Colaboração escola-universidade: ano probatório e estágio pedagógico. Uma análise focada no ensino da física

Abstract

A preparação profissional de professores dos ensinos básico e secundário, inicial ou contínua, é tarefa complexa, pelas vertentes que a compõem (de natureza científica, pedagógica, didática e funcional), pelas instituições que a envolvem (escolas e universidades) e pelos agentes que nela participam (futuros professores, orientadores cooperantes, orientadores científicos e direções das escolas anfitriãs de estágios), tornando fundamental uma focagem em propósitos formativos objetivos e devidamente hierarquizados, sob pena de dispersão ou constrição das competências a relevar na formação docente. Neste trabalho procurou traçar‐se um programa de término da formação inicial do docente de Física (e, necessariamente também de Química) que considera o estágio pedagógico e o ano probatório e uma estreita colaboração Escola‐ Universidade, adequado a uma melhor formação profissional holística do futuro docente de Física. Para tanto, sabendo da responsabilidade dos docentes em forjar e moldar as expectativas dos alunos e da relação positiva entre expectativas afins às dos peritos e as aprendizagens adequadas, portanto o sucesso escolar, estudaramse as expetativas dos alunos sobre a aprendizagem da Física e a forma como os professores as influenciam. Também, observou‐se a atual formação proporcionada no ano de estágio, segundo os pontos de vistas dos diversos intervenientes, reconhecendo os pontos fortes, os aspetos a desenvolver e as potencialidades do estágio pedagógico e do ano probatório, tal como atualmente acontecem, antevendo a preparação no último ano do 2.º ciclo de estudos no modelo pós‐ Bolonha, e, ainda, as vantagens e os constrangimentos de um projeto de colaboração entre escolas e universidades, com objetivos de formação contínua de professores da área de Ciências, entre elas a Física. Contextualizou‐se, por último, a atual colaboração Escola‐Universidade na formação docente, compreendendo a evolução histórica e verificando a sua pertinência na preparação do professor de Física, não apenas na formação inicial. O conhecimento conquistado com os trabalhos desenvolvidos e com as pesquisas realizadas permitiu desenhar o referido programa, estabelecendo os vi campos de ação da Escola e da Universidade e a forma de potencializar a colaboração entre as duas instituições, definindo os papéis dos diversos intervenientes e valorizando, continuamente, a atuação, as características individuais e o aperfeiçoamento profissional do futuro e do jovem professor de Física, reconhecendo a conveniência de uma colaboração Escola‐Universidade que vá além da formação inicial do docente de Física. Palavras‐chave Formação de professores; colaboração Escola‐Universidade; expectativas dos alunos; aprendizagem da Física.