Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/12167
Title: Variação de parâmetros fisiológicos, bioquímicos, hormonais e imunitários em nadadores e remadores numa época desportiva
Authors: Rama, Luís Manuel Pinto Lopes 
Orientador: Teixeira, Ana Maria Botelho
Alves, Francisco Bessone
Keywords: Natação -- alta competição; Remo -- alta competição; Treino de alto rendimento; Fisiologia; Bioquímica; Carga de treino; Comportamento hormonal; Sistema imunitário; Nadadores; Remadores
Issue Date: 4-Dec-2009
Citation: Rama, Luís Manuel Pinto Lopes - Variação de parametros fisiológicos, bioquímicos, hormonais e imunitários em nadadores e remadores numa época desportiva. Coimbra, 2009
Abstract: A principal orientação deste trabalho visa o aprofundamento das repercussões da variação da carga de treino, em atletas de bom nível de rendimento e praticantes de modalidades de resistência do tipo aeróbio. O estudo utilizou um grupo de 19 nadadores, 13 masculinos e 6 femininos e 9 remadores masculinos. Foi monitorizada a carga de treino de natação pura desportiva ao longo de uma época de Inverno que incluiu a participação numa competição principal e numa época de treino de remadores até à entrada na etapa de preparação directa para a competição principal. Esta tese está organizada em três estudos: O primeiro estudo, centra-se na análise da repercussão da carga de treino sobre a capacidade de rendimento. Foram seleccionados testes protocolares específicos, aplicados em momentos particulares da preparação desportiva e representativos da estimulação habitual nestes grupos de treino. Foi avaliado o comportamento de indicadores metabólicos submáximos e máximos, e os correspondentes fisiológicos e cinemáticos. Ambos os grupos - nadadores e remadores - demonstraram evolução de rendimento no período do estudo. Isto permite considerar que nos momentos de aplicação dos testes, os atletas se encontravam suficientemente recuperados da influência negativa da fadiga induzida pelo treino. No caso dos nadadores, os indicadores metabólicos submáximos e máximos obtidos revelaram uma associação forte e significativa com o rendimento constituindo-se como indicadores válidos na monitorização da adaptação dos atletas à carga de treino. No segundo estudo, seleccionámos vários marcadores - fisiológicos e bioquímicos - habitualmente referidos em estudos relacionados com a fadiga e o sobretreino. Foram ainda utilizadas metodologias menos invasivas - Perfil do Estado de Humor e Variabilidade da Frequência Cardíaca – no controlo psicológico e fisiológico. Pretendemos verificar o comportamento destes marcadores em repouso em diferentes momentos tipificadores da preparação desportiva. Os resultados obtidos revelam uma maior perturbação associada a momentos de intensificação da carga de treino. Do conjunto de indicadores utilizados, o cortisol apresentou uma maior sensibilidade e consistência relativamente à variação da carga de treino, quando comparado com os restantes. Nestes grupos de treino, o controlo das hormonas hipofisárias (ACTH, GH e LH) embora exibam alteração perante períodos de elevada magnitude da carga, não parecem justificar a sua utilização no controlo regular de grupos de treino de nível equivalente aos usados neste estudo. A elevada associação do conteúdo salivar de cortisol e testosterona com o existente no plasma poderá justificar a sua adopção no controlo regular da adaptação à carga de treino. Os parâmetros hematológicos tendem a mostrar-se mais sensíveis nos atletas do sexo feminino, sendo pertinente um controlo regular destes marcadores. Já nos atletas masculinos, as alterações parecem estar fundamentalmente associadas a fenómenos de hemodiluição. Os iões Mg2+ e Fe2+ não revelam alterações significativas. A CK e a ureia comprovam a reacção esperada, mantendo-se o interesse da sua utilização no controlo da adaptação e da recuperação. A variabilidade da frequência cardíaca, enquanto metodologia não invasiva que permite aceder ao funcionamento do Sistema Nervoso Autónomo, não revelou consistência com a literatura publicada. Contudo, a tendência dos indicadores após períodos de intensificação da carga de treino, parece traduzir uma redução da variabilidade global, retirada parassimpática e elevação ou manutenção da influência simpática. O controlo dos estados de humor - POMS-SF - revelou-se sensível à variação da carga em nadadores, mas não em remadores. O terceiro estudo objectivou as repercussões da variação da estimulação do treino sobre a resposta imunitária. Verificamos um impacto superior nos períodos coincidentes com o incremento da carga de treino. Em nadadores, observamos duas respostas tendencialmente diferentes: uma leucocitose após o período inicial da época e no final após taper, marcadamente associadas a um provável processo de neutrofilia, com redução dos linfócitos, T e B; uma redução de granulócitos e dos linfócitos B, e uma elevação da generalidade dos linfócitos T após o período de aplicação de carga de maior intensidade e volume. Tanto quanto é do nosso conhecimento, terá sido a primeira vez que foram controladas neste âmbito, duas subpopulações T (T__ e Treg). Estas, demonstram uma elevação concomitante com a baixa das restantes subpopulações de linfócitos. Um outro resultado por nós encontrado e que habitualmente não é reportado, foi a elevação dos monócitos. Em nadadores, os linfócitos NK tendem a revelar uma redução no período inicial do v treino. Já as imunoglobulinas séricas, não apresentam variação ao longo da época. A Iga salivar só mostra sensibilidade no momento coincidente com a aplicação da maior carga de treino. Os remadores exibem uma baixa generalizada de linfócitos e da IgA sérica nos dois primeiros momentos da época, mantendo os restantes parâmetros inalterados. No último momento, após um período intenso de treino, vêem também reduzidos os ganulócitos, elevando os monócitos, tal como foi referido para os nadadores. O número de episódios de ITRS tende a ser inferior a outros reportados em estudos de referência, com os remadores a exibirem uma taxa de ocorrência inferior aos nadadores. Todas as alterações dos parâmetros imunitários, mantém-se dentro do quadro de referência clínica, ficando por esclarecer o real impacto sobre o nível de afectação da imunidade dos atletas. Os resultados deste trabalho, permitiram evidenciar o comportamento de diferentes marcadores no controlo da adaptação à carga de treino em atletas de resistência e bom nível competitivo. A abordagem adoptada centrou-se na monitorização em repouso, justificar-se-á em estudos posteriores associar o controlo da resposta a exercício critério
The main objective of this project was to study the impact of training load variation, in the adaptive response of athletes of endurance sports. A sample of 19 swimmers, 13 male and 6 female and 9 male rowers were used. The training load was monitored over a period of a winter swimming season and a regular year season of rowing until the beginning of tapering phase. This study is organized in three studies, each focused on different problems: The first study focuses on the analysis of training load impact on performance. Specific protocol tests were selected and conducted at typical moments of training preparation. We evaluated the performance of submaximal and maximal metabolic markers, and their physiological and kinematics equivalents. Both groups showed changes in performance during the study period. For swimmers submaximal and maximal metabolic markers revealed a strong and significant association with performance proving to be valid markers for monitoring the training adaptation in athletes. In the second study, we selected several physiological and biochemical markers, usually referred in studies related to fatigue, overreaching and overtraining. We also used less invasive methods of the physiological and psychological domain. We wanted to verify the behavioural trend of these markers at rest in different stages of sports preparation. The results show greater disturbance at moments of intensified training. Among the markers used, cortisol showed greater sensitivity to variation in training load when compared with others. The control of pituitary hormones (ACTH, GH and LH) did not show an important variation that would justify its use in regular training monitoring of groups of the same training level as that used in this study. Salivary cortisol and testosterone showed appropriateness that justifies its adoption on regular monitoring training. The haematological parameters were more sensitive in female athletes, and in our opinion justified a regular control; the changes in male athletes seemed to be primarily associated with hemodilution. The ions Mg2+ and Fe2+ did not show significant changes. The CK and urea showed the expected reaction sustaining the interest of its use in monitoring adaptation and recovery. The heart rate variability as a method of access to the autonomic nervous system, showed no consistency with the published literature, although the trend of behaviour was a reduction of global variability and parasympathetic withdrawal and an elevated or maintained sympathetic influence after intense training periods. The POMS-SF showed good adaptation of the mood states with the variation of load in swimmers, but not in the rowers. The third study aimed to follow the effect of training variation on the immune response. A greater impact in periods of the largest magnitude of training load was found. Swimmers showed an elevated number of leukocytes after the initial training period and after the taper phase. This seems to be strongly associated with an increment in neutrophils and with a reduction of T and B lymphocytes, After the period of greatest intensification of training load a reduction of granulocytes and B lymphocytes, and an increment of most T lymphocytes sub populations was observed. To our knowledge this is the first time in sports immunology studies that two T cell subpopulations (T__ and Treg) were controlled, which show an increase with the concomitant decline in other subpopulations of lymphocytes. Another fact, that it is not usually reported, was the elevation of monocytes. With swimmers, the NK lymphocytes show lower values early in the season. Serum immunoglobulin A, G, and M did not show any important variations throughout the season. The salivary IgA showed important increasing sensitivity to training load. The rowers generally exhibited low lymphocytes and serum IgA in the first two moments of the season, while the other parameters were unchanged. In the last moment of the study, after a period of intensive training, they also showed a reduction in granulocytes and an increase in monocytes, as described for the swimmers group. The number URTI episodes were lower than those reported in other studies, and the rowers showing less episodes than the swimmers. The variation of the immune parameters remained within the clinical reference values, leaving unclear the real impact of training load on the athletes immunity. Our results based on the monitoring of fatigue markers at rest, point to the need of extend the control to the acute response to maximal exercise at the same moments
Description: Tese de doutoramento em Ciências do Desporto e Educação Física (Ciências do Desporto), apresentada à Fac. de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/12167
Rights: embargoedAccess
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