenas foram encontradas na amígdala esquerda para a tarefa implícita. Durante a tarefa implícita, a diferença centro vs. direita correlacionou-se positivamente com o grau de fobia a cobras. É de relevar uma forte lateralização hemisférica, com formas reais a ativar mais fortemente o hemisfério direito do que formas falsas, em acordo com a dominância direita para estímulos com conteúdo emocional. Estes resultados confirmam o significado ecológico dos nossos estímulos, e o valor da avaliação central da informação emocional, sem no entanto descartar o papel do processamento mais automático, e menos preciso. Trabalhos futuros deverão elucidar a interacção de mecanismos automáticos com a cognição social guiada por objectivos.
Description: Tese de doutoramento em Ciências da Saúde, Ramo de Ciências Biomédicas, apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/23841
Rights: embargoedAccess
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