Cancer: impact on male fertility

Abstract

Infertility is a common problem among cancer survivors mostly due to treatment toxicity. Consequently, cryopreservation represents, for some men, the only possible way to conceive biological children. The main aim of this study is to understand the impact of the oncologic diseases themselves in male fertility through the examination of semen parameters at the time of sperm cryopreservation upon diagnosis and prior to the beginning of treatments. The second aim is to compare the results among the different groups.In a retrospective design we analysed sperm samples of 202 men collected at the time of cancer diagnosis. Sperm parameters were compared among several groups of oncological diseases. Semen parameters were defined using World Health Organization (WHO) 2020 reference values. Testicular cancer and lymphomas were found to be the most common diagnosis. At the time of fertility assessment patients had a median age of 29.7 years. Sperm concentration was significantly lower in patients with testicular cancer when compared with patients with haematological cancer. No other significant differences in fertility were found between the groups. Sperm parameters were separately compared between Hodgkin’s and non-Hodgkin’s lymphomas and no significant differences were found. Among the 202 patients, 85 (42.1%) had normal sperm parameters, 15 (7.4%) exhibited azoospermia and the remaining 102 (50.5%) showed oligozoospermia, asthenozoospermia and/or teratozoospermia. Digestive cancer and central nervous system cancer were the only groups with no azoospermic patients and also the groups exhibiting higher rates of normozoospermia. On the contrary, the group of other types of cancer showed the highest percentages of azoospermia and dyspermia. Sperm banking is the best and, in some cases, the only option to allow cancer survivors to achieve their parental ambitions. Even with a considerable percentage of men presenting sperm impairment at the time of diagnosis, cryopreservation is possible for most patients, therefore it should be offered to all men facing an oncologic diagnosis, early and before the beginning of treatments, to assure their best chance to have biological children.

A infertilidade é um problema comum após a cura de uma doença oncológica, em particular devido à toxicidade dos tratamentos. Deste modo, a criopreservação representa, para alguns homens, a única possibilidade de vir a ter filhos biológicos. O objetivo principal deste estudo é perceber o impacto das doenças oncológicas propriamente ditas na fertilidade masculina através da análise dos parâmetros do espermograma realizado aquando do diagnóstico e antes do início de tratamentos. O segundo objetivo do estudo é comparar os resultados entre os diferentes grupos de cancros. Foram analisados, num estudo retrospetivo, os parâmetros espermáticos de 202 homens referenciados para preservação da fertilidade aquando do diagnóstico oncológico. Os espermogramas foram comparados entre diferentes grupos de doenças oncológicas. A qualidade espermática foi definida com recurso aos valores de referência apresentados pela WHO 2020. Os diagnósticos mais frequentemente identificados foram tumores testiculares e linfomas. Na altura da análise espermática a idade média era de 29,7 anos. Verificou-se uma concentração espermática significativamente mais baixa em doentes com tumores testiculares do que em doentes com neoplasias hematológicas. Não se registaram outras diferenças significativas na fertilidade entre os diferentes grupos. Os parâmetros espermáticos foram avaliados separadamente entre doentes com linfoma de Hodgkin e linfoma não-Hogdkin não tendo sido observadas diferenças significativas entre os dois grupos. Entre os 202 homens, 85 (42,1%) apresentaram parâmetros espermáticos normais, 15 (7,4%) eram azoospérmicos e os restantes 102 (50,5%) mostraram diminuição da qualidade espermática. Os grupos de cancros digestivos e de cancros do sistema nervoso central exibiram as maiores percentagens de normozoospermia e foram os únicos sem doentes azoospérmicos. Pelo contrário, as maiores percentagens de azoospermia e de dispermia foram encontradas no grupo dos outros tipos de cancro. A criopreservação de espermatozoides é a melhor e, em alguns casos, a única opção que permite a sobreviventes de cancro concretizar os seus planos de parentalidade. Mesmo quando há diminuição da qualidade espermática na altura do diagnóstico, a criopreservação é geralmente viável, portanto deve ser oferecida atempadamente a todos os homens que se deparem com um diagnóstico oncológico e antes do início dos tratamentos de modo a assegurar a sua melhor hipótese de vir a ter filhos biológicos.