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Título: Fatores psicológicos e doença oncológica: estudo da relação entre psicoticismo, hostilidade e depressão com a evolução da doença
Autor: Sargento, José António Ferreira Pinto 
Orientador: Nunes Sá, Joaquim Eduardo
Palavras-chave: doença oncológica do aparelho digestivo; psicoticismo; hostilidade; depressão; alexitimia; controlo da ira; sintomatologia psicopatológica; evolução da doença; malignant disease of the digestive system; psychoticism; hostility; depression; alexithymia; controlling anger; psychopathological symptoms; disease progression
Data: 25-Fev-2013
Citação: SARGENTO, José António Ferreira Pinto - Fatores psicológicos e doença oncológica: estudo da relação entre psicoticismo, hostilidade e depressão com a evolução da doença. Coimbra : [s.n.], 2013. Tese de doutoramento
Resumo: O objetivo geral desta investigação é estudar a relação entre os fatores psicológicos e a doença oncológica do aparelho digestivo, nomeadamente no que se refere à sua evolução. Uma amostra de 91 participantes com tumores sólidos do aparelho digestivo, com doença localmente avançada ou metastizada, foi avaliada no que se refere à depressão (CES-D e BSI), à alexitimia (TAS-20), à ira-estado, ira-traço, ao controlo da ira (STAXI-2) e à sintomatologia psicopatológica (BSI), nomeadamente nas dimensões psicoticismo, hostilidade, ideação paranoide, somatização, obsessões-compulsões, ansiedade fóbica, ansiedade e sensibilidade interpessoal. A evolução da doença, classificada como progressão ou não progressão, foi monitorizada até um período máximo de doze meses após a aplicação dos instrumentos de avaliação psicológica. Num estudo comparativo (estudo 2), entre os grupos com progressão da doença (n = 50) e sem progressão da doença (n = 41), os resultados indicam que o grupo com progressão da doença apresenta, de forma estatisticamente significativa, mais psicoticismo, hostilidade, índice geral de sintomas e total de sintomas positivos do que o grupo sem progressão da doença. As diferenças não se revelaram estatisticamente significativas para a depressão, alexitimia, ira-traço, ira-estado, controlo da ira, assim como para as dimensões somatização, obsessões-compulsões, sensibilidade interpessoal, ansiedade, ansiedade fóbica e ideação paranoide. Apesar de, para o psicoticismo, hostilidade, índice geral de sintomas e total de sintomas positivos o grupo com progressão da doença apresentar pontuações significativamente mais elevadas do que o grupo sem progressão, não apresenta pontuações mais elevadas nestas dimensões, quando comparado com amostras não oncológicas. Num outro estudo comparativo (estudo 1), entre a amostra de doentes oncológicos do aparelho digestivo (n = 91) e amostras não oncológicas, avaliadas fora do âmbito desta investigação, por outros autores, a amostra de doentes oncológicos revela índices de alexitimia e controlo da ira significativamente superiores e níveis de hostilidade, ideação paranoide, ira-traço, índice geral de sintomas, total de sintomas positivos, obsessões-compulsões e sensibilidade interpessoal significativamente inferiores. No que se refere à ansiedade, psicoticismo e ira-estado, a amostra oncológica apresenta índices não superiores às amostras não oncológicas, não tendo sido possível aferir se a tendência de pontuar abaixo dessas amostras é estatisticamente significativa. Finalmente, para a ansiedade fóbica, a amostra oncológica apresenta índices não inferiores à amostra da população geral considerada na comparação, não tendo sido possível testar a significância estatística da tendência de pontuar acima daquela amostra. Num outro estudo (estudo 3), de natureza exploratória, procurou investigar-se quais os fatores psicológicos que apresentam, para a amostra de doentes oncológicos do aparelho digestivo (n = 91), poder preditivo sobre a evolução da doença. Os resultados da regressão logística binomial indicam que o psicoticismo prediz, de forma estatisticamente significativa, a evolução da doença, representando um acréscimo de risco de progressão. A hostilidade apresentou valores próximos da significância estatística, representando, também um incremento do risco de progressão. Em função dos resultados, poder-se-á considerar que a amostra de doentes oncológicos apresenta elevados níveis de controlo da ira e alexitimia, e baixos índices de ira e sintomatologia psicopatológica, quando comparada com amostras não oncológicas. De entre os participantes da investigação, aqueles que vieram a revelar progressão da doença, apresentam índices mais elevados de psicoticismo, hostilidade, índice geral de sintomas e total de sintomas positivos do que os participantes que não manifestaram progressão da doença, sendo que o psicoticismo revelou representar um acréscimo de risco para a progressão. Relativamente aos outros fatores estudados, nomeadamente a depressão, alexitimia e controlo da ira, os grupos com e sem progressão da doença não divergem substancialmente. Os resultados indiciam, assim, que os fatores psicológicos podem, em interação com toda a complexidade de variáveis implicadas no cancro (nomeadamente as de natureza biológica que, indubitavelmente serão determinantes), intervir na evolução da doença oncológica do aparelho digestivo. Palavras-chave: doença oncológica do aparelho digestivo, psicoticismo, hostilidade, depressão, alexitimia, controlo da ira, sintomatologia psicopatológica, evolução da doença.
The overall goal of this research is to study the relationship between psychological factors and oncological diseases of the digestive system, particularly with regard to their development. A sample of 91 subjects with solid tumors of the digestive system, with locally advanced or metastatic disease, was evaluated in respect to depression (CES-D and BSI), alexithymia (TAS-20), state anger, trait anger, anger-control (STAXI-2) and psychopathological symptoms (BSI), particularly in the dimensions of psychoticism, hostility, paranoid ideation, somatization, obsession-compulsion, phobic anxiety, anxiety and interpersonal sensitivity. The evolution of the disease, classified as progression or non-progression, was monitored until a maximum period of twelve months after the application of psychological assessment instruments. In a comparative study (study 2), between groups with disease progression (n = 50) and no progression of the disease (n = 41), the results indicate that the group with disease progression presents, in a statistically significant way, more psychoticism, hostility, index of total symptoms and positive symptoms than the group without disease progression. The differences were not statistically significant for depression, alexithymia, trait anger, anger state, anger-control, as well as to the dimensions somatization, obsession-compulsion, interpersonal sensitivity, anxiety, phobic anxiety and paranoid ideation. Although the group with disease progression present scores significantly higher for psychoticism, hostility, general symptom index and total positive symptoms than the group without progression, does not show the highest scores on these dimensions, when compared with samples not oncological. In another comparative study (study 1) between the sample of digestive tract cancer patients (n = 91) and non-oncological samples, measured outside the scope of this investigation, by other authors, the sample of cancer patients reveals significantly higher levels indices of alexithymia and control anger, and significantly lower levels of hostility, paranoid ideation, trait-anger, index of symptoms, total positive symptoms, obsessions-compulsions and interpersonal sensitivity. With regard to anxiety, psychoticism and state anger, the cancer sample shows rates no higher than the non-oncological samples, and it was not possible to assess if the trend of scoring below of these samples is statistically significant. Finally, for the phobic anxiety, cancer sample presents rates not lower than the general population sample considered in the comparison, but it was not possible to test the statistical significance of the trend of scoring above that sample. In another study (study 3), exploratory nature, it was attempted to investigate the psychological factors that have, for the sample of patients with cancer of the digestive tract (n = 91), predictive power over the course of the disease. The binomial logistic regression results indicate that psychoticism predicted, in a statistically significant form, the disease progression, representing an increased risk of progression. Hostility showed values close to statistical significance, representing, also an increase in the risk of progression. Due to the results, it may be possible to consider that the sample of cancer patients shows high levels of alexithymia and anger control, and low levels of anger and psychopathological symptoms compared with non-oncological samples. Among the participants in the research, those who came to show disease progression, have higher rates of psychoticism, hostility, index of symptoms and total positive symptoms, than the participants who did not show disease progression, and the psychoticism revealed represent an additional risk for progression. For the other factors studied, including depression, alexithymia and anger-control, the groups with and without disease progression did not differ substantially. The results suggest, therefore, that psychological factors may, in interaction with all the complexity of variables implicated in cancer (including the biological ones, which undoubtedly will be crucial) interfere in the evolution of malignant disease of the digestive tract.
Descrição: Tese de doutoramento em Psicologia, na especialidade de Psicologia Clínica, sob orientação do Professor Doutor Joaquim Eduardo Nunes de Sá, apresentada à Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra.
URI: https://hdl.handle.net/10316/21795
Direitos: openAccess
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